segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Em que ficamos?


Por um lado, o Governo anuncia, pelo Ministro Álvaro Barreto, que quer portagens no acesso dos automóveis aos centros das cidades, a bem da redução de emissão de poluentes e menor dependência de petróleo. Por outro lado, o mesmo Governo aumentou as tarifas dos transportes públicos. Em que ficamos? 

Se, ao mesmo tempo assistimos à eliminação de carreiras da STCP, ao pré-colapso de várias empresas de transporte público e estamos com uma liberalização gananciosa dos preços das gasolinas que não vieram beneficiar o consumidor, então a propôr a primeira medida , baixe-se as tarifas dos transportes públicos! 
Mas outras soluções não faltam: crie-se (genuínos) passes intermodais, modernize-se a frota (venda generalizada de bilhetes pré-pagos por parte das empresas de transporte– aligeirando as demoras em paragens suburbanas; mais autocarros amigos do ambiente- reduzindo emissões poluentes) e amplie-se a rede de transportes públicos (há transporte escolar que não serve as escolas a todas as horas).


O aspecto de tarifas e relação transporte privado/transporte público não se esgota aqui. Infelizmente há modelos político- económicos e sociais que infernizam as opções por um melhor ambiente nas nossas cidades e a mobilidade em geral, como por exemplo a persistente desordenação urbanística dos últimos anos e o esvaziamento dos centros das cidades, obrigando ao constante movimento pendular entre metrópoles e as cidades periféricas, com custos a médio e longo prazo elevadíssimos (na saúde pública, no abandono escolar, na exclusão social, na degradação do património natural e cultural, etc. ).

Sem comentários: