São poucas as empresas que estabelecem uma estratégia de negócio, tecnologia e sustentabilidade, revela o mais recente estudo “Uniting Technology and Sustainability: How to Get Full Value From Your Sustainable Technology Strategy” da Accenture. A análise inquiriu 560 Chief Information Officers, Chief Technology Officers, Chief Sustainability Officers e representantes, de 12 países e 11 indústrias diferentes.
O estudo revela que a ambição crescente das organizações por metas ambientais, sociais e de governança (ESG) só poderá ser atingida por estratégias alinhadas de sustentabilidade e tecnologia, que permitam obter vantagem competitiva, valor financeiro e um impacto positivo duradouro na sociedade e no meio ambiente. Porém, os resultados demonstram que apenas 7% dos entrevistados integraram totalmente as suas estratégias de negócio, tecnologia e sustentabilidade.
Para as empresas, a tecnologia é “importante” ou “muito importante” para alcançar as suas metas de sustentabilidade. Embora reconheçam o valor associado a uma estratégia integrada, existem barreiras que as impedem alcançar estes objetivos, nomeadamente, a falta de soluções e standards (40%), a complexidade (33%) e a falta de consciência das consequências não intencionais da tecnologia (20%). Esta divergência entre intenção e ação leva as empresas a fazer trade-offs entre metas de negócios e sustentabilidade – os quais, segundo a Accenture, podem ser reduzidos ou eliminados com uma estratégia de tecnologia holística e sustentável.
Os Chief Information Officers podem desempenhar um papel crítico no apoio aos esforços gerais de transformação da sua empresa e devem ser considerados no processo de tomada de decisão em matérias de sustentabilidade. Contudo, como demonstram os dados recolhidos, somente 49% fazem parte da equipa de liderança que define metas de sustentabilidade e 45% são avaliados no cumprimento destas metas.
O documento indica que, uma estratégia de tecnologia sustentável eficaz, ajuda a impulsionar o crescimento dos negócios e o desempenho ESG. Para tal, esta deve basear-se em três pontos:
Sustentabilidade através da tecnologia: A tecnologia pode ser utilizada para acelerar os esforços de sustentabilidade em toda a organização. 92% das empresas analisadas pretendem atingir metas líquidas de zero emissões até 2030, o que exigirá a implementação de tecnologias avançadas para medir, reduzir e remover a pegada de carbono de uma organização. A tecnologia também é fundamental para avançar em direção a cadeias de valor responsáveis; promover escolhas sustentáveis para os clientes; e construir uma organização sustentável. 70% das organizações reduziram com sucesso as emissões na produção e nas operações, usaram inteligência artificial (IA) para fazê-lo.
Sustentabilidade na tecnologia: Proteger as pessoas e o planeta, tornando a própria tecnologia progressivamente mais sustentável. À medida que mais pessoas ficam online e o uso da tecnologia cresce, também aumentam as emissões de carbono das TI. Como tal, é necessário adotar software verde que seja eficiente em carbono e consciente; construir sistemas confiáveis que incorporem privacidade, justiça, transparência, robustez e acessibilidade; e instituir os mecanismos de governança corretos. Apenas 2 das 560 empresas analisadas afirmaram que consideram a eficiência energética em todas as fases do ciclo de vida de desenvolvimento de software, indicando um espaço considerável para melhorias. O relatório identifica uma estrutura robusta de desenvolvimento de software verde que prioriza áreas de emissões de materiais, incluindo o ciclo de vida de desenvolvimento de software, bem como experiência digital, cloud, edge, data centers, IA, DLT (distributed ledger technology) e infraestrutura verde.
Sustentabilidade em escala: Trabalhar com os parceiros de ecossistema para criar inovação disruptiva e desenvolver formas completamente diferentes e mais sustentáveis de fazer negócios no futuro. Nenhuma organização pode enfrentar os desafios globais de sustentabilidade em escala por conta própria. As empresas devem trabalhar além dos limites das suas próprias organizações para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. 43% das empresas analisadas estão agora a aderir a colaborações na indústria, alianças e grupos de defesa focados em tecnologia amiga do ambiente.
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