E a 1 de novembro de 1755, pelas 9h 40m, ocorreu um dos maiores terramotos e tsunamis da História , com a magnitude 9 da escala de Richter. Lisboa comemorava em todas as igrejas o Dia De Todos os Santos.
O sol brilhava , dizia Charles Davy, um dos muitos estrangeiros que residia na cidade bela.
O céu claro, a manhã perfeita, lindíssima.
De repente, muito de repente, um barulho enorme eclodia. Pareciam carruagens e carruagens trotando. Mas, não. Eram estrondos e estrondos , explosão, trovões, coisas nunca acontecidas ou vivenciadas.
Numa praça junto ao Tejo, centenas e centenas de pessoas acorriam, muitas de joelhos a orar, outras seminuas, outras clamando por Misericórdia.
Um segundo abalo se seguiu. E rugia na direção das multidões em suplica. O Horror. Lisboa destruída. Lisboa, desaparecida, amortalhada.
Rapidamente , pela Europa culta, se soube do horrendo terramoto. Voltaire em poucas semanas lhe dedicou um longo poema.
Um excerto, traduzido em português:
(...) "Ide interrogar as margens do Tejo
Revolvei os escombros deste sangrento despejo(...)".
Voltaire , de tão impressionado, publicou após, o Poème sur le désastre de Lisbonne, e os Précis du siècle de Louis XV. Ainda os Romans et contes.
Rousseau, o Filósofo, muito assinalou o Terramoto.
Há cientistas que opinam que foi a partir deste Desastre Natural que nasceu a sismologia.
Quanto ao Marquês de Pombal, o braço direito do rei Dom José, o qual escapara da morte mais a nobreza porque se escondeu no Alto da Ajuda, esse , reconstituiu do nada a cidade formosa, Era um Iluminista . Estivera em Londres. Era um genial estadista. A cidade pombalina, a ele tudo deve. As más línguas também assinalam que Pombal aproveitou para, passados escassos anos, expulsar os Jesuítas. E matar em autos de fé os Távoras, por causa de uma tentativa de regicídio ocorrido a 3 de setembro de 1758. Mas, mais uma vez, o rei escapou e o Marquês de Pombal mandou queimar viva a ilustre Leonor de Távora.
Camilo Castelo Branco, em 1882, escreveu sobre esse auto de fé no livro O perfil do Marquês de Pombal em 1882.
Sobre o Terramoto dele falaram o filósofo Immanuel Kant. Walter Benjamin, no século XX, também
.A filosofia cartesiana sofreu , também ela, um abalo.
Tudo prenunciava uma imensa revolução nesses finais do século XVIII . Ao que se chegou, em 1789, à Revolução Francesa. E nas Américas, tudo se desencadeava. E o mundo não voltaria a ser o mesmo.
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