O nome dela é Mahsa Amini. Tinha 22 anos e foi espancada pela polícia iraniana, por uso “indevido” do véu islâmico. Morreu no hospital, em decorrência da surra, na sexta-feira, 16 de setembro.
Essa morte gerou protestos e mais repressão policial. Há relatos de mulheres impedidas de entrar em edifícios estatais ou em bancos por não cumprirem o código de vestuário islâmico.
Mulheres iranianas são obrigadas a cobrir os cabelos e a usar roupas largas para esconder o corpo. No Brasil, são consideradas culpadas de violação se usam saias curtas ou decotes fartos. Em África são obrigadas a usar colares mutilantes como forma de controlar sua castidade. Em mais de 40 países da África e da Ásia têm o clitóris mutilado para que não sintam prazer. Na Índia são mortas ao nascer porque nasceram mulheres.
13 de setembro. Mahsa Amini visitava Teerão, Irão, com a família quando foi presa pelo uso "inapropriado" do véu islãmico, hijab, tendo assim incumprido as regras e desrespeitado o código de vestuário da República do Irão. Neste país, as mulheres são obrigadas a tapar o cabelo e pescoço com o hijab quando estão em público. Entre muitas outras proibições, está também o uso de saias e calças justas ou roupa com cores vivas. A jovem foi levada para o Centro de Detenção de Vozara - onde acabou por desmaiar - para aprender o código de vestuário, afirma a CNN. Foi transportada para o hospital e acabou por morrer, passados três dias em coma. A BBC aponta para a existência de registos de que os agentes atingiram Amini com um bastão e forçaram a sua cabeça contra um veículo oficial, repetidamente e de forma brusca. Já a polícia do Teerão afirma que "não houve nenhum contacto físico" entre os oficiais e Mahsa Amini.
Este acontecimento lançou uma onda de manifestações pelo país fora, em cidades como Teerão, Rasht, Ispahan e no sul do Irão. Muitas mulheres não estão a usar os seus hijabs em público e a queimá-los, enquanto gritam "Morte ao ditador!", referindo-se ao líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei.
As Nações Unidas já condenaram este ataque e as autoridades pelas suas atitudes violentas para com os manifestantes.
O grupo não governamental Iran Human Rights, com sede em Oslo, afirmou que pelo menos 31 civis tinham sido mortos em seis noites de violência.
O Tesouro dos EUA também impôs sanções a Mohammad Rostami Cheshmeh Gachi, o chefe da polícia de moralidade, Haj Ahmad Mirzaei, o chefe da divisão de Teerão da polícia de moralidade, e cinco outros altos funcionários de segurança envolvidos nas repressões dos manifestantes.
O jornal afirmou que Rostami tinha anunciado no início deste ano que as mulheres seriam punidas por se recusarem a usar um hijab.
"O governo iraniano precisa de acabar com a sua perseguição sistémica às mulheres e permitir o protesto pacífico", disse o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, "os Estados Unidos continuarão a manifestar o nosso apoio aos direitos humanos no Irão e a pedir contas àqueles que os violam".
As sanções do Tesouro visam congelar quaisquer bens que os designados possam ter sob jurisdição dos EUA e proibir qualquer indivíduo ou empresa americana - incluindo bancos internacionais com operações nos EUA - de fazer negócios com eles, limitando efetivamente o seu acesso a redes financeiras globais.
2 comentários:
https://laantorchadekraus.blogspot.com/2022/09/un-poema-de-forugh-farrojzad-que.html
Por si te interesa. Un saludo. Obrigado.
Muito belo poema!
Bem vindo, Fackel.
Saúdos
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