Por António Vidigal
A Alemanha anunciou a construção do quinto terminal LNG flutuante (FSRU). As coisas estão encaminhadas para não se passar frio na Alemanha este Inverno.
A ENGIE assinou em nome do Governo Alemão um acordo, por 5 anos, com a empresa do Texas Excelerate Energy, para mais um FSRU que ficará instalado no porto de Wilhelmshaven, onde já existirá outro, contratado pela RWE. Este terminal terá a capacidade de 5 bcm e entrará em funcionamento antes do Inverno de 2023.
A Alemanha importava 95 bcm da Rússia por vários pipelines e está a substitui-los rapidamente. O Governo Alemão anunciou em Maio um orçamento de 3 milhares de milhões de Euros para a nova infraestrutura de LNG.
A Alemanha não dispõe, neste momento, de nenhum terminal LNG. Na Península Ibérica existem 7. A Alemanha está rapidamente a eliminar esta restrição.
Como parte do programa de terminais flutuantes, a RWE já contratou, em charter, 2 VSRU e a Uniper outros 2. Mas o primeiro VSRU a entrar em funcionamento será o da ReGas, a 1 de Dezembro deste ano. Ficará no porto alemão de Lubmin, onde terminam os gasodutos Nord Stream 1 e 2.
Os FSRUs contratados pela RWE ficarão nos portos de Wilhelmshaven e de Brunsbüttel e deverão estar em operação no final deste anos ou no início de 2023.
Os 6 VSRU terão uma capacidade de quase 30 bcm, o que compara com os 55 bcm de capacidade do gasoduto Nord Stream 1.
Temos de dar razão a Macron, pois no curto prazo esta solução faz mais sentido técnico e económico do que o gasoduto Ibérico cuja capacidade ficaria limitada pelo troço MidCat que teria apenas capacidade de 7 bcm.
Concluir o MidCat levaria certamente vários anos, solução que viria fora de tempo e que não tem comparação em rapidez de implementação com as soluções FSRU.
Mas o que vai certamente acontecer, a partir do fim do ano é uma maior procura de LNG, o que vai causar pressão no mercado. Uma situação agravada na Península Ibérica, em virtude da possibilidade de uma diminuição do fornecimento de gás natural pelos gasodutos da Argélia.
Espanha está com relações difíceis com a Argélia que está a ser alvo de um intenso namoro por parte da Itália e da França. Um tema a que Portugal tem de estar atento.
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