quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Glamping ou ecoturismo de luxo



No final de 2019, alguns relatórios de tendências para o ecoturismo de luxo foram publicados, entretanto, nenhum especialista previu todas as mudanças que a pandemia do novo coronavírus trouxe para o mundo.

O portal Positive Luxury - reconhecido por conceder a famosa "marca da borboleta” a marcas de alto padrão que exploram a sustentabilidade em suas estratégias – conversou com alguns líderes de marcas integrantes de seu grupo e publicou a percepção que eles têm sobre o setor de ecoturismo de luxo.

Proteção ambiental e igualdade de género. Esses compromissos foram reafirmados pela marca Gucci no início de junho. Recentemente o site Gucci Equilibrium foi repaginado e criaram um perfil no Instagram.

Lançado em 2018, o site discutia questões relacionadas ao meio ambiente. Agora, além de uma nova identidade visual, conta com novas ferramentas, por exemplo uma plataforma disponível aos colaboradores da Gucci para que compartilhem suas ideias e experiências sobre questões relacionadas ao meio ambiente, igualdade de gênero e racial, sustentabilidade, e qualquer assunto que contribua para um mundo mais igualitário.

Outra ferramenta que chama atenção no site é a contabilização aberta de dados que mensuram os ganhos e as perdas ambientais através dos processos da marca, a EP&L Digital. Desenvolvida pelo grupo Kering, Gucci foi escolhida para estrear a ferramenta, e até o momento segue como a única a utilizar. O site também divulga pesquisas de produtos, design, decisões de fornecedores, desenvolvimento geral da redução do impacto ambiental e peças que são consideradas sustentáveis.

The Set Hotels é uma das redes hoteleiras certificadas pela Marca da Borboleta, graças a suas contribuições para o meio ambiente e para a sociedade em geral, entre elas estão a utilização de materiais ecológicos em toda sua decoração, compra de alimentos de produtores locais e ações para redução de energia e resíduos. O vice-presidente Brian Gore concedeu em entrevista, alguns de seus pensamentos e percepções sobre o setor de ecoturismo: para ele, os viajantes que buscam roteiros ecológicos e sustentáveis redobraram a sua preocupação com a fragilidade do mundo, e agora mais do que nunca, buscaram não deixar rastos por onde viajaram.

Já a cofundadora da Lagom – agência de turismo de luxo sustentável -, Natasha Robinson, o ecoturismo de luxo se beneficiou pois agora as pessoas estão buscando atividades que sejam realizadas ao ar livre e de preferência em contato com a natureza, para compensar os meses que passaram isolados dentro de suas casas.

Com a crise instalada pelo coronavírus, as desigualdades sociais e económicas foram acentuadas. Pesquisas indicam que aproximadamente 68% dos consumidores reduziu o desperdício de alimentos, e 54% já estão comprando de forma mais sustentável. Os hábitos de viagens estão seguindo o mesmo caminho. Como exemplo temos uma prática que está-se tornando cada vez mais comum em eco resorts: a substituição de grandes frascos de produtos de beleza por embalagens descartáveis e de uso individual para os hospedes.

Agora a transição para um planeta sustentável e justo é prioridade e deve ser explorado pelo turismo, principalmente pelo ecoturismo.

Saber mais:
Relatório da WWF - Deeper Luxury (2007)

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