quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Há 40 anos, John Lennon morreu para viver para sempre. A minha escolha.


Tomorrow Never Knows

Turn off your mind, relax and float downstream
It is not dying
It is not dying

Lay down all thoughts, surrender to the void
It is shining
It is shining

That you may see the meaning of within
It is being
It is being

That love is all and love is everyone
It is knowing
It is knowing

That ignorance and hate may mourn the dead
It is believing
It is believing

But listen to the colour of your dreams
It is not living
It is not living

Or play the Game Existence to the end
Of the beginning

A letra de "Tomorrow Never Knows", dos Beatles, convida o ouvinte a uma experiência de desapego e expansão da consciência, inspirada pelo livro "The Psychedelic Experience" e pelo "Livro Tibetano dos Mortos". Logo no início, o verso “Turn off your mind, relax and float downstream” (Desligue sua mente, relaxe e deixe-se levar pela correnteza) propõe não uma fuga da realidade, mas um mergulho em um estado mental onde o ego se dissolve. A ideia de "morte" aqui não é literal, mas representa a transformação interna e o abandono das limitações do eu, conceito central nas práticas espirituais orientais e nas obras que influenciaram John Lennon. A repetição de “It is not dying” (Não é morrer) reforça essa noção de mudança interior, e não de fim físico.

A canção também aborda temas como amor universal e rejeição ao materialismo, evidentes em “That love is all and love is everyone” (Que o amor é tudo e o amor é todos), destacando a busca por significado interior e a valorização da espiritualidade. O verso “But listen to the colour of your dreams” (Mas ouça a cor dos seus sonhos) traz uma metáfora sensorial típica das experiências psicodélicas, sugerindo que a percepção pode ir além dos sentidos tradicionais. O título, criado espontaneamente por Ringo Starr, reforça a ideia de que o futuro é incerto e que o essencial é viver o presente com mente aberta. Por fim, a estrutura circular da música, marcada pela repetição de “Of the beginning” (Do começo), sugere que a existência é um ciclo contínuo, sem fim definitivo, apenas novos começos.

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