quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Gás e nuclear na Taxonomia Verde Europeia



A Comissão Europeia rotulou o nuclear e o gás como sustentáveis. Os críticos consideram isso "lavagem verde" e dizem que a medida ameaça a tentativa do bloco de se tornar neutro para o clima até 2050. 
A Climate Action Network Europe diz que a Comissão Europeia "sacrifica a integridade científica da taxonomia no altar dos lóbis do gás e do nuclear" e não consegue "reorientar os fluxos financeiros para investimentos genuinamente positivos para o clima". 
Um grupo de peritos que aconselham a UE sobre o assunto mostram-se preocupados com "os impactos ambientais que podem resultar", por exemplo, as consequências de um acidente nuclear. 
A construção de novas centrais nucleares também levaria demasiado tempo a contribuir para os objetivos de neutralidade de 2050, acreditam eles. 
A França, que obtém cerca de 70% da sua eletricidade a partir de centrais nucleares, encabeça o lóbi nuclear, sendo apoiada pela Polónia, Hungria, República Checa, Bulgária, Eslováquia e Finlândia. A Alemanha, contudo, está contra a energia nuclear e vai encerrar todas as suas centrais nucleares até ao final de 2022 na sequência do desastre de Fukushima em 2011. 
A Dinamarca, a Áustria e o Luxemburgo partilham este ponto de vista, salientando o grande problema da armazenagem segura dos resíduos nucleares altamente radioativos. 
A proposta de taxonomia da Comissão Europeia será revista pelos 27 estados membros da UE e pelo Parlamento Europeu, pelo que uma vitória no Parlamento Europeu ainda não é certa. 
Parlamentares de todo o espectro político expressaram a sua fúria pela inclusão do gás e do nuclear na taxonomia da UE. A Áustria e o Luxemburgo já ameaçaram processar a Comissão Europeia por causa das regras da taxonomia. Marina Strauss, DW

Traduzido por O.Lima

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