A grande tensão dos nossos dias e dos próximos anos também já se verifica na emergência climática. China e EUA são os dois maiores poluidores do mundo. Biden censura Xi por ter faltado a Glasgow. Pequim acusa Washington de hipocrisia. Sem grandes acordos entre os dois gigantes do nosso tempo, a esperança pode mesmo morrer.
1. QUEM SE CHEGA À FRENTE?
O enviado-especial do Presidente Biden para as Alterações Climáticas, John Kerry, foi muito crítico em relação à ausência da China desta COP26: "Poluem três vezes mais que nós, e nós somos o segundo maior poluidor. Os chineses têm que se chegar à frente e assumir as suas responsabilidades".
A China é emissora de 28% do total das emissões de carbono no mundo. Também Joe Biden considerou um "erro grave" a ausência do seu homólogo chinês. Xi Jinping optou por não ir a Glasgow e limitou-se a enviar uma mensagem. "Perdeu uma oportunidade de influenciar o mundo inteiro", sentenciou o Presidente dos EUA.
A China rejeita as acusações norte-americanas e riposta: "As ações falam mais do que as palavras", afirmou um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin. O senhor Wenbin rotulou de "palavras vãs" as acusações de Joe Biden.
2. O MAIS QUENTE ANO DE SEMPRE NA ÁSIA
A China vai adiando, mas a verdade é que a Ásia teve em 2020 o seu ano mais quente de sempre – pelo menos desde que há registos. Relatório das Nações Unidas aponta: esta tendência está a obrigar à deslocação forçada de milhões de pessoas, devido às temperaturas extremas.
Ora, isso compromete o caminho de crescimento económico que o continente asiático estava a trilhar e constitui obstáculo ameaçador para vários países da região.
3. FACEBOOK, DESINFORMAÇÃO E CLIMA
Junção explosiva, é caso para dizer. A desinformação relacionada com as alterações climáticas está a aumentar "substancialmente" no Facebook, diz estudo do observatório independente The Real Facebook Oversight Group e da ONG ambientalista Stop Funding Heat.
A pesquisa analisou 818 mil publicações de 195 páginas, que somaram um total de 1,36 milhões de visualizações diárias. Recorrendo à ferramenta do Facebook CrowdTangle, o estudo verificou que apenas 3,6% das publicações analisadas tinham sido avaliadas por grupos de fact-checking.
A análise identificou um aumento de 77%, do ano passado para este, das interações neste tipo de publicações. Sean Buchan, da Stop Funding Heat, aponta: "O Facebook não é o único responsável pelo problema, mas está claramente a amplificá-lo. E nada faz para o combater".
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