No limiar da urbe
Raposa Vermelha (Vulpes vulpes)
As raposas são dos animais mais adaptáveis e plásticos dos nossos habitats, capazes de subsistir desde o alto das serras do norte e centro, às planícies do Alentejo, alimentando-se de bagas, insectos, roedores e não desperdiçando um galinheiro mal guardado. Pelas características que descrevi antes, não é de admirar que também consigam ocupar meios humanizados. Normalmente associadas a meios mais rurais, são já conhecidas populações semiurbanas, em cidades como Londres ou Berlim é relativamente comum observar raposas a deambular entre avenidas movimentadas, grandes jardins e parques, ou zonas de moradias. Neste meio aparentemente hostil, as oportunidades de alimentação são até vastas, ratazanas e pombos bem gordos, o nosso lixo e um ou outro fruto de um quintal. Maia também já tem direito às suas raposas citadinas, entre o ecocaminho e Parque do Avioso habita uma população deste simpático carnívoro. São vários os relatos de pessoas que se deleitam a observar estes animais numa caminhada pelo Parque de Avioso ou simplesmente estando nas suas varandas, normalmente já de noite, e vendo-as apressadas em busca do seu sustento diário. É animador, de várias perspetivas, que pelo menos alguns animais consigam subsistir nas nossas cidades, para nos recordar que a nossa vida não está toda em ecrãs, cimento e taxas, e que a natureza por vezes encontra os caminhos menos prováveis
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