O Que É Economia Criativa?
O conceito de economia criativa, ou Creative Economy, em inglês, tem um figura paterna clara em John Howkins e seu livro “The Creative Economy: How People Make Money From Ideas”, publicado em 2001 e traduzido para diversas línguas, inclusive o português.
Por aqui, a obra se chama “Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas”
A ideia central da economia criativa é incluir processos, ideias e empreendimentos que usam a criatividade como destaque para a criação de um produto.
O termo e sua consequente popularidade ganhou espaço inclusive na criação de políticas públicas, especialmente na China – onde o próprio Howkins atuou – e também no Reino Unido e Estados Unidos.
O Brasil também atentou para esse potencial. Em 2012, foi criada a Secretaria de Economia Criativa, inicialmente vinculada ao Ministério da Cultura.
Quais São Os Nichos Da Economia Criativa?
Para focar a atuação e serem criadas estratégias direcionadas, foram definidos 20 setores dentro da economia criativa.
São eles:
Artes cénicas
Música
Artes visuais
Literatura e mercado editorial
Audiovisual
Animação
Games
Softwares aplicados à economia criativa
Publicidade
Rádio
TV
Moda
Arquitetura
Design
Gastronomia
Cultura popular
Artesanato
Entretenimento
Eventos
Turismo cultural.
Portanto, uma música é um exemplo de economia criativa, assim como o Carnaval do Rio de Janeiro, o Copan de Niemeyer e uma produção audiovisual, como Tropa de Elite.
Um exemplo interessante que também pode ser citado é a obra do artista Vik Muniz. Ela entra no espectro da economia criativa, assim como o documentário Lixo Extraordinário, sobre a relação dele com os catadores no aterro do Jardim Gramacho e as obras criadas com o material reciclado.
Na obra de Muniz, inclusive, é possível para traçar bem claramente a ligação entre economia criativa e sustentabilidade.
Como Surgiu A Economia Criativa?
O termo economia criativa surgiu em um contexto de valorização e exploração do potencial humanístico e financeiro da cultura, criatividade e imaginação.
Já a economia criativa em si é muito mais antiga do que isso, já que a produção e venda de arte, por exemplo, é algo que acontece há séculos.
O mais interessante de notar aqui não é tanto a origem da expressão economia criativa e a visão de Howkins, mas sua importância e os novos termos que foram surgindo e sendo relacionados na esteira.
Por exemplo, as indústrias criativas fazem parte dessa economia criativa.
O Department of Culture, Media and Sports (DCMS), do governo britânico, divide essas indústrias em nove setores, que se assemelham em muito aos que a secretaria do governo brasileiro selecionou (Audiovisual, TV e Rádio estão no mesmo setor para o DCMS).Os números da economia criativa são impressionantes e só devem crescer
Qual A Importância Da Economia Criativa?
Pelo que vimos até aqui, já é possível entender o quão significativa é a importância da economia criativa.
Além dos números citados acima sobre geração de empregos e valor no Brasil, há ainda outros que são impressionantes.
De acordo com pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, se a economia criativa fosse um país, teria o quarto maior PIB, de 4,3 biliões de dólares.
O número de trabalhadores também impressiona: 144 milhões de profissionais no mundo fazem parte da economia criativa.
Segundo Howkins, o crescimento da economia criativa nos Estados Unidos, China e em partes da Europa é três ou quatro vezes maior em média que o da economia em geral.
Ou seja, estamos falando de um setor que cresce no Brasil em plena crise e arranca com força em cenários mais otimistas e favoráveis, puxando a fila da economia.
E não é difícil de entender isso.
Um país pode perder infraestrutura, capacidade para investir e até reservas internacionais.
Mas a criatividade de suas pessoas sempre existirá, assim como sua cultura e história. A partir disso, diversas ideias podem surgir e empreendimentos serem realizados.
É função do governo e organizações em geral permitir que esse ecossistema se desenvolva com redução de burocracia, surgimento de linhas de crédito e apoio logístico.
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