segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Blonde Redhead com David Sylvian - Messenger


Stay still do be still
No wonder you are always lost
If a messenger you must be known
Then with messages you must return
To be seen by demanding hands
And touches of jealous men
Invisible and forgivable
To all their secret hands

Be it so be quick
Don’t run just walk and walk and walk
Don’t loose yourself to decorate
Somewhere on your wall
Cause somewhere in your mind
You know you are doing fine
Holding secret hair locks
You’ll pluck before you hide

So how can I keep anything to myself
So how can I keep any of these to myself
So how can I keep anything to myself
Behind those clouds
I’m almost home

Cenas do filme  "Nostaghia"  (1983), de Andrei Tarkovsky

“Messenger”, dos Blonde Redhead com David Sylvian, pode ser entendida como uma reflexão íntima sobre a dificuldade de comunicar aquilo que é essencial. A figura do mensageiro não surge como alguém concreto, mas como um símbolo de uma voz interior, da consciência ou até da própria arte enquanto meio de transmissão de verdades delicadas. A canção sugere que há mensagens que chegam de forma incompleta, tardia ou silenciosa, e que as palavras nem sempre conseguem carregar o peso do que se sente. Nesse sentido, o silêncio torna-se tão importante quanto o som.

A atmosfera etérea e contida da música reforça uma sensação de isolamento e introspeção, típica tanto dos Blonde Redhead como do universo poético de David Sylvian. Não há dramatismo explícito, mas antes uma melancolia serena, quase meditativa, que aponta para estados de transição emocional e de transformação interior. O ouvinte é colocado numa posição de escuta atenta, mais sensorial do que racional, como se estivesse a receber uma mensagem que não se explica totalmente, mas que se reconhece. No fundo, “Messenger” fala da aceitação de que algumas verdades não se anunciam de forma clara: elas insinuam-se, deixam marcas e obrigam a uma escuta profunda.

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