Uma grande verdade. Eu não entendo esta insistência de queima da madeira. As salamandras são mini-centrais de biomassa, com a agravante de estarem disseminadas em muitas habitações As centrais de biomassa comprovadamente são até menos eficientes que as próprias centrais de carvão. Eu sou chatinho. Acham que sou contra o progresso. Não é verdade. O progresso das civilizações no séc. XXI é o decrescimento económico. Contudo temos os multimilionários (ou globocratas) que dizimam qualquer tentativa dos defensores do decrescimento feliz que suplicam ao mundo para abrandar, regenerar e criar soluções mais baseadas na natureza. Mais a mais, além da velocidade voraz e parasítica que imprimem degradando o Planeta, a grande maioria deles (Jeff Bezos, Ellon Musk, Bill Gates, o próprio Larry Page, do Google, etc.) promovem ideias cépticas do clima, viajam indecentemente em jactos privados, apostam nas cadeias multinacionais (Walmart, Big Pharma, agricultura intensiva com pesticidas, "virtudes" do plantio de OGM ) e impedem o florescimento da agroecologia.
A combustão de lenha, ou queima de madeira, liberta sempre, além dos óxidos de carbono e compostos orgânicos voláteis, potencialmente cancerígenos, elevada quantidade de matéria particulada (partículas sólidas, microscópicas), que é tóxica e irritante para as vias respiratórias superiores (nariz, boca e garganta).
As partículas inaláveis, mais finas, não as sentimos, mas são as mais perigosas, por penetrarem profundamente na nossa "árvore respiratória", e alcançarem os pulmões. A partir dos pulmões passam para a corrente sanguínea e depois pelo coração, passando também pelo cérebro, fígado, rins e bexiga, entre outros órgãos.
Há inúmeras doenças, não só dos pulmões e coração, que estão, por isso, relacionadas com a inalação de ar poluído, mas a maioria das pessoas ainda o desconhece - é o caso do cancro da bexiga, além dos enfartes do miocárdio, AVCs, demência e cancro dos pulmões, que nos é mais fácil de entender.
Como em tudo, a prevenção é a nossa melhor aposta para ter qualidade ambiental e viver bem, com mais saúde.
A quantidade de matéria particulada emitida é máxima na combustão de lenha, seguindo-se o gás natural, muito menos poluente, e por fim a electricidade, esta com emissões zero, quer de gases com efeito de estufa, quer de partículas, nas zonas residenciais (aldeias, bairros, ruas de vilas e cidades). A única fonte de calor limpa no inverno é o Sol - e a eletricidade, nas nossas casas.
É necessário investir em políticas de produção de electricidade a partir da energia solar nas comunidades urbanas e rurais e nas zonas residenciais. É este o caminho para a descarbonização e poluição zero (conforme as metas de redução de poluentes atmosféricos) nas zonas onde moramos.
Quem não puder deixar de aquecer a habitação com lenha, no imediato, deve usar lenha bem seca, quatro vezes menos poluente que a lenha verde e húmida.
A transição para fontes de energia limpa é também uma questão de saúde pública no século XXI, em que chegámos ao número de 8 mil milhões de habitantes na Terra. Viver com saúde dependerá cada vez mais das boas políticas energéticas e das escolhas feitas em cada família, em cada habitação.
"Numa época em que a emergência climática exige que a Europa tenha ambição e faça uma transição energética para fontes de energia verdadeiramente renováveis de forma a reduzir as emissões de GEE, contribuindo para o cumprimento de meta de sobrevivência de 1,5ºC, continuar a apostar na biomassa florestal, uma fonte energética que não é verdadeiramente renovável, porque vai colocar na atmosfera carbono que foi sequestrado pela floresta, é um contrassenso." [relatório da Zero em relação à Central de Biomassa do Pego, Janeiro de 2022]
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