A visita do ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Friedrich Merz, a Bruxelas provocou uma alteração de agenda que levou os três presidentes a voarem em voos privados para o Luxemburgo.
Ursula von der Leyen, António Costa e Roberta Metsola voaram juntos num avião privado vindo de Bruxelas para participar num evento no Luxemburgo, na semana passada, uma decisão extraordinária e de elevado custo, tomada devido a restrições de agenda entre os três presidentes, disse hoje um porta-voz da Comissão.
O trio deveria comparecer em conjunto na cidade para celebrar o Dia da Europa.
A viagem decorreu na sexta-feira e contou com a visita dos presidentes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu à casa de Robert Schuman, acompanhados pelo primeiro-ministro luxemburguês, Luc Frieden.
A justificação para voar em vez de conduzir até ao Luxemburgo – a cerca de 200 km de Bruxelas – foi sobretudo motivada pela presença de Friedrich Merz, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, na capital belga.
Merz escolheu o Dia da Europa para fazer a sua primeira visita a Bruxelas desde que assumiu o cargo. Encontrou-se separadamente com Costa, von der Leyen e Metsola, por esta ordem, e deu conferências de imprensa com Costa e von der Leyen, respondendo a perguntas dos jornalistas.
As reuniões bilaterais prolongaram-se por toda a manhã, deixando os três presidentes com um itinerário extremamente apertado para se deslocarem à Cidade do Luxemburgo e comparecerem no evento comemorativo, agendado para o início da tarde, à mesma hora.
As equipas em Bruxelas optaram então por abandonar a opção automóvel e recorrer ao fretamento aéreo, cujos custos foram repartidos pelas três instituições.
"Devido às restrições de agenda dos três presidentes e do primeiro-ministro, a única opção de viagem que permitiu a todos comparecerem juntos e pontualmente à comemoração da Declaração Schuman foi apanhar um voo fretado", disse Paula Pinho, porta-voz-chefe da Comissão, na segunda-feira.
"Esta é a razão pela qual, excecionalmente, esta foi a opção escolhida para lá chegar."
Os gabinetes de Costa e Metsola expressaram uma mensagem semelhante.
Os quatro líderes visitaram a Casa Schuman no Luxemburgo
O evento no Luxemburgo, realizado a convite do primeiro-ministro para assinalar o 75.º aniversário da Declaração Schuman, começou ao início da tarde e durou cerca de duas horas. Os quatro líderes visitaram a casa onde cresceu Robert Schuman, o político francês que proferiu a declaração a 9 de maio de 1950.
A proposta de Schuman de criar uma nova autoridade para gerir a produção de carvão e aço da França e da Alemanha Ocidental abriu caminho à Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e deu início ao projecto de integração europeia.
O Luxemburgo foi um dos seis membros fundadores da CECA e serviu de anfitrião da Alta Autoridade independente, a precursora da Comissão Europeia. Durante a viagem de sexta-feira, os quatro dirigentes visitaram também a antiga sede da Alta Autoridade.
Após o final do evento, von der Leyen e Costa regressaram a Bruxelas no avião alugado, enquanto Metsola e a sua equipa voaram num voo comercial para Chipre.
Embora os voos sejam frequentes para viagens de longa distância, a utilização da mesma opção para uma viagem tão curta irá provavelmente causar surpresa, dado o compromisso da UE com a sustentabilidade e a pressão dos Estados-membros para controlar as despesas.
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