Projecto dos abacates
Domingo passado, levámos o absurdo projecto dos abacates perto de Bruxelas, através do programa Europamagazin do canal televisivo alemão ARD.Temos esperanças de que a União Europeia se aperceba do impedimento que certas decisões políticas, e lobbies agrícolas poderosos, estão a colocar aos imperiosos e louváveis objectivos comunitários de conservação da natureza.Este projecto é um óbvio exemplo disso, colocando em causa a sobrevivência de um vasto e variado ecossistema na bacia do Sado, assim como das comunidades humanas locais, por via da depleção do aquífero, além da directa destruição e fragmentação de habitats .As populações de Grândola e Alcácer do Sal estão unidas na oposição a este projecto. Aparentemente, só o Presidente da Câmara de Alcácer do Sal é que não.As necessidades hídricas constantes no EIA reformulado do projecto em epígrafe são 3,997 hm3/ano, 2,858 hm3/ano extraídos do aquífero e 1,139 hm3/ano de água do canal.Assumindo que continua a não ser possível usar água do canal para regar culturas não temporárias (como é o caso dos abacateiros), se compararmos com os últimos dados (2021) de consumos públicos (domésticos + municipais) do Pordata, chegamos à conclusão de que a extração de água de aquífero estimada no projeto reformulado, é equivalente à água distribuída pela rede pública para:- 55% de toda a água consumida no Alentejo Litoral- 3,42 vezes toda a água consumida no concelho de Alcácer do Sal (2º maior concelho em área de Portugal)- 2,60 vezes toda a água consumida no concelho de Odemira (maior concelho em área de Portugal)- 2,14 vezes toda a água consumida no concelho de Grândola- 3 vezes toda a água consumida no concelho de Santiago do Cacém- 3,05 vezes toda a água consumida no concelho de Sines(Já estão licenciados para o concelho de Alcácer por autorizações dos últimos anos 13,06 hm3/ano.)
Original: aqui
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