Quando pensamos em métodos de gestão tradicional, temos a tendência para pensar que todas as práticas são eficazes e permitem uma gestão sustentável do meio natural. Nada é mais errado e o mesmo pode ser aplicado às soluções baseada na natureza, um termo muito na moda, mas que é frequentemente pouco entendido. As práticas tradicionais também obedecem ao mesmo paradigma. As ortadas de freixo são um dos métodos de gestão tradicional da paisagem mais comuns no planalto de Miranda.
Nessa gestão era frequente o corte de ramos de freixo com o objectivo de aproveitar a folhagem para a alimentação dos animais. No entanto, a poda das árvores nem sempre é a melhor e surgem frequentemente problemas de fitossanidade associados, tal como o desenvolvimento de codominâncias, cavidades e ramos epicórmicos de grande dimensão (ramos ladrões).
Felizmente, é comum estes ramos persistirem durante bastante tempo em freixos com problemas de fitossanidade. Isto deve-se à elevada capacidade da madeira de freixo receber choques repetitivos sem quebrar, daí ser usada para produzir cabos e bastões de futebol. Apesar de a tenacidade não ser referida com uma propriedade da madeira, ao contrário de minerais e metais, é demais conhecido que a madeira de freixo é tenaz, devido à proporcionalidade entre a sua dureza, densidade e elasticidade.
A tenacidade é um conceito oposto à fragilidade, pois denota a capacidade de um material resistir à aplicação de uma força externa sem quebrar. Mas mesmo a madeira mais resistente tem um limite, e aparecem frequentemente árvores caídas nestes sistemas de gestão tradicional mal geridos e envelhecidos. Afortunadamente para os insectos xilófagos, que assim tem acesso a uma refeição.
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