O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, denunciou a presença militar ilegal dos EUA na Síria, alertando que Washington está a procurar fracturar o país árabe.
Numa entrevista à RT Arabic, esta terça-feira, a que a PressTV faz referência, Ryabkov sublinhou a oposição de Moscovo ao cenário norte-americano de «uma divisão de facto da Síria».
«Uma das principais razões para a instabilidade e perpetuação do conflito na Síria é a presença ilegal dos Estados Unidos no país», disse, frisando que Moscovo está a agir de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que «confirmou a integridade territorial da Síria».
A convite do governo sírio, a Rússia tem ajudado o Exército Árabe Sírio e seus aliados na batalha contra o terrorismo, sobretudo fornecendo apoio aéreo às operações no terreno contra os grupos terroristas apoiados por países estrangeiros.
Síria alerta para «roubo à mão armada» do seu petróleo
Já as tropas dos EUA – tal como as de outros países ocidentais ao longo da guerra de agressão – estiveram e estão em território sírio sem autorização do governo de Damasco ou um mandato da ONU.
As tropas de Washington, que há muito colaboram com forças – também terroristas – que na Síria operam contra o governo legítimo do país, têm roubado de forma sistemática os recursos naturais do país, sobretudo petróleo e gás.
Actualmente, refere a PressTV, estão destacadas no país levantino cerca de 900 tropas dos EUA, que se mantêm no Norte e Nordeste, numa região controlada pelas chamadas Forças Democráticas Sírias, formadas na sua grande maioria por militantes curdos.
No Sul, tudo mais calmo
A província de Daraa e, sobretudo, a região em torno da sua capital recuperaram a estabilidade na sequência do acordo de reconciliação alcançado na semana passada sob mediação russa e proposto pelo governo sírio.
O general Mohamed Yussef Sheikh Ahmad confirmou à Prensa Latina o regresso da população a suas casas, bem como a tranquilidade que reina no Bairro de Daraa al-Balad e em terras circundantes, como al-Yadudah, cujo controlo total o Exército não detinha desde 2012, quando ficou à mercê de grupos de mercenários e terroristas, e foi privada por completo das instituições do Estado.
O oficial disse ainda que, até ao momento, tinham sido indultadas quase três mil pessoas, entre militantes armados, procurados e desertores, que entregaram voluntariamente as suas armas.
Entretanto, noticia a agência SANA, este processo continua, enquanto os sapadores do Exército limpam espaços urbanos e zonas agrícolas em redor para detectar minas, explosivos, armas e munições.
Viaturas do Exército e da província de Daraa têm estado a remover escombros e reabrir ruas, e equipas de engenheiros estão a avaliar danos para poderem reabilitar escolas, centros de saúde e outros espaços públicos.
Grande esforço está também a ser realizado pelas autoridades, segundo revela a SANA, para que o serviço de electricidade seja restaurado, prevendo-se que a luz comece a voltar a Daraa al-Balad e zonas circundantes esta quinta-feira.
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