Há tantos incêndios florestais a deflagrar ao mesmo tempo que as autoridades russas têm de escolher quais devem combater
A situação na Sibéria é devastadora: há tantos incêndios florestais a deflagrar ao mesmo tempo que as autoridades têm de escolher quais devem combater.
Isto acontece porque este território russo é tão vasto que incêndios de grandes dimensões podem deflagrar sem ameaçar aldeias ou infraestruturas. Ainda assim, todos estes focos combinados tornam-se maiores do que os outros incêndios ativos no mundo.
Os dados do The Washington Post revelam que a Rússia está a combater mais de 170 incêndios florestais na Sibéria que já encerraram aeroportos, cortaram estradas e forçaram evacuações.
No total, são cerca de 7.000 bombeiros, trabalhadores agrícolas, soldados e outros trabalhadores de emergência a combater as chamas que já queimaram mais de 160 km2, de acordo com a Greenpeace. Uma área quase o dobro do tamanho da Áustria.
Mas o país abandonou dezenas de outros incêndios, que consomem milhares de quilómetros quadrados, sem nenhum esforço para combatê-los. As autoridades locais afirmam que estão desesperadas por mais voluntários e mais dinheiro.
As chamas emitiram uma nuvem de fumo quase o dobro do tamanho da Austrália e que chega até ao Polo Norte.
Estes fogos são maiores do que os incêndios na Grécia, Turquia, Itália, Estados Unidos e Canadá juntos, com os analistas a alertar que este ano pode superar o pior ano de incêndios da Rússia, 2012.
Apesar dos incêndios florestais da Sibéria serem parte de um ciclo anual, muitos especialistas veem a dimensão impressionante dos fogos deste ano como um sinal do agravamento do risco de incêndio num planeta em aquecimento (e que continua tornar-se ainda mais quente devido às enormes quantidades de emissões de carbono emitidas pelas chamas).
À medida que a Rússia enfrenta cada vez mais condições climáticas extremas associadas ao aquecimento global, a rápida propagação dos incêndios em Yukutia - uma vasta região florestal da Sibéria com cerca do tamanho da Argentina - veio com seca, um dos climas mais quentes alguma vez registados e ventos fortes.
Para piorar a situação, cerca de metade das florestas da Rússia não são protegidas pelas autoridades regionais, sobretudo devido à escassez de fundos para combate aos incêndios.
A Greenpeace Rússia acusa as autoridades regionais de esconderem a verdadeira dimensão dos incêndios florestais anuais, em cerca de metade, com receio do governo de Moscovo.
Os funcionários simplesmente mentem sobre a escala, ou seja, deturpam os dados intencionalmente, porque cada funcionário é responsável por garantir que haja uma boa imagem”, disse o porta-voz da organização ambiental.
“No geral, já não é mais possível esconder o fogo, uma vez que todos podem ver o que está a acontecer através das imagens de satélite. Mas o hábito existe, e às vezes ainda tentam esconder esses incêndios.”
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