quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Professores e investigadores apoiam ocupações da Greve Climática Estudantil

Cerca de uma centena de signatários de numerosas instituições de ensino portuguesas e estrangeiras declaram o seu apoio às ocupações de escolas e faculdades/universidades por parte dos jovens envolvidos que teve início esta segunda-feira.


Os signatários do Manifesto de Apoio ao Movimento Pacífico de Ocupação de Escolas pelas Greve Climática Estudantil afirmam-se movidos por “um imperativo de solidariedade”. O grupo independente de professoras e professores, de investigadoras e investigadores lembra os sucessivos alertas lançados pelo IPCC (Painel Inter-Governamental sobre Mudanças Climáticas) e sublinha que “a mudança não resultará de práticas individuais isoladas ou de hipotéticos expedientes tecnológicos, mas sim de decisões políticas firmes, que esperamos dos nossos governos”.

“Isso não acontecerá enquanto esses governos, sobretudo os mais responsáveis, atual e historicamente, pela poluição e utilização insustentável de comunidades e territórios inteiros, continuarem aliados aos interesses das petrolíferas e das grandes empresas extrativas”, apontam os cerca de cem signatários.

Defendendo que “é tempo de deixarmos de nos guiar pelas narrativas da civilização industrial do Norte Global que enviesam o modo como olhamos o mundo e nele vivemos as nossas vidas”, professoras e professores, investigadoras e investigadores aliam-se à causa estudantil “por um plano de governo concreto, exequível, para a neutralidade carbónica até 2030, salvaguardando a equidade de trabalho (e a transição justa para empregos para o clima), bens e garantias”.

Mas “não é só isso que é necessário para harmonizar a nossa casa comum”. Os signatários comprometem-se a “estar com a/os estudantes o mais possível” e manifestam a sua disponibilidade “para fazer aulas que contem com elas e eles e tratem dos problemas do clima e da justiça ambiental”. No documento, realçam ainda que irão intervir com as suas aptidões e conhecimentos a nível científico, crítico, criativo e pedagógico, discutir e (re)construir um desenho curricular que permita trabalhar sobre estas questões e organizar-se para debater as insuficiências a nível ambiental e social em cada uma das suas instituições. Os compromissos assumidos passam ainda por elencar e reivindicar as medidas específicas mais prementes para a mudança em cada escola e por participar em ações, construtivas e não coercivas, de alerta, alegria, debate e protesto, aliando estudantes e trabalhadores, com vista à mudança que urge implementar em prol da justiça ambiental e social.

O grupo independente de professoras e professores, de investigadoras e investigadores apelam a que demais pessoas da comunidade escolar e civil participem, quer subscrevendo o manifesto na plataforma M.A.E – Movimento de Ação Ecológica, quer apresentando sugestões e ações conjuntas.

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