A Comissão Europeia rotulou o nuclear e o gás como sustentáveis. Os críticos consideram isso "lavagem verde" e dizem que a medida ameaça a tentativa do bloco de se tornar neutro para o clima até 2050.
A Climate Action Network Europe diz que a Comissão Europeia "sacrifica a integridade científica da taxonomia no altar dos lóbis do gás e do nuclear" e não consegue "reorientar os fluxos financeiros para investimentos genuinamente positivos para o clima".
Um grupo de peritos que aconselham a UE sobre o assunto mostram-se preocupados com "os impactos ambientais que podem resultar", por exemplo, as consequências de um acidente nuclear.
A construção de novas centrais nucleares também levaria demasiado tempo a contribuir para os objetivos de neutralidade de 2050, acreditam eles.
A França, que obtém cerca de 70% da sua eletricidade a partir de centrais nucleares, encabeça o lóbi nuclear, sendo apoiada pela Polónia, Hungria, República Checa, Bulgária, Eslováquia e Finlândia. A Alemanha, contudo, está contra a energia nuclear e vai encerrar todas as suas centrais nucleares até ao final de 2022 na sequência do desastre de Fukushima em 2011.
A Dinamarca, a Áustria e o Luxemburgo partilham este ponto de vista, salientando o grande problema da armazenagem segura dos resíduos nucleares altamente radioativos.
A proposta de taxonomia da Comissão Europeia será revista pelos 27 estados membros da UE e pelo Parlamento Europeu, pelo que uma vitória no Parlamento Europeu ainda não é certa.
Parlamentares de todo o espectro político expressaram a sua fúria pela inclusão do gás e do nuclear na taxonomia da UE. A Áustria e o Luxemburgo já ameaçaram processar a Comissão Europeia por causa das regras da taxonomia. Marina Strauss, DW
Traduzido por O.Lima
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