Os bancos da China enfrentam perdas hipotecárias de cerca de 348 mil milhões de euros no pior dos cenários, à medida que a confiança no mercado imobiliário do país se afunda com uma crise que parece não parar - ao contrário das construções imobiliárias, que viram os seus projetos paralisados -, noticia a "Bloomberg".
No pior cenário, a S&P Global Ratings estimou que 2,4 biliões de yuan (348 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), ou 6,4% das hipotecas, estão em risco, enquanto o Deutsche Bank é mais pessimista e diz que 7% dos empréstimos à habitação estão em perigo. Até agora, os bancos reportaram apenas 2,1 mil milhões de yuan (304 mil milhões de euros) em hipotecas afetadas pela crise.
Perante os casos covid-19, o desemprego jovem elevado e o abrandamento do crescimento económico, Pequim não quer ajudar a 100% os promotores imobiliários a acabar os seus projetos que estão suspensos, pois está a colocar a estabilidade financeira como prioridade. Até ao momento, as ajudas são: um período de carência no pagamento das hipotecas e um fundo, do banco central chinês, para ajudar estes promotores.
A "Bloomberg" escreve que o crescimento do rendimento disponível está a abrandar, prejudicando ainda mais a capacidade dos compradores de casas pagarem as suas dívidas.
Em junho, os investimentos imobiliários, que impulsionam a procura de bens e serviços que representam cerca de 20% do produto interno bruto (PIB) do país, caíram 9,4%. Tal traduz-se num aumento de 28 pontos base no total de empréstimos malparados, o que significa um declínio de 17% nos ganhos de 2022 dos bancos, indicam os analistas do Citigroup, num relatório de julho.
A exposição dos bancos chineses ao setor imobiliário é superior à de qualquer outra indústria. Os dados de março do Banco Popular da China, citados pela "Bloomberg", davam conta de 39 biliões de yuan (5,6 biliões de euros) de hipotecas pendentes e outros 13 biliões de yuan (1,9 biliões de euros) de empréstimos a promotores imobiliários.
Nesta conjuntura, os credores com elevada exposição podem vir a ser objeto de maior escrutínio. Por exemplo, as hipotecas representavam cerca de 34% do total de empréstimos no Postal Savings Bank of China e no China Construction Bank no final de 2021, quando o limite imposto por Pequim é 32,5%.
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