terça-feira, 29 de junho de 2004

REBATE - Miguel Torga

Tempos muito insólitos estes que vive a Democracia e que agravarão ainda mais o Ambiente, já de si ignorado e excluído dos discursos dos 3 B ( BUSH, BARROSO e BLAIR). Em relação à crise politica nacional instalada, é necessário pensar na estabilidade mas atravessá-la com lucidez, restituindo a segurança e a confiança dos cidadãos no seu Governo. Encontrei esta reflexão que li no blog Macacos Sem Galho e que achei o texto muito curioso e que se relaciona com a palvra AWOL:

Hoje apetece-me dar-vos uma palavra e essa palavra é AWOL.

AWOL significa ausente do seu posto sem permissão. Por exemplo, se um belo dia decidirem não ir trabalhar, passar o dia na praia e não dizer nada a ninguém, poderá dizer-se que estão AWOL.

O termo é mais comum entre os militares: aquilo a que também se chama deserção. Mas não é bem exactamente deserção, porque da deserção não se volta, está subentendido que se fugiu de vez, ou mesmo que se passou para o lado do inimigo. A ausência do posto sem autorização pode ter uma explicação qualquer (como, ter-se levado uma valente coronhada e estar-se amarrado na traseira de um Chaimite) e o soldado em questão pode ainda regressar ao seu posto, teoricamente.
AWOL é, então - adivinharam - uma sigla, daí escrever-se sempre em maiúsculas. E como manda a lógica, significa Absent Without Official Leave. Portanto, como eu já tinha dito, ausente sem ordem de saída oficial.

Perante o que se possa avizinhar mais de grave nos próximos tempos, é urgente estarmos bem atentos e saber VER. Juntemos a nossa vossa Voz ao grande Miguel Torga e tocar a rebate!

REBATE

Minha terra,
Meu povo,
Que sempre vos amei,
Que sempre vos cantei,
E que nunca jurei
O vosso nome em vão.

Minha terra,
Meu povo,
Dizei-me nesta hora de agonia
Que essa fidelidade
Desafia
Quem à sombra da noite e à luz do dia
Negue no mundo a vossa eternidade.

Diário XII, p. 180.


Diga-me amigo

o senhor que tanto sabe /do passado, do presente e do futuro da nossa gente /

diga-me que genética ou que História /nos transformou nas quimeras que hoje somos/ quem nos fez de tão larga imaginação e tão estreito agir / de tanto falar e tão pouco fazer d'este permanente ser e não ser /de tanto querer e tanto temer / de tanto criar e tão pouco ousar
.

«Cuido que as coisas mais válidas que escrevi, sabem à terra nativa que trago agarrada aos pés».

Miguel Torga




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