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Para: Assembleia da República, Primeiro-Ministro e Presidente da República
Nós, cidadãos abaixo-assinados, manifestamos a nossa profunda indignação e exigimos a demissão imediata da Ministra da Saúde, em consequência das falhas graves e reiteradas no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que têm colocado em risco vidas humanas — incluindo bebés, crianças e grávidas.
Situação atual
O SNS encontra-se entupido, envelhecido e incapaz de responder às necessidades básicas da população.
Casos recentes expõem a gravidade:
- Bebés a nascerem em ambulâncias, estradas e até na rua, por falta de resposta hospitalar atempada.
- Grávidas enviadas de hospital em hospital sem atendimento adequado, resultando em mortes evitáveis.
- Crianças encaminhadas para hospitais sem pediatria e grávidas para hospitais sem urgência obstétrica.
- Doentes obrigados a ligar previamente para a Linha SNS 24 para serem atendidos em hospitais públicos.
Isto é ilegal: nenhum hospital pode recusar atendimento de urgência, com ou sem contacto prévio com o SNS 24. O direito à saúde e ao socorro médico é constitucional e universal — e está acima de qualquer linha telefónica ou norma administrativa.
Também é ilegal negar o direito ao acompanhante:
- em partos,
- em internamentos,
- em pediatria,
- e em urgências, onde muitas vezes os cidadãos são impedidos de ter alguém ao seu lado em momentos de grande fragilidade.
A gestão hospitalar não está acima da lei e deve respeitar estes direitos fundamentais.
Dados que confirmam,
- Listas de espera: primeira consulta cresceu 46% face a 2022; cirurgias aumentaram 13%.
- Apenas 60% dos atendimentos nas urgências respeitam o tempo definido pela triagem.
- Taxa de ocupação hospitalar em 91%, a mais elevada da última década.
- Portugal tem apenas 3,5 camas hospitalares por 1000 habitantes, muito abaixo da média europeia.
- Centros de saúde degradados, sem condições físicas nem humanas: horários reduzidos, falta de médicos, enfermeiros e auxiliares.
Direitos fundamentais violados
1. Constituição da República Portuguesa
O artigo 64.º garante a todos os cidadãos o direito à proteção da saúde e o acesso universal e tendencialmente gratuito aos cuidados de saúde. O Estado tem o dever de assegurar esse direito.
2. Lei n.º 15/2014 (Direitos e Deveres do Utente)
Artigo 3.º: nenhum utente pode ser privado de cuidados de saúde por motivos económicos, sociais ou administrativos.
Artigo 12.º: todos os utentes têm direito a acompanhante, em internamento e em urgência, incluindo grávidas, crianças, pessoas dependentes ou com deficiência
3. Portaria n.º 142/2017, de 14 de abril
Regulamenta e reforça o direito a acompanhante nos serviços de urgência e internamento do SNS. Os hospitais são obrigados a criar condições para que este direito seja respeitado. A gestão hospitalar não está acima da lei.
4. Portaria n.º 23/2025/1, de 29 de janeiro
Estabelece que, mesmo que o utente chegue ao hospital sem contacto prévio com a Linha SNS 24, deve ser:
Facultado o acesso à Linha para encaminhamento;
E, caso não seja possível, deve ser inscrito no serviço de urgência e sujeito a triagem hospitalar.
A portaria sublinha que “não pode resultar falta de resposta em saúde ajustada à condição clínica do utente”, incluindo no acompanhamento dos seus familiares.
Isto significa que nenhum hospital pode recusar atendimento por falta de chamada prévia à Linha SNS 24, sendo essa prática ilegal e contrária à Constituição, à Lei e à Portaria
Direitos humanos em risco
- O direito ao atendimento médico imediato não pode ser condicionado a chamadas telefónicas ou autorizações burocráticas.
- O direito a um acompanhante em partos, internamentos, pediatria e urgências é legalmente reconhecido e não pode ser negado arbitrariamente.
- A ausência de condições nos centros de saúde prejudica utentes e funcionários, criando sobrecarga, stress, burnout e desumanização.
- As falhas do SNS têm efeitos psicológicos devastadores: famílias traumatizadas, profissionais culpabilizados, utentes sem confiança no sistema.
Responsabilidade política
Quando o Estado falha em proteger a vida e a dignidade dos cidadãos, deve haver responsabilização política imediata.
Não é aceitável continuar a normalizar tragédias evitáveis. A demissão da Ministra da Saúde é uma exigência ética, política e social.
O que exigimos
1. Demissão imediata da Ministra da Saúde.
2. Garantia de atendimento hospitalar imediato a qualquer cidadão, sem exigência de contacto prévio com o SNS 24.
3. Cumprimento integral do direito a acompanhante em partos, internamentos, pediatria e urgências.
4. Reforma urgente da Linha SNS 24 e SNS Grávida, que não pode substituir o acesso direto ao hospital.
5. Plano emergencial de reforço de recursos humanos e infraestruturas, com contratação imediata de médicos, enfermeiros, auxiliares e investimento nos centros de saúde.
6. Investimento público sério no SNS, com aumento de camas hospitalares, modernização de instalações e condições de trabalho dignas.
7. Protocolos nacionais de transporte de grávidas e recém-nascidos, para evitar tragédias evitáveis.
8. Auditoria independente ao SNS, com relatórios públicos e responsabilização administrativa e política pelas falhas graves
A saúde é um direito constitucional, não um privilégio. Não podemos assistir passivamente a um colapso que ceifa vidas e destrói a confiança no SNS.
Assinamos esta petição por justiça, dignidade e responsabilização política. Porque nenhum bebé deve nascer numa estrada, nenhuma grávida deve ser abandonada, nenhum cidadão deve ser recusado ou deixado sozinho num hospital.
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2 comentários:
Entre as brumas da memória: "Dizem que é ministra de um Governo de Portugal"
https://entreasbrumasdamemoria.blogspot.com/2025/11/dizem-que-e-ministra-de-um-governo-de.html
Estimado Manuel Pinto já tinha lido. Muito obrigado. Um abraço!
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