terça-feira, 4 de novembro de 2025

Desconstruindo a ideia de "povo lusitano", ou "povo português luso" em detrimento dos "imigrantes".

Zigurate em Ur (moderno Tall al-Muqayyar, Iraque).

Quando a civilização suméria florescia na Mesopotâmia (aproximadamente entre 5.500 e 2.000 a.C.), a Península Ibérica também já era habitada — mas por povos pré-históricos que se encontravam na transição entre o Neolítico e a Idade do Bronze.
A Mesopotâmia foi uma região localizada entre os rios Tigre e Eufrates. Atualmente, corresponde aos territórios do Iraque, Irão e Jordânia, no Médio Oriente. O termo mesopotâmia tem origem grega e significa “terra entre rios”, uma referência à sua localização geográfica. Os povos que habitaram a região foram os babilónicos, assírios, sumérios e acádios. Os persas derrotaram os acádios em 539 a.C., encerrando o apogeu dos povos mesopotâmicos. A astronomia e a arquitetura são alguns legados culturais deixados pelos povos que habitaram a Mesopotâmia.

𝗘 𝗾𝘂𝗮𝗻𝘁𝗼 à 𝗣𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲? 𝗡ã𝗼 𝗲𝘅𝗶𝘀𝘁𝗶𝗮. É𝗿𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗽𝗼𝘃𝗼𝘀 𝗶𝗯é𝗿𝗶𝗰𝗼𝘀 𝐞... 𝐢𝐦𝐢𝐠𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬.
Muitos milénios depois dos mesopotâmicos. Aqui vai um resumo claro do que se passava na Península Ibérica nessa altura:

1. Neolítico Final e Calcolítico (c. 3500–2200 a.C.)
As comunidades eram agrícolas e pastoris, com uso de ferramentas de pedra polida e cerâmica.
Começavam a formar-se aldeias permanentes e havia cultivo de cereais, criação de gado e tecelagem.
Surgiam monumentos megalíticos (como antas e dólmens) usados para sepulturas coletivas e rituais.
No sul da Península (especialmente no atual Alentejo, Andaluzia e região de Los Millares), aparecem as primeiras metalurgias do cobre — daí o termo Calcolítico (ou Idade do Cobre).
2. Início da Idade do Bronze (c. 2200–1500 a.C.)
Desenvolve-se a metalurgia do bronze (liga de cobre e estanho).
Surgem sociedades mais hierarquizadas, com chefes locais e fortificações.
O famoso sítio arqueológico de Los Millares (Almería, Espanha) é um dos melhores exemplos dessa época.
Mais tarde, o povo de El Argar (também no sudeste ibérico) representa uma cultura avançada com estruturas sociais complexas e trocas comerciais.
Resumindo: Os primeiros povos que habitaram a Península Ibérica foram os iberos e os celtas, que mais tarde se fundiram nos celtiberos. Os iberos eram oriundos de África e estabeleceram-se na região, enquanto os celtas chegaram da Europa Central, trazendo consigo novas técnicas, como a metalurgia do ouro e ferro.

Anta de Zedes

𝐄 𝐨𝐬 𝐋𝐮𝐬𝐢𝐭𝐚𝐧𝐨𝐬? 𝐍ã𝐨 𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐨𝐬 ú𝐧𝐢𝐜𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐯𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 𝐚𝐜𝐭𝐮𝐚𝐥
Os Lusitanos foram um dos povos indo-europeu ou pré-celta, formados entre 800 e 600 a.C., que ocuparam a região do Douro e Tejo, sem escrita própria, de organização tribal e rural.
Além dos Lusitanos, também tinham uma implantação muito importante os Túrdulos, Célticos, Cónios, Galaicos (ou calaicos), Gróvios, e Vetões, entre outros que continuam a ser objeto de estudo conforme se realizam descobertas arqueológicas

𝐄 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐞𝐬𝐬𝐞𝐬 𝐩𝐨𝐯𝐨𝐬 𝐞 𝐭𝐫𝐢𝐛𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥, 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐛𝐢𝐨𝐥ó𝐠𝐢𝐜𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐟𝐚𝐥𝐚𝐧𝐝𝐨?
Eram Homo sapiens, como nós — descendentes das populações que chegaram à Península após o fim da última glaciação (c. 10.000 a.C.).
No entanto, a forma mais segura de averiguar se nós, os humanos modernos, temos ou não antepassados neandertais era sequenciar o genoma destes últimos. Tal conquista, que parecia impossível, foi realizada pelo cientista sueco Svante Pääbo e valeu-lhe o Prémio Nobel em 2022. Sabemos agora que muitos seres humanos transportam – ou transportamos – uma pequena percentagem de genes neandertais nas células. Portanto, há 40 mil ou 45 mil anos, vieram ao mundo crianças mestiças, que teriam pai neandertal e mãe sapiens, ou vice-versa.

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