A marca Patagónia era já conhecida pela sua sustentabilidade e por promover uma economia circular no setor da moda. Mas sabe como funciona a Moda Circular, e se conseguimos encontrar marcas em Portugal que prezam esse modelo económico e contrariam a fast-fashion?
A Patagónia deu o salto em frente para ajudar o meio ambiente: o seu fundador, Yvon Chouniard, de 83 anos, transferiu 98% da propriedade da empresa (com um valor de 3 mil milhões de euros) para a HoldFast Collective, uma organização não-governamental dedicada a combater a crise ambiental, sendo que os restantes 2% são controlados pelo Patagonia Trust Fund, que assegura que a empresa cumpre as responsabilidades solidárias com que se comprometeu.
Segundo a Good On You, a Moda Circular é um sistema em que as roupas e bens pessoais são produzidos num modelo mais consciente; em que a produção de uma peça e o seu fim de vida são igualmente importantes. Este sistema tem em consideração os materiais e a sua produção, enfatizando o valor de usar o produto até ao fim, para depois transformá-lo e dar-lhe outra vida.
Para assegurar uma indústria da moda circular é importante que:
– Se use menos materiais ao produzir itens individuais para que seja mais fácil reciclar;
– Se tente remover de todo os materiais não-recicláveis e altamente poluíveis da cadeia de abastecimento;
– Se tente recapturar tudo, desde retalhos de roupas até às suas embalagens, para reutilização;
– Assegurar a utilização e reutilização o máximo possível;
– Depositar na natureza os desperdícios inevitáveis de forma segura.
Espera-se, assim, um aumento continuo da slow fashion (consumindo menos), o que resultará numa indústria mais limpa, saudável e menos impactante no meio ambiente em geral. Nessa equação, tantos os consumidores como as grandes empresas têm grandes papéis a desempenhar para que se possa ver uma redução significativa da pegada ambiental na indústria da moda, um das mais poluidoras do mundo.
Os consumidores desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e implementação da moda circular. Do aumento da demanda e do suporte a modelos mais sustentáveis, estamos a ver a circularidade a infiltrar-se nas cadeias de abastecimento e no fabrico.
A moda circular trouxe consigo uma onda de maior conhecimento para o consumidor e o reconhecimento geral de que as abordagens lineares anteriores para a indústria da moda não podem continuar.
Essa demanda por transparência, longevidade e uma nova estrutura deve continuar no futuro e representa um futuro para a moda que seria menos impactante e estaria mais em harmonia com todos os recursos, processos e pessoas envolvidas.
Embora estejamos longe de um modelo completamente circular na moda, à medida que cada vez mais marcas e consumidores se conscientizam e investem nele, já estamos prevenindo o desperdício e a degradação que de outra forma existiriam, o que é um passo na direção certa.
Marcas portuguesas que se importam com o meio ambiente, promovendo a Moda Circular:
– Jacarandá Produz roupa feminina, em slow fashion e produzida em Portugal. Os seus processos de produção são transparentes e sustentáveis
– Isto Tem três lojas em Lisboa e uma política de transparência abrangente. Disponibiliza a lista de todas as fábricas com que trabalha e o custo de fabrico de cada peça está disponível no website. Tem certificação Global Organic Textile Standards, e produz roupa unissexo.
– Insane in the Rain Casacos impermeáveis feitos a partir de plástico reciclado. Tem por objetivo proteger os oceanos, e é certificada pelo Global Recycled Standard.
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