O Dia Internacional do Solo foi estabelecido durante o XXVII Congresso Mundial de Ciência do Solo, em Bangkog, Tailândia, em 2002, pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo (IUSS). Foi escolhido o dia de 5 de dezembro como homenagem ao Rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, em função da sua dedicação em promover a ciência do solo, enfatizando a conservação do solo como uma questão ambiental.
A campanha deste ano tem o mote: "Soils, where food begins" visa aumentar a sensibilização para a importância de manter ecossistemas saudáveis e o bem-estar humano, abordando os crescentes desafios na gestão do solo, aumentando a consciência do solo e encorajando as sociedades a melhorar a saúde do solo.
FAO: 33% dos solos do mundo estão degradados (dados de 2016)
Mesmo com três datas em sua homenagem o solo ainda sofre. Relatório da FAO (leia aqui) lançado em dezembro em Roma, revela que 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Entre outros prejuízos, como selamento da terra – que agrava as enchentes – e perda de fertilidade, os solos degradados captam menos carbono da atmosfera, interferindo nas mudanças climáticas. Por outro lado, quando gerido de forma sustentável, o solo pode desempenhar um papel importante na diminuição das alterações climáticas, por meio do sequestro de carbono e outros gases de efeito estufa.
O referido relatório "Status of the World's Soil Resources" reúne o trabalho de cerca de 200 cientistas do solo de 60 países.
Somente a erosão elimina 25 a 40 biliões de toneladas de solo por ano, reduzindo significativamente a produtividade das culturas e capacidade de armazenar carbono, nutrientes e água. Perdas de produção de cereais devido à erosão foram estimadas em 7,6 milhões de toneladas por ano. Se não forem tomadas medidas para reduzir a erosão, haverá a diminuição total de mais de 253 milhões de toneladas de cereais em 2050. Essa perda de rendimento seria equivalente a retirar 1,5 milhão de quilómetros quadrados de terras na produção de culturas - ou cerca de toda a terra arável da Índia.
"A perda de solos produtivos prejudica gravemente a produção de alimentos e a segurança alimentar, amplifica a volatilidade dos preços dos alimentos e, potencialmente, mergulha milhões de pessoas à fome e à pobreza. Mas o relatório também oferece evidências de que essa degradação pode ser evitada, "disse Diretor Geral da FAO, José Graziano da Silva.
O relatório constata que as mudanças climáticas - foco da conferência das Nações Unidas COP21 em Paris - é mais um forte motor da mudança do solo. Temperaturas mais altas e eventos climáticos extremos relacionados, tais como secas, inundações e tempestades impactam diretamente na quantidade e fertilidade do solo. As alterações no clima também têm reduzido a humidade e esgotando as camadas de solo rico em nutrientes. Também têm contribuído para um aumento na taxa de erosão do solo e recuo da costa, proporcionando o avanço do mar cada vez maior.
A acumulação de sais no solo reduz o rendimento das culturas e pode eliminar completamente a produção vegetal. Salinidade induzida por humanos afeta um número estimado de 760.000 quilómetros quadrados de terra em todo o mundo - uma área maior do que toda a terra arável no Brasil.
Por fim, a acidez do solo é um grave obstáculo à produção de alimentos em todo o mundo. Os solos mais ácidos do mundo estão localizados em áreas da América do Sul que sofreram desmatamento e agricultura intensiva.
Resolução 68/232 da AG da ONU sobre o Dia Mundial do Solo e o Ano Internacional do Solo [en] | ONU DESCARREGAR
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