Mariana Mortágua afirmou esta segunda-feira no início do programa "Linhas Vermelhas", da SIC Notícias, que é perseguida "por um membro destacado do Chega" por ser lésbica.
A deputada e candidata à liderança do Bloco de Esquerda disse que, apenas no último ano, foi alvo de três ações judiciais levadas a cabo por duas pessoas: uma por Marco Galinha, dono do grupo Global Media, por ter identificado "o seu sogro como um oligarca russo" e outras duas "por um membro destacado do Chega".
"Estes processos têm um intuito muito claro, que é o desgaste público e político, quanto mais não seja porque, no decorrer destes processos, a comunicação social vai dando nota de que eles acontecem, mesmo que o seu desfecho seja o arquivamento. E eu sei que este tipo de pressão e perseguição política vai continuar e até subir de nível, seja porque sou mulher, seja porque sou de Esquerda, seja porque sou uma mulher lésbica, seja porque sou filha de um resistente antifascista com um passado e uma importante história, seja porque, aparentemente, tenho o dom de incomodar algumas pessoas com muito poder", afirmou Mariana Mortágua, acrescentando que, "infelizmente, nos dias que correm, para algumas pessoas vale tudo na política".
A deputada garantiu que está "preparada para tudo" e que vai continuar a fazer o seu trabalho como até aqui e que neste momento está centrado na comissão de inquérito à TAP.
No dia 21 de abril, o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) decidiu arquivar o processo contra Mariana Mortágua, no qual a deputada do BE era acusada de violar o regime de exclusividade por fazer comentário político na SIC Notícias.
“Decide-se julgar totalmente improcedentes os requerimentos apresentados pelos assistentes e, consequentemente: não pronunciar a arguida pela prática de um crime de peculato (…) e pela prática de um crime de recebimento indevido de vantagem”, lê-se na decisão instrutória, assinada pela juíza Gabriela Assunção.
Em comunicado, o BE referiu entretanto que, “pela segunda vez, a Justiça decidiu que a queixa movida contra Mariana Mortágua não tem fundamento”, considerando que se confirma que “os queixosos e respetivos advogados (um candidato do Chega e outro quatro vezes condenado por burla) não conseguiram associar a Justiça a uma perseguição política”.
“Para Mariana Mortágua ou qualquer outro dirigente do Bloco de Esquerda, estas tentativas de retaliação servem de encorajamento à denúncia, que continuaremos a fazer, das redes e negócios da oligarquia russa e da extrema-direita”, assegura.
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