sexta-feira, 29 de outubro de 2004
A Natureza Livre é a Nossa Liberdade
No momento em que esta semana se soube do parecer negativo do CNEDS sobre a proposta de gestão municipal da RAN e REN, recebi a notícia com satisfação e lembrei-me das palavras de Hundertwasser. Ele fundou uma teoria arrebatadora que designou pelas Cinco Peles: a epiderme, o vestuário,a casa do homem, o meio social e a identidade e o meio global- ecologia e humanidade.Eu gosto imenso da magia dos seus quadros, cartazes, das mensagens genuínas em prol da defesa de sua tão bela filosofia e claro, admiro-o também por ele próprio se ter entregado tão generosamente em vida à defesa do ambiente.
quarta-feira, 27 de outubro de 2004
Concreta
Triste e lamentável o anúncio publicitário para divulgar o certame da Exponor CONCRETA: vários buldozers a aniquilarem um bom pedaço de floresta para em segundos transformá-la numa auto-estrada...
Esperemos que não repitam mais vezes este anúncio e apelo que escrevam para a Exponor um manifesto pessoal contra mais um atentado à Educação Ambiental e contra mais uma promoção da betonização e da qual já muito padece o País...
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domingo, 24 de outubro de 2004
Dia Mundial das Nações Unidas
Adicionar legenda Palácio das Nações, Genebra. Fonte: wiki |
O Dia das Nações Unidas celebra-se todos os anos a 24 de Outubro.
Origem da data
O dia 24 de Outubro foi escolhido como o Dia Mundial das Nações Unidas já que a Carta das Nações Unidas entrou em vigor nesta data, em 1945, formando-se então as Nações Unidas oficialmente, em São Francisco, Califórnia, neste dia. Esta efeméride é comemorada desde 1948.
O Dia das Nações Unidas faz parte da semana da ONU (Organização das Nações Unidas), que decorre de 20 a 26 de Outubro. O objetivo da ONU é que o dia seja dedicado a tornar conhecidos pelos povos de todo o mundo os fins e as conquistas desta entidade, assim como obter apoio para a sua obra.
Objectivos da ONU (art. 1º da Carta das Nações Unidas):
• Manter a paz e a segurança internacionais• Desenvolver relações de amizade entre os Estados
• Realizar a cooperação com vista à resolução de problemas internacionais de carácter económico, social, cultural ou humanitário e com vista à promoção do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião
• Constituir um centro destinado a harmonizar a acção dos Estados para a prossecução destes objectivo comuns
Princípios que regem a ONU (art. 2º da Carta):
• Princípio da igualdade soberana dos Estados• Princípio da boa fé no cumprimento das obrigações internacionais pelos Estados
• Princípio da solução pacífica de conflitos entre os Estados
• Princípio da renúncia, pelos Estados membros, ao recurso à ameaça ou ao uso da força.
Fazem parte das Nações Unidas 193 Estados-membros. Lista completa aqui
terça-feira, 19 de outubro de 2004
Cada árvore é um ser para ser em nós
Ontem, o programa Prós e Contras abordou o Ambiente em Portugal. Entre muitas observações, registei a do Engº Carlos Pimenta quando disse " a Educação Ambiental é fundamental(...)só amamos o que conhecemos ".Realmente, quer o esforço das Escolas, realizando visitas de estudo a parques, a áreas naturais ou saídas de campo, ou um maior estímulo dos Pais em querer que os filhos estejam próximos de entes biológicos não-humanos, é que permitem que os jovens comuniquem com as árvores, os insectos e os animais no seu estado natural. Talvez assim possamos observar a Natureza com a mesma cristalinidade e exactidão dos sentidos e sentimentos aqui expressos neste belíssimo poema ( entre muitos) de um dos meus poetas favoritos, Ramos Rosa e que recentemente fez 80 anos.
Cada árvore é um ser para ser em nós
para ver uma árvore não basta vê-la
a árvore é uma lente reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a árvore partilhamos o mundo com os deuses.
António Ramos Rosa in Cada árvore é um ser para ser em nós , 2003
segunda-feira, 18 de outubro de 2004
Ecopistas, Pistas Verdes, Ciclovias, Ecovia
Ecopistas – o que são?
Por Inês Salgueiro Ângelo
Vias Verdes, Voies Vertes, Voies Douces ou Greenways, são algumas das designações internacionais de infra-estruturas destinadas ao tráfego ligeiro não motorizado. Em Portugal estão a ser criadas Ecopistas ao longo de ramais ferroviários desactivados.
Ecopista ou Pista Verde é a designação portuguesa atribuída aos percursos que utilizam antigos ramais ferroviários desactivados. Estes situam-se em diversas regiões do território continental, potenciando a criação de uma verdadeira rede ou sistema nacional de passeios na Natureza e, por vezes, também em meio urbano.
Com as Ecopistas, a REFER pretende aderir à Rede Europeia de Vias Verdes, que reúne hoje em dia vários países europeus e, em consequência, vir a tornar-se membro da Associação Europeia de Vias Verdes.
Neste sentido, é necessário que as Ecopistas portuguesas se adaptem aos critérios aceites por todos os participantes, de forma a facilitar o seu acesso e a sua utilização pelo maior número possível de utentes, nomeadamente:
- Declives inferiores a 3%;
- Interdição a veículos motorizados;
- Independência em relação a outras vias de circulação;
- Reduzido número de cruzamentos com outras estradas;
- Continuidade do uso público da via.
As Ecopistas são concebidas como percursos na Natureza, uma vez que os antigos ramais ferroviários percorrem, de uma forma geral, zonas rurais ou naturais com interesse paisagístico, sendo o seu piso permeável, de terra batida ou saibro, para manter essa característica de caminho rural. Nos troços urbanos que eventualmente se tenham desenvolvido ao longo destes percursos, o pavimento poderá ser impermeável (em asfalto ou betão), mantendo-se as outras características.
Por outro lado, é importante distinguir estes percursos de outros caminhos rurais, pelo que devem estar presentes alguns elementos que identifiquem a sua função de origem (por exemplo, utilização das travessas ferroviárias antigas para colocação da sinalização).
As características deste tipo de percurso podem resumir-se em cinco palavras-chave:
- acessibilidade: não há limitações impostas pela idade nem pelas aptidões físicas dos utilizadores – ao contrário do que sucede com os desportos ditos radicais - e, dado que os percursos são públicos, nem mesmo pela sua situação económica.
- segurança: não há risco de acidentes de tráfego, havendo limites de velocidade para os ciclistas e, muitas vezes, separação da via em faixas destinadas a cada tipo de utilizador; não há risco de acidentes geológicos, como desabamentos, nem de queda de árvores, porque se pressupõe uma manutenção frequente; não há risco de queda de ciclistas, mesmo inexperientes, porque não há declives grandes; não há risco de queda em lugares como as pontes porque estarão protegidas com grades laterais; o risco pessoal, em termos de assaltos, por exemplo, também é reduzido, devido ao cariz das regiões em que se inserem estes percursos, ao número de utilizadores que geralmente afluem e à habitual presença de serviços ao longo do percurso.
- comodidade: não há declives acentuados nem curvas apertadas; o piso é antiderrapante e adequado para todo o tipo de utilizadores; há poucos cruzamentos e obstáculos.
- tranquilidade: a segurança e a comodidade permitem que os utilizadores desfrutem do património cultural, natural e paisagístico na sua integridade.
- facilidade: estes percursos são geralmente dotados de sinalização, informação, interpretação e serviços adequados.
Assim, é possível recuperar o património ferroviário de uma forma sustentável e, simultaneamente, melhorar a qualidade de vida da população residente, quer através do próprio usufruto das Ecopistas quer através das receitas provenientes da actividade turística.
Neste contexto, para devolver aos cidadãos a oportunidade de desfrutar de um património que é reflexo do país, aproximando, em simultâneo, o cidadão da natureza, a REFER pretende converter em Ecopistas os cerca de 800 quilómetros de linhas férreas desactivadas de que é proprietária.
- Asociación Europea de Vías Verdes (2000). Guía de Buenas Prácticas de Vías Verdes en Europa: Ejemplos de Realizaciones Urbanas y Periurbanas. 91 pp. Asociación Europea de Vías Verdes. Namur.
- Pessoa, F. (2002). Ecopista do Minho – Projecto de recuperação paisagística da plataforma ferroviária desactivada entre Valença e Monção. Rel. n. publicado. REFER.
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domingo, 17 de outubro de 2004
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
Cartaz feito por João Soares |
O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza celebra-se a 17 de Outubro. A data foi comemorada oficialmente pela primeira vez em 1992, com o objetivo de alertar a população para a necessidade de defender um direito básico do ser humano.
Antes, a 17 de outubro de 1987, Joseph Wresinski, o fundador do Movimento Internacional ATD Quarto Mundo, convidou as pessoas a se reunirem em honra das vítimas da fome e da pobreza em Paris, no local onde tinha sido assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ao seu apelo responderam cem mil pessoas.
A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito objetivos de desenvolvimento do milénio, definidos no ano de 2000 por 193 países membros das Nações Unidas e várias organizações internacionais.
Neste dia dá-se voz aos pobres e unem-se esforços para acabar com a pobreza.
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Resolução 47/196 da Assembleia Geral da ONU que implementa o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza | ONU [en] DESCARREGAR
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sábado, 16 de outubro de 2004
Dia Mundial da Alimentação - "Biodiversidade é Segurança Alimentar"
Transcrevo e concordo na íntegra o comunicado de várias ONG subscreveram e divulgaram a prpósito do Dia Mundial da Alimentação. Recorda alguns factos, levanta alguns problemas e aponta soluções, que urgem ser resolvidas, a bem da biodiversidade em geral, protecção para a biodiversidade agrícola e a bem da nossa segurança alimentar.
16 de Outubro - Dia Mundial da Alimentação
A foto mostra um banco de germoplasmas de batatas bolivianas. Fonte : Opinion |
16 de Outubro - Dia Mundial da Alimentação
Quercus e Plataforma 'Transgénicos Fora do Prato' pedem protecção para a
biodiversidade agrícola portuguesa.
O Dia Mundial da Alimentação foi instituído pela FAO (Food and Agriculture
Organization, das Nações Unidas) para comemorar a sua fundação, em 1945,
data que marcou o início do combate internacional organizado contra a fome no
mundo.
Em 2004 este Dia Mundial é celebrado em torno do tema 'Biodiversidade é
Segurança Alimentar', o que significa o reconhecimento oficial da necessidade
de maximizar em todo o mundo o número de variedades vegetais e raças animais
empregues na agricultura, ao arrepio do último século em que, segundo a
própria FAO, se assistiu à perda de 75% de toda a diversidade genética
anteriormente disponível. Neste momento 90% de todos os nossos alimentos
provêm de 15 plantas e 8 animais, e 50% de todas as calorias são provenientes
de apenas três cereais: trigo, milho e arroz. Para um exemplo concreto desta
normalização alimentar repare-se na maçã: das 8000 variedades existentes na
Europa há 100 anos atrás, menos de 90 são ainda mantidas comercialmente no
século XXI.
As tendências que conduziram à actual situação de erosão genética e
agrícola não aconteceram por acaso ou coincidência: são o fruto de uma
estratégia bem intencionada mas mal direccionada que promoveu as monoculturas,
os inputs baseados em combustíveis fósseis, a uniformização da paisagem e
uma industrialização que depende de maquinarias complexas ao mesmo tempo que
exclui as pessoas. Os resultados, insustentáveis, estão à vista: segundo um estudo da Universidade de Essex, só no Reino Unido a agricultura custa
anualmente à sociedade britânica cerca de 3.8 mil milhões de dólares, ou
seja, 377 dólares por cada hectare cultivado. Este é o valor das
externalidades, que não são incorporadas no preço final dos alimentos nem são reembolsadas à sociedade, e incluem factores como o custo da eliminação
de pesticidas da água de beber, a reparação dos estragos causados pela
erosão do solo e o combate à poluição do ar de origem agrícola, entre
muitos outros. Os valores para Portugal não estão calculados mas estima-se
que atinjam a mesma ordem de grandeza.
Só com a protecção e promoção da diversidade agrícola será possível
alimentar a população mundial em crescimento. Basta lembrar que uma das
últimas grandes fomes europeias, que conduziu à morte de dois milhões de
pessoas na Irlanda do sécula XIX, foi causada por uma praga que destruiu toda
a cultura de batata - já na altura dependente de uma só variedade, sensível
ao fungo em causa.
A introdução de plantas geneticamente modificadas na agricultura - acelerada
no passado mês de Setembro pela decisão da Comissão Europeia de aprovar para
toda a União 17 variedades de milho transgénico - vem acelerar as tendências redutoras da agricultura intensiva actual e assim pôr em risco a segurança
alimentar de centenas de milhões de pessoas. Vale a pena atentar no exemplo da
soja transgénica: existe uma única variedade difundida em todo o mundo,
semeada neste momento em mais de 40 milhões de hectares - e se esta variedade
se revelar, inesperadamente, sensível a alguma praga como aconteceu à batata
na Irlanda?
Portugal tem de proteger as variedades tradicionais (de plantas e animais) que
ainda lhe restam como seguro para a sua própria segurança alimentar futura.
Nesse sentido o Banco Português de Germoplasma Vegetal é uma das iniciativas
a apoiar decisivamente, abrindo-a à interacção natural com os agricultores
portugueses - as plantas transgénicas, por outro lado, e considerando que já
contaminaram os centros de diversidade mais fulcrais do planeta, têm de ser
simplesmente proibidas enquanto se mantiverem uma tecnologia incontrolável.
sexta-feira, 15 de outubro de 2004
1933 - Homens sábios
O meu amigo JVC, do Professorices relembrou o que era a Cultura para Bento de Jesus Caraça, aquando de uma conferência em 1933. O meu amigo Paulo Araújo fez-me chegar um texto de 1933 de José Rodrigues Miguéis (1901-1980), grande escritor português, lisboeta exilado em Nova Iorque durante boa parte da sua vida que também viveu alguns anos em Bruxelas.
Diz o meu amigo: O texto faz parte da antologia de inéditos "A amargura dos contrastes", hoje distribuída com o Independente. Fala dum tempo antigo numa cidade que não é a nossa, mas ajusta-se muito bem à nossa experiência de hoje.
Ver ainda: José Rodrigues Miguéis - um Homem do Povo na História da República
AS ÁRVORES
por José Rodrigues Miguéis (1933)
Lisboa é talvez, das cidades europeias, a menos arborizada, a mais pobre de verdura. Nenhuma dessas grandes massas de arvoredo que purificam e enobrecem a atmosfera da maioria das grandes capitais. Nenhum desses relvados onde, lá fora, em plena idade, as crianças por centenas se regalam de ar livre e de sol.
Nenhum lugar de repouso, de solidão, de reflexão. Por todo o lado o rumor, a agitação inútil da praça pública! Pensar naqueles parques de Bruxelas, enseadas calmas onde as massas de verdura bruscamente ensurdecem o tumulto da circulação, e se descobre, oculto entre os arbustos, um pequeno banco
consagrado à memória de um poeta, dum amigo das árvores!
Quando tiverem desaparecido as hortas e quintas que ainda lhe refrescam os subúrbios, roídos já da lepra de alvenaria e pronto invadidos pelos esquadrões cerrados do casario de mau gosto, em mesquinhos arruamentos que atestam a ausência de sentido urbanista no crescimento da capital - Lisboa ficará sendo o tipo acabado da cidade inabitável. E o lisboeta, para fugir aos calmores e à crueza da luz estival, terá apenas a magra sombra dos prédios, essa mesma reduzida à estreiteza dos passeios, onde mal há espaço para postes, basbaques e candeeiros.
Os nossos jardins, com suas raras árvores cortadas à escovinha, são exíguos quintais de família. E esses pobres seres tosquiados e atrofiados que se alinham como procissões de asilo ao longo das nossas avenidas, só por metáfora se chamam árvores. Lisboa, capital da caliça, é o paraíso, o logradouro dos
construtores.
E não venham dizer-nos que o povo não ama as árvores e a verdura: como há-de ele amar o que não tem? É ver como, em dias de sol no inverno, por esse raros talhões de relva que escaparam à sanha da pedra e cal, e à sombra das quatro árvores desse «deserto» Eduardo VII, no verão, se deleita e acoita a gente que não tem quintas em Sintra nem solários no Estoril...
Há cerca de três semanas que os ulmeiros desapareceram da Avenida. A princípio só nisso fizeram reparo o Stuart, os pardais, e alguns raros passeantes que gostam de ver o sol azul entre a folhagem. Não se sabe por que pruridos de consciência, alguém trouxe a questão para os jornais. Foi o sinal de mais umas destas tardias e inúteis campanhas de exibicionismo em que é fértil a nossa imprensa. Todas as almas boas da botânica, da fitobiologia, da fitopatologia, da entomologia, da agronomia e doutras respeitáveis burocracias, acordaram de repente do sono em que dormiam e desataram a descompor-se sobre os cadáveres das árvores abatidas. (...)
Só faltou que as escolas da capital fossem, debaixo da forma, depor ramos de flores nos buracos deixados nos talhões da Avenida pelo arranque das pobres árvores.
Entretanto, os insectos continuarão roendo tranquilamente o que nos resta de verdura e de paciência.
E se esses e outros inumeráveis conselhos, laboratórios e comissões se lançassem um dia, de acordo e boa vontade, ao trabalho de descobrir e aniquilar o insecto misterioso que lhes mina a eficácia e os impede sempre de acordar a horas de dar remédio aos muitos males que nesta terra esperam tratamento?
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quarta-feira, 13 de outubro de 2004
Factura energética subirá mil milhões de Euros ( dados de Agosto)
Estamos a assistir, perplexos e assustados, à subida galopante dia após dia do preço do petróleo. Na publicação periódica da DGE(Preços de Energia, Agosto de 2004, Nº46) extraí a seguinte citação:
"Cotações do Petróleo Bruto
Em Agosto de 2004 as cotações internacionais do petróleo bruto teimam em
situar-se a níveis cada vez mais altos, aproximando-se mesmo dos 50
USD/barril a variedade WTI (West Texas Intermediate), enquanto que as do
Brent rondam os 45 USD/barril.
Assim, as cotações médias do "spot dated" do Brent de Janeiro a Agosto de
2004 (em dólares/barril) encontram-se cerca de 22% acima da média de 2003
(Dubai: +21%; Cabinda: +18%), com reflexo inevitável e significativo ao
nível das cotações dos produtos. Por exemplo, as cotações CIF NWE Basis ARA
da "Regular unleaded" (gasolina) agravaram-se 30% de Janeiro a Agosto 2004,
enquanto que as do "Gasoil EN 590" (gasóleo) se agravaram 40%, em idêntico
período.
A continuar este "Choque Petrolífero", estima-se um agravamento da Factura
Energética Portuguesa, em 2004 relativamente a 2003, superior a mil milhões
de Euros (mais de 200 milhões de contos), registando-se, desde já,de Janeiro
a Agosto, um aumento dos preços médios em Portugal Continental de cerca de
13%, nas gasolinas e de 15 a 20% nos gasóleos."
Com um agravamento de 1000 milhões, não poderíamos ter invertido toda esta situação com um plano de eficiência energética nacional Porque é que não nos libertamos desta escravatura do petróleo?
"Cotações do Petróleo Bruto
Em Agosto de 2004 as cotações internacionais do petróleo bruto teimam em
situar-se a níveis cada vez mais altos, aproximando-se mesmo dos 50
USD/barril a variedade WTI (West Texas Intermediate), enquanto que as do
Brent rondam os 45 USD/barril.
Assim, as cotações médias do "spot dated" do Brent de Janeiro a Agosto de
2004 (em dólares/barril) encontram-se cerca de 22% acima da média de 2003
(Dubai: +21%; Cabinda: +18%), com reflexo inevitável e significativo ao
nível das cotações dos produtos. Por exemplo, as cotações CIF NWE Basis ARA
da "Regular unleaded" (gasolina) agravaram-se 30% de Janeiro a Agosto 2004,
enquanto que as do "Gasoil EN 590" (gasóleo) se agravaram 40%, em idêntico
período.
A continuar este "Choque Petrolífero", estima-se um agravamento da Factura
Energética Portuguesa, em 2004 relativamente a 2003, superior a mil milhões
de Euros (mais de 200 milhões de contos), registando-se, desde já,de Janeiro
a Agosto, um aumento dos preços médios em Portugal Continental de cerca de
13%, nas gasolinas e de 15 a 20% nos gasóleos."
Com um agravamento de 1000 milhões, não poderíamos ter invertido toda esta situação com um plano de eficiência energética nacional Porque é que não nos libertamos desta escravatura do petróleo?
quarta-feira, 6 de outubro de 2004
Embalagem comestível é feita com farinha de vegetal
Uma das apostas da reciclagem é exactamente a criação e comercialização de embalagens biodegradáveis! Os biofilmes permitem reduzir o tempo de vida da embalagem de modo a ser eliminada naturalmente.
Brasília, (Agência Brasil - ABr)Fonte- As embalagens biodegradáveis são uma das mais recentes alternativas que vêm despertando o interesse de pesquisadores brasileiros. As tradicionais embalagens de plásticos sintéticos, embora garantam a proteção desejada para diversos tipos de produtos, causam sérios problemas ao meio ambiente por não serem biodegradáveis.
Na Unicamp, o assunto é estudado por uma equipe do Laboratório de Engenharia de Processos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (Fea), composta pela professora Florencia Cecília Menegalli e pelas pós-graduandas Delia Rita Tapia Blácido e Eliane Colla. A partir da farinha de amaranto (planta encontrada na América Latina e consumida como alimento), Delia Rita chegou a um biofilme comestível. "Estudamos a viabilidade de desenvolvimento do produto, além de incentivar o cultivo do amaranto no país", explica Florência.
A pesquisa rendeu a dissertação de mestrado "Elaboração e caracterização de biofilmes à base de farinha de amaranto", orientada por Florencia, co-orientada pelo professor Paulo Sobral da USP, campus de Pirrassununga. Além desta pesquisa, o projeto também ganhou força dentro do Programa de Cooperação Cyted, que reúne países como Portugal e Espanha no incremento de biofilmes de origem natural.
Peruana, Delia Rita explica que desde menina viu o amaranto ser ingerido durante as refeições em seu país. "Lá utilizamos como cereal no café da manhã", afirma. Trata-se de um produto barato, com elevada qualidade protéica e alta concentração de carboidratos. "Seu valor nutricional chega a ser superior ao de outros cereais". Com isso, além de desenvolver um produto que não fosse nocivo ao meio ambiente, a equipe também conseguiu um filme que pode ser ingerido pelo consumidor e fazer bem à sua saúde.
O desafio maior, segundo Florência, é conseguir um material com propriedades mecânicas e de barreira equivalente aos utilizados tradicionalmente. "Os plásticos sintéticos têm a vantagem da resistência mecânica, ou seja, protegem muito bem o produto". No caso dos biodegradáveis, explica ela, a resistência é menor e a solubilidade é muito maior. No entanto, os biofilmes à base de amaranto têm excelentes propriedades de barreira à umidade e à migração de solutos importantes para a conservação dos alimentos. Justamente neste item é que Delia Rita prossegue com a pesquisa. Ela pretende adicionar outros bio-polímeros à farinha de amaranto com a finalidade de melhorar a resistência mecânica. Já Eliane Colla deve adicionar outros lipídeos com a finalidade de conseguir melhorar ainda mais as propriedades de barreira.
Uma das sugestões para o uso deste biofilme comestível é para a cobertura, aplicada diretamente na superfície dos alimentos. Florencia cita como exemplo frutas perecíveis como os morangos ou outras do gênero. "A embalagem pode até aumentar a vida útil do produto na prateleira, pois com a barreira há perda de umidade e a possibilidade de incorporar agentes anti-microbianos na própria embalagem".
Para se chegar ao biofilme, o amaranto passa por diversas etapas de transformação. Primeiro os grãos são macerados em solução alcalina após o qual são moídos e peneirados até se extrair a fibra. Depois da filtragem, faz-se a neutralização e centrifugação da solução para obtenção da farinha que é basicamente composta de amido, proteínas e lipídeos. A partir daí, para a formulação dos filmes é preparada uma suspensão do amaranto a uma dada concentração que é submetida a um processo térmico para sua gelatinização.
Em geral, o processo é realizado em 45 minutos. Após o qual é ajustado o pH e adicionado o plasticizante que aumentará a flexibilidade do filme. Neste ponto as misturas são colocadas em suportes e secadas. Só a secagem requer um tempo aproximado de oito horas. Nesta tese, utilizando técnicas de planejamento estatístico, foi encontrada a temperatura ideal de processo e secagem e a formulação na qual se obtinham maior resistência mecânica e menor solubilidade.
Amaranto é considerado alimento sagrado
Considerado como alimento sagrado para os povos maias, astecas e incas, o amaranto há muito é objeto de estudo de cientistas no mundo inteiro. O produto apresenta alto valor nutricional equivalente ao leite, carne e ovos. Seus grãos chamam atenção pelo alto conteúdo de proteínas (15%), gorduras e minerais. Também contém aminoácidos essenciais como a lisina, metionina e cistina, mantendo uma altíssima porcentagem desses elementos. A lisina, por exemplo, é o fator primordial para o desenvolvimento orgânico mental do homem.
É encontrado nos países andinos, no México e na Guatemala. A planta é consumida como vegetal e as sementes são usadas como cereal. Ainda há muito a se pesquisar sobre o amaranto, pois hoje há um grande interesse pelo seu desenvolvimento comercial nos Estados Unidos e em países da União Européia e da América Latina. No Brasil, porém, o amaranto é pouco conhecido, embora já existam esforços por parte da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF) – instituição que doou as sementes para a pesquisa da Unicamp – no sentido de adaptar espécies de várias regiões andinas aos solos
Brasília, (Agência Brasil - ABr)Fonte- As embalagens biodegradáveis são uma das mais recentes alternativas que vêm despertando o interesse de pesquisadores brasileiros. As tradicionais embalagens de plásticos sintéticos, embora garantam a proteção desejada para diversos tipos de produtos, causam sérios problemas ao meio ambiente por não serem biodegradáveis.
Na Unicamp, o assunto é estudado por uma equipe do Laboratório de Engenharia de Processos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (Fea), composta pela professora Florencia Cecília Menegalli e pelas pós-graduandas Delia Rita Tapia Blácido e Eliane Colla. A partir da farinha de amaranto (planta encontrada na América Latina e consumida como alimento), Delia Rita chegou a um biofilme comestível. "Estudamos a viabilidade de desenvolvimento do produto, além de incentivar o cultivo do amaranto no país", explica Florência.
A pesquisa rendeu a dissertação de mestrado "Elaboração e caracterização de biofilmes à base de farinha de amaranto", orientada por Florencia, co-orientada pelo professor Paulo Sobral da USP, campus de Pirrassununga. Além desta pesquisa, o projeto também ganhou força dentro do Programa de Cooperação Cyted, que reúne países como Portugal e Espanha no incremento de biofilmes de origem natural.
Peruana, Delia Rita explica que desde menina viu o amaranto ser ingerido durante as refeições em seu país. "Lá utilizamos como cereal no café da manhã", afirma. Trata-se de um produto barato, com elevada qualidade protéica e alta concentração de carboidratos. "Seu valor nutricional chega a ser superior ao de outros cereais". Com isso, além de desenvolver um produto que não fosse nocivo ao meio ambiente, a equipe também conseguiu um filme que pode ser ingerido pelo consumidor e fazer bem à sua saúde.
O desafio maior, segundo Florência, é conseguir um material com propriedades mecânicas e de barreira equivalente aos utilizados tradicionalmente. "Os plásticos sintéticos têm a vantagem da resistência mecânica, ou seja, protegem muito bem o produto". No caso dos biodegradáveis, explica ela, a resistência é menor e a solubilidade é muito maior. No entanto, os biofilmes à base de amaranto têm excelentes propriedades de barreira à umidade e à migração de solutos importantes para a conservação dos alimentos. Justamente neste item é que Delia Rita prossegue com a pesquisa. Ela pretende adicionar outros bio-polímeros à farinha de amaranto com a finalidade de melhorar a resistência mecânica. Já Eliane Colla deve adicionar outros lipídeos com a finalidade de conseguir melhorar ainda mais as propriedades de barreira.
Uma das sugestões para o uso deste biofilme comestível é para a cobertura, aplicada diretamente na superfície dos alimentos. Florencia cita como exemplo frutas perecíveis como os morangos ou outras do gênero. "A embalagem pode até aumentar a vida útil do produto na prateleira, pois com a barreira há perda de umidade e a possibilidade de incorporar agentes anti-microbianos na própria embalagem".
Para se chegar ao biofilme, o amaranto passa por diversas etapas de transformação. Primeiro os grãos são macerados em solução alcalina após o qual são moídos e peneirados até se extrair a fibra. Depois da filtragem, faz-se a neutralização e centrifugação da solução para obtenção da farinha que é basicamente composta de amido, proteínas e lipídeos. A partir daí, para a formulação dos filmes é preparada uma suspensão do amaranto a uma dada concentração que é submetida a um processo térmico para sua gelatinização.
Em geral, o processo é realizado em 45 minutos. Após o qual é ajustado o pH e adicionado o plasticizante que aumentará a flexibilidade do filme. Neste ponto as misturas são colocadas em suportes e secadas. Só a secagem requer um tempo aproximado de oito horas. Nesta tese, utilizando técnicas de planejamento estatístico, foi encontrada a temperatura ideal de processo e secagem e a formulação na qual se obtinham maior resistência mecânica e menor solubilidade.
Amaranto é considerado alimento sagrado
Considerado como alimento sagrado para os povos maias, astecas e incas, o amaranto há muito é objeto de estudo de cientistas no mundo inteiro. O produto apresenta alto valor nutricional equivalente ao leite, carne e ovos. Seus grãos chamam atenção pelo alto conteúdo de proteínas (15%), gorduras e minerais. Também contém aminoácidos essenciais como a lisina, metionina e cistina, mantendo uma altíssima porcentagem desses elementos. A lisina, por exemplo, é o fator primordial para o desenvolvimento orgânico mental do homem.
É encontrado nos países andinos, no México e na Guatemala. A planta é consumida como vegetal e as sementes são usadas como cereal. Ainda há muito a se pesquisar sobre o amaranto, pois hoje há um grande interesse pelo seu desenvolvimento comercial nos Estados Unidos e em países da União Européia e da América Latina. No Brasil, porém, o amaranto é pouco conhecido, embora já existam esforços por parte da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF) – instituição que doou as sementes para a pesquisa da Unicamp – no sentido de adaptar espécies de várias regiões andinas aos solos
segunda-feira, 4 de outubro de 2004
Dia Mundial do Animal
O Dia Mundial do Animal celebra-se anualmente a 4 de Outubro.
Origem da data
A data foi escolhida em 1931 durante uma convenção de ecologistas em Florença. A escolha teve em conta o facto do dia 4 de outubro ser o dia de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais.
O Dia Mundial do Animal é celebrado em vários países, através de diversos eventos e iniciativas. Nas escolas, sobretudo no ensino pré-escolar, as atividades no Dia Mundial do Animal deixam os mais pequenos encantados.
Principais objetivos da celebração do Dia Mundial do Animal
Sensibilizar a população para a necessidade de proteger os animais e a preservação de todas as espécies;
Mostrar a importância dos animais na vida das pessoas;
Celebrar a vida animal em todas as suas vertentes.
Actividades do dia
Nesta data realizam-se distintas atividades com base nos objetivos do dia, como por exemplo:
- Visitas a jardins zoológicos com peddy paper;
- Devolução de animais à natureza;
- Campanhas de adoção de animais abandonados;
- Passeios canis;
- Jogos ludo-pedagócios.
No dia 4 de outubro celebra-se também o Dia do Médico Veterinário, comemorando-se ao mesmo tempo o profissional que olha pela saúde dos animais domésticos.
Embora o dia 4 de Outubro seja designado o “Dia Mundial do Animal” na realidade, os membros da espécie humana também são animais, pelo que a designação mais correcta poderia ser “Dia Mundial do Animal “Não-Humano”. Os animais “não-humanos” são, claro, as principais vítimas de um fenómeno designado de “especismo” que se pode caracterizar por uma espécie de pensamento/ideologia ainda dominante na qual se considera que os animais “não-humanos” possuem, eticamente, um valor inferior aos animais humanos e como tal podem ser utilizados, mortos e abusados para as mais diversas actividades humanas. Uma das áreas em que essa exploração se faz sentir com maior intensidade é na área da “alimentação”, sendo a produção pecuária responsável pelo abate de milhões de animais em todo o mundo.
domingo, 3 de outubro de 2004
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sábado, 2 de outubro de 2004
James Joyce- Your battles inspired me
sexta-feira, 1 de outubro de 2004
Dia Nacional da Água
O Dia Nacional da Água comemora-se a 1 de Outubro, o dia que marca o início do ano hidrológico.
O Dia Nacional da Água é uma data de reflexão sobre os recursos hidrológicos e sobre a sua gestão a nível nacional. A gestão da água tem impacto em variados sectores, desde a saúde à alimentação, da energia à indústria, etc., sendo da responsabilidade de todos preservar este recurso.
Neste dia organizam-se múltiplas iniciativas em Portugal com a água, o recurso essencial à vida, em destaque.
Colóquios sobre a gestão da água, visitas a estações de tratamento de água, exposições, workshops, animação para as crianças, concertos, experiências científicas, mercadinhos, são exemplos de iniciativas realizadas no Dia Nacional da Água.
Dossiê BiotTerrra relacionado
Água
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