Tudo vai se encaminhando para fazer de 2023 o ano mais quente da história. Mas também é possível que, em 31 de dezembro, descubra-se que o ano foi o que registou os eventos climáticos mais extremos, com secas e chuvas intensas e fora de época em todos os cantos do planeta.
Na Europa, Áustria, França, Alemanha, Polónia e Suíça anunciaram na 6ª feira (29/9) o mês de setembro mais quente já registrado nesses países, informa o France24. E as temperaturas excepcionalmente elevadas deverão continuar em outubro, destaca o Guardian.
Na Espanha, o início deste mês foi o mais quente desde que o início dos registros de temperatura, há mais de um século, disse a AEMET, agência meteorológica do país, na 2ª feira (2/10). Segundo a Reuters, quase 40% das estações meteorológicas registaram temperaturas máximas acima de 32oC.
Já no continente asiático, as chuvas de monções na Índia neste ano foram as menores desde 2018, relata a Reuters, com o país registando o agosto o mais seco em mais de um século, disse o departamento meteorológico estatal. As monções são vitais para a economia indiana, respondendo por quase 70% da chuva de que o país precisa para irrigar suas culturas agrícolas e reabastecer reservatórios e aquíferos.
As fracas chuvas aumentaram as preocupações de que a Índia – o segundo maior produtor de trigo, arroz e açúcar do planeta – continue a restringir as exportações de produtos essenciais para gerir a inflação alimentar antes das eleições nacionais em 2024. Tal medida apoiaria os preços globais, explica a Bloomberg. O arroz na Ásia está perto do máximo dos últimos 15 anos, enquanto o açúcar em Nova York saltou mais de 30% este ano.
Ainda que abaixo da média, as monções indianas foram arrasadoras em algumas partes do país, com magnitude e intensidade nunca vistas, segundo a AP. O estrago foi significativo. No estado de Himachal Pradesh, 428 pessoas morreram e houve mais de US$ 1,42 bilião em danos materiais desde junho.
A Austrália, na Oceania, registou o setembro mais seco desde que os registos começaram, em 1900, com uma média nacional de precipitação de apenas 4,83 mm. A precipitação total foi 70,8% inferior à média do mês de 1961-1990. Os dados do Bureau of Meteorology foram divulgados no momento em que incêndios florestais estavam fora de controle em Victoria e Nova Gales do Sul, no meio a alertas de possíveis inundações repentinas no final da semana, explica o Guardian.
New York Times, Bloomberg, VOA News, ABC, Sky News, Accuweather e Guardian também repercutiram os extremos climáticos no mundo.
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