domingo, 20 de outubro de 2019

Portuguesa com missão de poupar água ganha prémio de inovação europeu

O prémio foi atribuído pelo trabalho na Trigger Systems, um sistema de rega inteligente que já ajudou a Câmara de Lisboa a poupar mais de 100 mil euros em água.



Aos 25 anos, a jovem agrónoma Sara Guimarães Gonçalves foi uma das vencedoras deste ano dos prémios do Instituto Europeu de Inovação em Tecnologia (EIT) pela sua missão de poupar água através de sistemas inteligentes. Ganhou na categoria EIT Woman, que se destina a destacar projectos desenvolvidos por mulheres na União Europeia.

A vitória foi-lhe atribuída pelo trabalho realizado nos últimos dois anos com a Trigger Systems, uma startup que ajudou a fundar em 2017 para automatizar sistemas de rega em parques, jardins e campos agrícolas, quando estava no último ano da faculdade. A cidade de Lisboa já tem o sistema instalado no Parque Eduardo VII, no Jardim da Estrela, nos Jardins do Campo Grande e na Quinta das Conchas.

“É sempre um pouco paradoxal ganhar numa categoria destinada a eleger mulheres. Por um lado, o reconhecimento é óptimo, mas, por outro, espero que daqui a uns anos este tipo de prémios deixem de ser necessários”, admite ao PÚBLICO Sara Gonçalves, pouco depois da cerimónia de entrega de prémios do EIT em Budapeste. Apesar da licenciatura em Agronomia, aprendeu a programar durante um projecto no último ano da faculdade e está agora a meio de um mestrado em Bioengenharia. “Ainda há muito preconceito em relação às mulheres nestas áreas, mas é preciso deixar de olhar para o género. É preciso existirem tantas mulheres como homens a trabalhar na área de inovação a tecnologia.” Além do reconhecimento, o prémio vem acompanhado de 20 mil euros que Sara Gonçalves diz que vão ser utilizados para continuar a desenvolver o produto.

“O próximo passo é arranjar mais parceiros em Portugal e depois em Espanha, França e Brasil”, prevê Sara Gonçalves, que trabalha lado a lado com Francisco Manso, outro engenheiro agrónomo, mas com mais 20 anos de experiência na área.

A tecnologia depende de uma plataforma online em que são programados algoritmos que são capazes de prever a quantidade de água de que as plantas precisam – o resultado é enviado para o equipamento que está a ser instalado em jardins públicos, campos de golfe e quintas por todos o país.

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