sexta-feira, 7 de julho de 2023

O Planeta continua a aquecer!

Num caminho cujo final se desconhece, mas se antevê seja um precipício, o Planeta continua a aquecer!

Dia 4 de Julho foi o dia mais quente do mundo já registado, ultrapassando o recorde de 17,01°C da véspera, dia 3, atingindo a temperatura média global 17,18°C; os especialistas preveem que este recorde seja ultrapassado em breve.

Os recordes mundiais de temperatura foram quebrados pelo segundo dia consecutivo, e os especialistas emitiram um alerta de que os dias mais quentes deste ano ainda estão por vir – e com eles os dias mais quentes já registados. (Fonte: Centro Nacional de Previsão Ambiental dos EUA).

Em 2020, a temperatura média global ficou cerca de 1,2°C acima do nível pré-industrial. Para este ano, com a formação do fenómeno El Niño agravado pelas mudanças climáticas, já ultrapassamos os recordes da temperatura média global do ar na Terra duas vezes. A previsão é que o mês de Julho seja o mais quente de todos os tempos. Nos próximos meses, o mundo pode ultrapassar o marco de aquecimento de 1,5°C com ondas de calor intenso (Fonte: BBC).

O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC deixa claro: se ultrapassarmos 1,5°C de aquecimento as consequências serão irreversíveis e estamos perigosamente à beira do precipício. O mundo enfrentará uma crise humanitária sem precedentes. (Fonte: ONU - Relatório do Estado do Clima Global da Organização Meteorológica Mundial (OMM)

Por isso, e não só, defender o ambiente é defender a vida de cada um de nós: a Agência Europeia do Ambiente (AEA) estima que 18% das mortes por doenças cardíacas na Europa são causadas por problemas ambientais, nomeadamente a poluição e as temperaturas extremas Este número está subestimado, pois há muitos parâmetros ambientais que não foram considerados no estudo. (Fonte: Lusa, 23/06/2023).

Por que é que a Terra está a aquecer tanto nos últimos 100 anos?

Durante milhares de anos, a natureza regulou a concentração de gases na atmosfera que retêm o calor emitido pela Terra e agem como uma estufa para permitir a vida no planeta. Isso começou a mudar depois da Revolução Industrial quando indústrias passaram a queimar combustíveis fósseis como fonte de energia e promover o consumo e descarte em massa, causando um aumento exponencial das emissões não naturais de gases do efeito estufa. Neste curto período de 150 anos, o planeta ficou coberto por uma capa densa de gases que aprisiona o calor do Sol.

Uma pesquisa publicada pela Science reconstruiu a temperatura do planeta nos últimos 11 mil anos e chegou a mesma conclusão que relatórios já vinha alertando: no século XX a Terra aqueceu mais do que em qualquer outro momento desde o fim da última era glacial.

Quem são os principais poluidores?

Dados mostram que 100 empresas de combustíveis fósseis são responsáveis por 70% das emissões de gases efeito estufa históricas de todo o planeta e as 20 maiores Petrolíferas e Companhias de Gás são responsáveis por um terço de toda essa emissão sozinhas . A americana Chevron sozinha tem emissões projetadas equivalentes às emissões anuais de 364 centrais a carvão, e mais do que as emissões de 10 países europeus combinadas por um período semelhante de três anos.

Apesar de todos conhecerem esses dados, a indústria do petróleo investe milhões de dólares para persuadir tomadores de decisão, acionistas e o público que leva a sério a ação climática (Influence Map- 2022).

O caminho é a redução do consumo, o aumento da eficiência energética, a pesquisa de novas fontes de energia menos poluentes, a par com a renaturalização de amplas áreas do planeta.[IPCC AR6 Synthesis Report: Summary for Policymakers 2023]

P.S. O IPCC conta com a revisão de 270 autores-pesquiadores de 67 países e mais outros 675 colaboradores ao redor do mundo debruçados sobre mais de 34 mil artigos e 62 mil comentários de países para organizar a análise científica.

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