No passado 16 de novembro comemorou-se o Dia Internacional para a Tolerância, uma óptima oportunidade para a reflexão.
Nesta ocasião são desenvolvidas diversas ações para combater os mais variados tipos de intolerância cultural, económica, religiosa, sexual e racial, por exemplo.
Em finais dos anos 90, plurificava projectos culturais e artísticos em defesa da multiculturalidade, do elogio das diferentes culturas da ecologia humana.
Com o advento das redes sociais e sobretudo as décadas de 20 e 21 trouxe-nos o inverso: o discurso do ódio, retoma de conceitos ultranacionalistas que pensávamos estar bem enterrados na História apareceram.
Bastaram 4 anos de Trumpismo e 4 anos de Bolsonarismo e, todo o trabalho institucional e ambientalista e global de educação ambiental caiu por terra. Surgiram conceitos novos e assustadores: wokismo, Q-Anon, milícias, desregulação completa das democracias com o poderio da Big-Tech, do negócio dos pesticidas e da Big Pharma. Não estamos nada bem.
Há de facto um crescimento acelerado dos movimentos políticos de extrema-direita nos EUA, Canadá está a ficar influenciado e na Europa. Como nos defendermos? Como mitigar e reduzir o espectro de acção da extrema-direita?
Por outro lado e à luz da Tolerância Profunda, como classificar os regimes teocráticos Islâmicos, o Vaticano, o regime da Federação Russa? E o regime da China (aqui nem movimentos ambientalistas conhecemos).
Esta dicotomia Ocidente/Oriente só acentua a extrema direita. Têm todos em comum um discurso apelativo: um inimigo sócio-económico a abater (nos EUA os hispânicos, orientais, asiáticos e negros, entre nós os ciganos) e a supremacia de "homens bons" - termo claramente populista e demagógico.
Nascem todos de ideologias fanáticas anti-feministas, anti-aborto e homofóbicas.
Com a COP27 também foi notório o conflito Norte global e Sul global.
Em conclusão:
Muitas vezes, o que não toleramos no outro é o reflexo daquilo que não suportamos em nós mesmos e, por ser inconsciente, não conseguimos modificar. É essencial fazer um exercício de autoconhecimento e tornar esse facto consciente, para, então, trabalhá-lo.
Identificar o que incomoda nas pessoas e na própria natureza favorece a autocrítica adequada e o controlo das emoções e atitudes.
Sejamos tolerantes !
Sem comentários:
Enviar um comentário