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Na ideologia neoliberal postula-se que as economias e as sociedades se devem reger pelos princípios:
1. liberdade empresarial;
2.responsabilidade individual;
3. propriedade e ;
4. livre comércio.
Ao mesmo tempo, o envolvimento do governo e do estado nos assuntos económicos deve ser mínimo. Os que o defendem argumentam que o neoliberalismo é benéfico porque encoraja os indivíduos à autorrealização, crescimento pessoal e felicidade. No entanto, comprova-se que promove a competição e acaba por minar o sentido de cooperação e segurança nas relações. Para além disso, uma vez que o neoliberalismo defende que as desigualdades são o reflexo das diferenças que existem entre quem trabalha arduamente e “merece” e quem não o faz, acaba por agravar essas mesmas desigualdades e por criar um sentimento de injustiça.
Não é pois de estranhar que neste estudo que, já agora, é um dos primeiros estudos experimentais sobre o tema (logo, mais robusto), os autores tenham observado efeitos negativos do neoliberalismo. Ou seja, o neoliberalismo ao promover maior competição (onde o outro é o rival) mina o sentido de coesão; a pessoa sente que só pode contar com ela própria; logo, aumenta a perceção de insegurança e solidão o que acaba por se manifestar num menor nível de bem-estar (maiores níveis de stress e ansiedade).
Não nos esqueçamos das nossas raízes: os nossos antepassados- lembram-se?- Viviam em pequenos grupos altamente coesos que cooperavam entre si. Sim, porque se não o fizessem a sua vida estava em risco. Com a ideologia neoliberal que defende menos apoios do estado (logo, maior perceção de insegurança), menos coesão grupal (o individualismo aqui é rei); onde o indivíduo tem “o que merece” (logo, maior perceção de injustiça) são violados todos os princípios que regeram a nossa vida ao longo de milhares de anos.
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