sábado, 15 de outubro de 2022

Porque não podemos ser cúmplices na transformação da emergência climática em fatalidade

Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) macho

Enquanto assistimos à transformação da emergência climática em fatalidade, não podemos continuar sentados à espera que os Estados e as organizações consigam alcançar os compromissos necessários e/ou a poderem agir mais, fazer mais.

De facto, eles têm de fazer mais e agir mais e devemos exigir-lhes isso de todas as formas possíveis, falando mais neste tema, trazendo-o todos os dias à praça pública e privada e exigindo ações concretas e não intenções vãs, que se perdem em programas eleitorais, narrativas ilusórias, ou pactos que não se cumprem ou se manipulam com fins esconsos.

Enquanto isto ocorre todos os dias, temos de nos perguntar o que nós, individualmente e em grupo, nas nossas casas, na nossa vida quotidiana, entre o trabalho e toda a vida que se desenha no nosso dia-a-dia, podemos fazer? E de tudo daquilo que achamos que podemos fazer, o que verdadeiramente queremos fazer? Isto é, até onde estamos dispostos a mudar os nossos estilos de vida de modo a podermos assegurar futuro às gerações mais jovens e sobretudo às vindouras? E quiçá talvez mesmo à nossa?!

As Nações Unidas têm incorporado na sua missão esta luta pelo Clima, têm liderado as investigações, os estudos bem como desenhado e exigido compromissos sérios em praça pública. Apesar do discurso duro do seu Secretário Geral, ‘o nosso’ António Guterres, e das suas boas e esclarecidas intenções, a verdade é que a sua ação pouco ou nada tem mudado a forma como Estados e organizações têm lidado com as Alterações Climáticas. No entanto, e porque as Nações Unidas têm tentado abordar a complexidade deste problema nas suas múltiplas dimensões, quer a nível individual, quer a nível coletivo e organizacional, identifico aqui as 10 dicas que nos deixa na sua página, para combater a crise climática para que todos possamos refletir e agir mais:

1. Dissemine informações – identifique e junte-se a movimentos locais que procuram compreender o problema e encontrar soluções e discutir alternativas;

2. Faça pressão política – pressione os políticos a nível local, regional e nacional e as empresas e organizações, a reconhecerem o seu papel e a agirem, a fazerem parte da solução: faça ouvir a sua voz, exija responsabilidades;

3. Mude o seu meio de transporte – Sabemos que não basta vender o carro e comprar uma bicicleta ou andar a pé, mas enquanto não criam melhores serviços de transporte coletivos, podemos reduzir ao máximo o uso do automóvel e até a sua substituição, nos casos em que já temos as soluções de transportes alternativos:

4. Controle o seu consumo de energia –reduzir o consumo será a solução – reveja todos os sistemas em casa (para poupar energia e tornar a sua casa mais eficiente) e procure fontes alternativas.

5. Adapte a sua dieta – apesar das controvérsias e pela sua saúde reduza o consumo de carne e peixe, aumente o dos vegetais e leguminosas.

6. Consuma produtos sustentáveis e de origem local, da estação. Sempre que possível plante e consuma os seus próprios alimentos. Mesmo não tendo terreno ou varanda, pode pedir à junta de freguesia ajuda ou organizar hortas coletivas/comunitárias.

7. Não desperdice comida, não compre o que não vai consumir e se comprar reaproveite-os ao máximo.

8. Vista-se com inteligência (climática) – reduza o consumo, reaproveite e conserve as roupas e procure roupas feitas com materiais sustentáveis e recicláveis.

9. Plante árvores – use aquela terra que herdou e não sabe o que lhe fazer e plante árvores, conserve e mantenha as árvores da sua rua e se possível organize-se para plantar mais.

10. Faça investimentos favoráveis ao planeta – trabalhe apenas com empresas que respeitem o ambiente e invistam na sustentabilidade social e ambiental. Faça as suas pesquisas e cruze informações.

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