A letra de "Tomorrow Never Knows", dos Beatles, convida o ouvinte a uma experiência de desapego e expansão da consciência, inspirada pelo livro "The Psychedelic Experience" e pelo "Livro Tibetano dos Mortos". Logo no início, o verso “Turn off your mind, relax and float downstream” (Desligue sua mente, relaxe e deixe-se levar pela correnteza) propõe não uma fuga da realidade, mas um mergulho em um estado mental onde o ego se dissolve. A ideia de "morte" aqui não é literal, mas representa a transformação interna e o abandono das limitações do eu, conceito central nas práticas espirituais orientais e nas obras que influenciaram John Lennon. A repetição de “It is not dying” (Não é morrer) reforça essa noção de mudança interior, e não de fim físico.
A canção também aborda temas como amor universal e rejeição ao materialismo, evidentes em “That love is all and love is everyone” (Que o amor é tudo e o amor é todos), destacando a busca por significado interior e a valorização da espiritualidade. O verso “But listen to the colour of your dreams” (Mas ouça a cor dos seus sonhos) traz uma metáfora sensorial típica das experiências psicodélicas, sugerindo que a percepção pode ir além dos sentidos tradicionais. O título, criado espontaneamente por Ringo Starr, reforça a ideia de que o futuro é incerto e que o essencial é viver o presente com mente aberta. Por fim, a estrutura circular da música, marcada pela repetição de “Of the beginning” (Do começo), sugere que a existência é um ciclo contínuo, sem fim definitivo, apenas novos começos.
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