Em complemento ao que já foi dito aqui, sugiro a leitura da seguinte informação. Apesar dos seus progressos, diversos estudos académicos têm apontado limitações importantes que comprometem a sua eficácia ambiental.
Entre as principais críticas destaca-se a lentidão dos processos de avaliação e autorização, que faz com que muitas substâncias perigosas permaneçam no mercado durante anos antes de qualquer restrição efetiva. A qualidade e transparência dos dados submetidos pelas empresas também suscitam dúvidas: análises recentes revelam que mais de metade dos estudos utilizados não seguem padrões regulatórios consistentes.
Outro ponto central é a avaliação insuficiente dos efeitos combinados de misturas químicas. O REACH tende a analisar substâncias isoladamente, ignorando o chamado efeito cocktail, em que misturas de compostos aparentemente inofensivos podem causar sérios impactos sobre ecossistemas aquáticos e terrestres. Investigadores e organizações ambientais defendem a introdução de um mixture assessment factor para refletir melhor a realidade ecológica.
Estudos em ecotoxicologia demonstram que os dados de toxicidade ambiental no REACH são incompletos ou de baixa qualidade, o que dificulta a avaliação da pegada ecológica das substâncias. Isto tem implicações diretas na biodiversidade, na contaminação da água e do solo, e na saúde dos ecossistemas.
Além disso, há disparidades na aplicação entre Estados-Membros, o que fragiliza a coerência da proteção ambiental. A indústria, por seu lado, reconhece o valor do REACH, mas critica os custos e a burocracia associados.
1. Comissão Europeia / ECHA

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