quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Encontros Improváveis: Joan Oró e Joy Division - Decades


"Venimos de polvo de estrellas, de moléculas muy sencillas, por lo tanto debemos ser humildes. Primer principio ético, humildad.

Tras analizar las mitocondrias de las células de la placenta de unas ciento cincuenta mujeres de distintos grupos étnicos, se ha visto que todas convergen en África del Este, por tanto tenemos un tronco genético común. Segundo principio, solidaridad.

Luego fuimos a la Luna, y vimos la Tierra como un pequeño granito de arena perdido en la inmensidad del espacio y concluimos que si no hay cooperación, no podremos seguir viviendo en esta pequeña bolita azul
"
por Joan Oró, Profesor de Bioquímica, Departamento de Biología Genética Molecular de la Universidad de Houston.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Slavoj Zizek- o que é o capitalismo e as suas consequências


Slavoj Žižek (Liubliana, 21 de Março de 1949) é um filósofo e teórico crítico esloveno. É professor da European Graduate School e pesquisador sénior no Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana. É também professor visitante em várias universidades estadunidenses, entre as quais estão a Universidade de Columbia, Princeton, a New School for Social Research, de Nova Iorque, e a Universidade de Michigan.

domingo, 27 de setembro de 2015

Música do Bioterra: Marissa Nadler - River of Dirt



I was your lover, you were my plan
I told you that you were the sun in the sand
But we'd ride away and get a circus job
And I'd fly away, become a bird of song

El camino, take me home
El camino, take me home


You are a jester and I am elf
And I'm sad to the bones that
It's stocked upon my shelf

Take me back to the river of dirt
Take me back to the river of dirt

Built of the veins, and the flesh and the bones
We are all so painfully alone
Burn in the rivers of dirt and fire
We return to the ground where we retire
Back to river of dirt and fire

Summer is coming; I can't believe it's true
Where are you, where is she? I'm turning into you
Take me back to the place of the golden slumbers
Where I was happy you were my middle name

Take me back to the river of dirt
Take me back to the river of dirt

Now, I grew up in the houses made of men
The walls where white, the stairs were sharp
The scent of summer land

Take me back to the river of dirt
Take me back to the river of dirt

Ficha Técnica
DIRECTED by Joana Linda

STYLING by Paulo Guimarães

MAKE-UP by Lúcia Luz

HAIR by Inês Pontes

FEATURING (in alphabetical order)
Ágata Pinho, Aya Koretzki, Carloto Cotta, Catarina Mascarenhas, César Ribeiro, Cristina Maurício, Dinis Cotta, Efthymis Angeloudis, Inês Pontes, Joana Linda, Lúcia Luz, Paulo Guimarães, Tiago Manaia.

SHOT IN
Viana do Alentejo, Portugal
(on a very cold day)

sábado, 26 de setembro de 2015

Conheça os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

Os ODS devem ser implementados por todos os países do mundo durante os próximos 15 anos até 2030.

Entre os dias 25 e 27 de setembro, mais de 150 líderes mundiais estarão na sede da ONU, em Nova York, para adotar formalmente uma nova agenda de desenvolvimento sustentável. Esta agenda é formado pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países do mundo durante os próximos 15 anos, até 2030.

Conheça quais são estes novos Objetivos Globais:

Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
  • Globalmente, o número de pessoas vivendo em extrema pobreza diminuiu mais da metade; em 1990 eram 1,9 mil milhões. Contudo, 836 milhões de pessoas ainda vivem na extrema pobreza: cerca de uma em cada cinco pessoas em regiões em desenvolvimento vive com menos de 1,25 dólar por dia.
  • O Sul da Ásia e a África Subsaariana são o lar da esmagadora maioria das pessoas vivendo em extrema pobreza.
  • Altos índices de pobreza são frequentemente encontrados em países pequenos, frágeis e afetados por conflitos.
  • Uma em cada quatro crianças abaixo dos cinco anos de idade no mundo possui altura inadequada para sua idade.
Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
  • Globalmente, a proporção de pessoas subnutridas em regiões em desenvolvimento caiu quase pela metade desde 1990, de 23,3% em 1990-1992 para 12,9% em 2014-2016. Mas, atualmente, uma em cada nove pessoas no mundo (795 milhões) ainda é subnutrida.
  • A vasta maioria das pessoas do mundo passando fome vive em países em desenvolvimento, onde 12,9% da população é subnutrida.
  • Ásia é o continente com a população que passa mais fome – dois terços do total. A porcentagem no Sul da Ásia caiu em anos recentes, mas, na Ásia Ocidental, ela aumentou levemente.
  • A África Subsaariana é a região com a mais alta prevalência (porcentagem da população) de fome. Lá, cerca de uma em cada quatro pessoas está subnutrida.
  • A má nutrição causa quase metade (45%) das mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade – 3,1 milhões de crianças anualmente.
  • Uma em cada quatro crianças do mundo sofre crescimento atrofiado. Em países em desenvolvimento, a proporção aumenta de uma para três.
    66 milhões de crianças em idade escolar primária vão às aulas passando fome, sendo 23 milhões apenas na África.
  • A agricultura é a maior empregadora única no mundo, provendo meios de vida para 40% da população global atual. Ela é a maior fonte de renda e trabalho para famílias pobres rurais.
    500 milhões de pequenas fazendas no mundo todo, a maioria ainda dependente de chuva, fornecem até 80% da comida consumida numa grande parte dos países em desenvolvimento. Investir em pequenos agricultores é um modo importante de aumentar a segurança alimentar e a nutrição para os mais pobres, bem como a produção de alimentos para mercados locais e globais.
Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
Saúde infantil
    • A cada dia, morrem 17 mil crianças a menos do que em 1990, porém mais de seis milhões decrianças ainda morrem a cada ano, antes do seu quinto aniversário.
    • Desde 2000, vacinas de sarampo preveniram aproximadamente 15,6 milhões de mortes.
    • Apesar do progresso global, uma crescente proporção das mortes de crianças acontece na África Subsaariana e no Sul da Ásia. Quatro de cada cinco mortes de crianças abaixo dos cinco anos de idade ocorrem nessas regiões.
Saúde Materna

  • Globalmente, a mortalidade materna caiu quase 50% desde 1990.
  • Na Ásia Oriental, no Norte da África e no Sul da Ásia, a mortalidade materna diminuiu cerca de dois terços. Porém, a taxa de mortalidade materna – a proporção de mães que não sobrevivem ao nascimento do filho comparada com aquelas que sobrevivem – nas regiões em desenvolvimento ainda é 14 vezes mais alta do que nas regiões desenvolvidas.
  • Apenas metade das mulheres em regiões em desenvolvimento recebe a quantidade recomendada de assistência médica.
HIV/aids
  • Em 2014, havia 13,6 milhões de pessoas com acesso à terapia antirretroviral, um aumento em relação a apenas 800 mil em 2003.
  • Novas infecções por HIV em 2013 foram estimadas em 2,1 milhões, o que representa 38% a menos do que em 2001.
  • No final de 2013, estima-se que havia 35 milhões de pessoas vivendo com HIV.
  • No final de 2013, 240 mil novas crianças estavam infectadas com HIV.
Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos
  • A matrícula na educação primária em países em desenvolvimento chegou a 91%, mas 57 milhões de crianças permanecem foram da escola.
  • Mais da metade das crianças que não se matricularam na escola vivem na África Subsaariana.
  • Estima-se que 50% das crianças fora da escola com idade escolar primária vivem em áreas afetadas por conflitos. Crianças das famílias mais pobres são quatro vezes mais propensas a estar fora da escola do que crianças de famílias mais ricas.
  • O mundo conquistou a igualdade na educação primária entre meninas e meninos, mas poucos países alcançaram essa meta em todos os níveis de educação.
  • Entre os jovens de 15 a 24 anos, a taxa de alfabetização melhorou globalmente, de 83% para 91% entre 1990 e 2015.
Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
  • No Sul da Ásia, apenas 74 meninas foram matriculadas na escola primária para cada 100 meninos, em 1990. Em 2012, as taxas de matrícula foram as mesmas para meninas e para meninos.
  • Na África Subsaariana, Oceania e Ásia Ocidental, meninas ainda enfrentam barreiras para entrar tanto na escola primária quanto na escola secundária.
  • Mulheres na África do Norte ocupam menos de um a cada cinco empregos pagos em setores que não sejam a agricultura.
  • Em 46 países, as mulheres agora ocupam mais de 30% das cadeiras no parlamento nacional em pelo menos uma câmara.
Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
  • Em 2015, 91% da população global está usando uma fonte de água potável aprimorada, comparado a 76% em 1990. Contudo, 2,5 mil milhões de pessoas não têm acesso a serviços de saneamento básico, como banheiros ou latrinas.
  • Diariamente, uma média de cinco mil crianças morre de doenças evitáveis relacionadas à água e saneamento.
  • A energia hidrelétrica é a fonte de energia renovável mais importante e mais amplamente usada. Em 2011, ela representava 16% do total da produção de eletricidade no mundo todo.
    Aproximadamente 70% de toda água disponível é usada para irrigação.
  • Enchentes são a causa de 15% de todas as mortes relacionadas a desastres naturais.
Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos
  • 1,3 mil milhões de pessoas – uma em cada cinco, globalmente – ainda não têm acesso à eletricidade moderna.
  • 3 mil milhões de pessoas dependem de madeira, carvão, carvão vegetal ou dejetos animais para cozinhar e obter aquecimento.
  • A energia é o principal contribuinte para as mudanças climáticas, sendo responsável por cerca de 60% das emissões globais totais de gases do efeito estufa.
  • A energia de fontes renováveis – vento, água, solar, biomas e energia geotermal – é inexaurível e limpa. A energia renovável, atualmente, constitui 15% do conjunto global de energia.
Objetivo 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos
  • O desemprego global aumentou de 170 milhões em 2007 para cerca de 202 milhões em 2012, dentre eles, aproximadamente 75 milhões são mulheres ou homens jovens.
  • Aproximadamente 2,2  mil milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e a erradicação do problema só é possível por meio de empregos bem pagos e estáveis.
  • 470 milhões de empregos são necessários mundialmente para a entrada de novas pessoas no mercado de trabalho entre 2016 e 2030.
  • Pequenas e médias empresas que se comprometem com o processamento industrial e com as indústrias manufatureiras são as mais decisivas para os primeiros estágios da industrialização e são geralmente as maiores geradores de emprego. São responsáveis por 90% dos negócios no mundo e contabilizam entre 50 a 60% dos empregos.
Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação
  • Cerca de 2,6 mil milhões  de pessoas no mundo em desenvolvimento têm dificuldades no acesso à eletricidade.
  • 2,5  mil milhões de pessoas no mundo não têm acesso à saneamento básico e quase 800 milhões de pessoas não têm acesso à água.
  • Entre 1 a 1,5 milhão de pessoas não têm acesso a um serviço de telefone de qualidade.
  • Para muitos países africanos, principalmente os de baixo rendimento, os limites na infraestrutura afetam em cerca de 40% na produtividade das empresas.
  • A indústria manufatureira é importante para geração de empregos, somando aproximadamente 470 milhões dos empregos no mundo em 2009 – ou cerca de 16% da força de trabalho de 2,9 mil milhões . Estima-se que existiam mais 500 milhões de empregos na área em 2013.
  • O efeito da multiplicação de trabalhos industrializados impactou a sociedade positivamente. Cada trabalho na indústria gera 2,2 empregos em outros setores.
  • Em países em desenvolvimento, apenas 30% da produção agrícola passa por processamento industrial. Em países desenvolvidos, 98% é processado. Isso sugere a existência de uma grande oportunidade para negócios na área agrícola em países em desenvolvimento.
Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles
    • Em média – e levando em consideração o tamanho das populações – a desigualdade de renda aumentou em 11% em países em desenvolvimento entre 1990 e 2010.
    • Uma maioria significativa de famílias – mais de 75% – estão vivendo em sociedades onde a renda é pior distribuída do que na década de 1990.
    • Crianças que fazem parte da camada de 20% mais pobres da população têm três vezes mais chances de morrer antes de completar seus cinco anos do que crianças mais ricas.
    • A proteção social foi significativamente ampliada globalmente. No entanto, pessoas com algum tipo de deficiência têm cinco vezes mais chances do que a média de ter despesas catastróficas com saúde.
    • Apesar do declínio na mortalidade materna na maioria dos países desenvolvidos, mulheres na área rural são três mais suscetíveis à morte no parto do que mulheres que vivem nos centros urbanos.
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
  • Metade da humanidade – 3,5  mil milhões de pessoas – vive nas cidades atualmente. Em 2030, quase 60% da população mundial viverá em áreas urbanas.
    828 milhões de pessoas vivem em favelas e o número continua aumentando.
  • As cidades no mundo ocupam somente 2% de espaço da Terra, mas usam 60 a 80% do consumo de energia e provocam 75% da emissão de carbono. A rápida urbanização está exercendo pressão sobre a oferta de água potável, de esgoto, do ambiente de vida e saúde pública. Mas a alta densidade dessas cidades pode gerar ganhos de eficiência e inovação tecnológica enquanto reduzem recursos e consumo de energia.
  • Cidades têm potencial de dissipar a distribuição de energia ou de otimizar sua eficiência por meio da redução do consumo e adoção de sistemas energéticos verdes. Rizhao, na China, por exemplo, transformou-se em uma cidade abastecida por energia solar. Em seus distritos centrais, 99% das famílias já usam aquecedores de água com energia solar.
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
  • 1,3 mil milhões de toneladas de comida são desperdiçadas diariamente.
    Se as pessoas usassem lâmpadas de baixo consumo, o mundo economizaria 120 mil milhões  de dólares anualmente.
  • A população global deve chegar a 9,6  mil milhões de pessoas até 2050; o equivalente a três planetas seriam necessários para prover os recursos naturais necessários para sustentar os estilos de vida atuais.
  • Mais de 1.000 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável.
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos (*)
  • As emissões de gases de efeito estufa oriundos da atividade humana estão levando a mudanças climáticas e continuam aumentando. Elas alcançaram atualmente seu maior nível da história. Emissões globais de dióxido de carbono aumentaram quase 50% desde 1990.
  • As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram a níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. As concentrações de dióxido de carbono aumentaram em 40% desde os tempos pré-industriais, primeiramente por conta dos combustíveis fósseis e depois pelas emissões vindas do desmatamento do solo. O oceano absorveu cerca de 30% do dióxido de carbono antropogênico emitidos, tornando-se mais ácido.
  • Cada uma das últimas três décadas tem sido mais quente na superfície da Terra do que a anterior, desde 1850. No hemisfério Norte, o período entre 1983 e 2012 foi provavelmente o mais quente dos últimos 1.400 anos.
  • De 1880 a 2012, a temperatura média global aumentou 0,85ºC. Sem nenhuma ação, a média de temperatura mundial deve aumentar 3ºC até o final do século 21 – aumentando ainda mais em algumas áreas do mundo, incluindo nos trópicos e subtrópicos. As pessoas mais pobres e vulneráveis são as mais afetadas pelo aquecimento.
  • A média do nível do mar desde a metade do século 19 tem sido maior do que a média dos dois milênios anteriores. Entre 1901 e 2010, o nível global do mar aumentou 0,19 (0,17 a 0,21) metros.
  • De 1901 a 2010, o nível mundial do mar cresceu 19 centímetros com a expansão dos oceanos, devido ao aquecimento global e derretimento das geleiras. Desde 1979, o gelo do mar do Ártico diminuiu em cada década, com 1,07 milhões de km² de gelo perdido de dez em dez anos.
  • Ainda é possível limitar o aumento da temperatura global para 2ºC acima dos níveis pré-industriais, por meio de um conjunto de medidas tecnológicas e mudanças de comportamento.
  • Existem muitos caminhos atenuantes para alcançar a redução substancial de emissões para as próximas décadas, com chances superiores a 66%, se for limitado o aquecimento a 2ºC – a meta determinada pelos governos. No entanto, postergar até 2020 para as mitigações adicionais aumentará substancialmente os desafios tecnológicos, econômico, social e institucional associados para limitar o aquecimento no século 21 para menos de 2ºC relacionados a níveis pré-industriais.
  • (*) Reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima.
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável

  • Os oceanos cobrem três-quartos da superfície da Terra, contém 97% da água do planeta e representam 99% da vida no planeta em termos de volume.
    Mundialmente, o valor de mercado dos recursos marinhos e costeiros e das indústrias é de 3 trilhões de dólares por ano ou cerca de 5% do PIB (produto interno bruto) global.
  • Mundialmente, os níveis de captura de peixes estão próximos da capacidade de produção dos oceanos, com 80 milhões de toneladas de peixes sendo pescados.
  • Oceanos contêm cerca de 200 mil espécies identificadas, mas os números na verdade deve ser de milhões.
  • Os oceanos absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono produzido por humanos, amortecendo os impactos do aquecimento global.
  • Oceanos são a maior fonte de proteína do mundo, com mais de 3 mil milhões de pessoas dependendo dos oceanos como fonte primária de alimentação.
  • Pesca marinha direta ou indiretamente emprega mais de 200 milhões de pessoas.
  • Subsídios para a pesca estão contribuindo para a rápida diminuição de várias espécies de peixes e estão impedindo esforços para salvar e restaurar a pesca mundial e empregos relacionados, causando redução de 50 mil milhões  de dólares em pesca nos oceanos por ano.
  • 40% dos oceanos do mundo são altamente afetados pelas atividades humanas, incluindo poluição, diminuição de pesca e perda de habitats costeiros.
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade
  • Treze milhões de hectares de florestas estão sendo perdidos a cada o ano.
  • Cerca de 1,6 mil milhões de pessoas dependem das florestas para sua subsistência. Isso inclui 70 milhões de indígenas. Florestas são o lar de mais de 80% de todas as espécies de animais, plantas e insetos terrestres.
  • 2,6 mil milhões  de pessoas dependem diretamente da agricultura, mas 52% da terra usada para agricultura é afetada moderada ou severamente pela degradação do solo.
  • Anualmente, devido à seca e desertificação, 12 milhões de hectares são perdidos (23 hectares por minuto), espaço em que 20 milhões de toneladas de grãos poderiam ter crescido.
  • Das 8.300 raças animais conhecidas, 8% estão extintas e 22% estão sob risco de extinção.
    80% das pessoas vivendo em área rural em países em desenvolvimento dependem da medicina tradicional das plantas para ter cuidados com a saúde básica.
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis
  • O número de refugiados registrados junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) era de 13 milhões em meados de 2014, há cerca de um ano.
  • Corrupção, suborno, roubo e evasão de impostos custam cerca de 1,26 trilhão para os países em desenvolvimento por ano.
  • A taxa de crianças que deixam a escola primária em países em conflito alcançou 50% em 2011, o que soma 28,5 milhões de crianças.
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
  • A Assistência Oficial ao Desenvolvimento (OAD) levantou aproximadamente 135 mil milhões  de dólares em 2014.
  • Em 2014, 79% dos produtos de países em desenvolvimento entraram no mercado “duty-free” de países desenvolvidos.
  • A dívida dos países em desenvolvimento continua estável, beirando 3% do rendimento de exportação.
  • O número de usuários da internet na África quase dobrou nos últimos quatro anos.
  • Em 2015, 95% da população mundial tem cobertura de sinal de celular.
  • 30% da juventude mundial é de nativos digitais, ativos online por pelo menos cinco anos.
  • A população mundial apresentou aumento do uso da internet de 6% em 2000 para 43% em 2015.
  • No entanto, mais de 4 mil milhões  de pessoas não usam Internet, e 90% delas são de países em desenvolvimento.
Fonte: ONU

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Documentário - Chomsky & Cia (2008) legendado em Português

Documentário - Chomsky & Cia 2008 (legendado) from Mauricio Silva de Moura on Vimeo.


Noam Chomsky tornou-se possivelmente um dos pensadores mais influentes desde a segunda metade do século XX. O documentário foca nos ideais políticos do filósofo e constrói um percurso complexo que revitaliza o uso de imagens de arquivo com montagens eloquentes e um pouco de humor, bem como entrevistas com intelectuais expositivas, longe de qualquer vício académico.

Mostra os ideais políticos, muitas vezes controversos, do linguista Noam Chomsky, destacando sua maneira de compreender os truques e paradoxos no funcionamento das democracias neoliberais.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Estado da arte do eucaliptal em Portugal e CPLP, por Luís Alves


O presidente do grupo Portucel-Soporcel disse que o megaprojecto florestal de 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) em Moçambique podia ter acontecido em Portugal, se não houvesse resistências à plantação de eucaliptos [Fonte: Jornal de Negócios, 08/09/15)]

Vivemos num mundo em que as notícias são cada vez mais "manipuladas", de acordo com os melhores interesses do grande poder económico, interessado em manter o status quo, contra todos os indicadores que o Planeta Terra emite todos os dias, que mostram claramente que urge uma mudança de paradigma, envolvendo necessariamente que muitas indústrias rapidamente desapareçam ou evoluam para modelos de exploração radicalmente distintos dos actuais.

Estes interesses económicos, esgrimindo sempre a sua importância no momento actual para o PIB e outras fórmulas de cálculo e medição do bem estar de todos NÓS e de tudo aquilo que nos rodeia (todas a necessitar urgentemente de se actualizarem, fazendo reflectir de forma honesta a realidade trágica que atravessamos), criam ilusões no público que as consome, também esse tragicamente engordado por "refeições" constantes de informação, perdendo diariamente a capacidade cognitiva para questionar, refutar ou assumir prioridades fundamentais para assegurar o futuro.

A indústria do eucalipto, uma espécie exótica introduzida em Portugal na segunda metade do século XIX, vinda da Austrália, é actualmente muito importante para o PIB português, criando postos de trabalho à custa da exploração de um dos recursos mais frágeis que temos no nosso país, que são os solos.

A sua distribuição pelo território assumiu tal proporção, que é já a maior monocultura contínua desta espécie na Europa. Isto é o mesmo que ter uma gigantesca operação "mineira" montada em todo o território, na qual as empresas de pasta de papel utilizam a tecnologia sofisticada do eucalipto para extrair do solo os minerais e água, como tão bem ele sabe fazer, para rapidamente converter em dinheiro, numa das operações industriais mais poluentes que ocorre no nosso país.

Tudo isto se faz à custa de irreversíveis perdas de biodiversidade, desaparecimento dos padrões da paisagem tradicional, grave erosão do solo, conduzindo à sua desertificação a longo prazo, e aos inevitáveis incêndios, para os quais contribui de forma alarmante.

Mas a Natureza não perdoa este tipo de comportamento viral, tendendo sempre a repor os equilíbrios. E é precisamente neste ponto que esta notícia peca, por não informar correctamente o público...

Os senhores da pasta do papel vão agora plantar eucalipto em Moçambique não porque Portugal é hostil ao seu cultivo, aliás, isso nunca até agora os impediu.

Vão fazê-lo porque cá já não restam muito mais recursos para poderem ser explorados por esta desastrosa indústria, mas vão embora sobretudo porque, a qualquer momento, as diversas pragas e doenças que hoje afectam o eucalipto (sobretudo o gorgulho) podem assumir um carácter de calamidade, como já acontece com o nemátodo do pinheiro, sendo que não existe nenhuma solução economicamente viável para conter esta calamidade. São já milhares de hectares atacados, sobretudo no Norte e Centro do país

Vão-se embora porque finalmente muitos de nós clamamos por solos de qualidade para fazer Agricultura sustentável, para o país e para o Planeta.

Nunca uma monocultura se conseguirá impor por muito tempo e qualquer agrónomo ou engenheiro florestal competentes conhecem esta realidade.

Vão agora estimular a sua produção onde a pobreza das populações e a ausência de formas de viver com dignidade a partir dos seus próprios recursos dão lugar a estas realidades, onde a história se parece repetir, de forma trágica.

Resta saber o que será do território quando o eucalipto desaparecer da paisagem, que estratégias serão implementadas para conter a erosão e quem pagará os elevadíssimos custos de recuperação dos solos...

E quantos postos de trabalho, hoje tão importantes para a fórmula do PIB, restarão... Seremos todos lesados da pasta do papel...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Encontros Improváveis: Alberto Caeiro e Pink Floyd - Terminal Frost



“Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi coisa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum”
~ Alberto Caeiro

domingo, 20 de setembro de 2015

The Time to Act is Now - A Buddhist Declaration on Climate Change


Today we live in a time of great crisis, confronted by the gravest challenge that humanity has ever faced: the ecological consequences of our own collective karma. The scientific consensus is overwhelming: human activity is triggering environmental breakdown on a planetary scale. Global warming, in particular, is happening much faster than previously predicted, most obviously at the North Pole. For hundreds of thousands of years, the Arctic Ocean has been covered by an area of sea-ice as large as Australia—but now this is melting rapidly. In 2014 the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) forecast that the Arctic may be free of summer sea ice by mid-century. Other senior scientists consider this may happen within a decade.

Glaciers all over the world are also receding quickly. If current economic policies continue, the glaciers of the Tibetan Plateau, source of the great rivers that provide water for billions of people in Asia, are likely to disappear by mid-century. Severe droughts and crop failures are already affecting many countries. Major reports—from the IPCC, United Nations, European Union, and International Union for Conservation of Nature—agree that, without a collective change of direction, dwindling supplies of water, food and other resources could create widespread famine conditions, resource battles, and mass migration by mid-century—by 2030, according to the U.K.’s chief scientific advisor.

Global warming plays a major role in other ecological crises, including the loss of many plant and animal species that share this Earth with us. Oceanographers report that half the carbon released by burning fossil fuels has been absorbed by the oceans, increasing their acidity by about 30%. Acidification is disrupting calcification of shells and coral reefs, as well as threatening plankton growth, the source of the food chain for most life in the sea.

Eminent biologists and U.N. reports concur that “business-as-usual” will drive half of all species on Earth to extinction within this century. Collectively, we are violating the first precept—“do not harm living beings”—on the largest possible scale. And we cannot foresee the biological consequences for human life when so many species that invisibly contribute to our own well-being vanish from the planet.

Many scientists have concluded that the survival of human civilization is at stake. We have reached a critical juncture in our biological and social evolution. There has never been a more important time in history to bring the resources of Buddhism to bear on behalf of all living beings. The four noble truths provide a framework for diagnosing our current situation and formulating appropriate guidelines—because the threats and disasters we face ultimately stem from the human mind, and therefore require profound changes within our minds. If personal suffering stems from craving and ignorance—from the three poisons of greed, ill will, and delusion—the same applies to the suffering that afflicts us on a collective scale. Our ecological emergency is a larger version of the perennial human predicament. Both as individuals and as a species, we suffer from a sense of self that feels disconnected not only from other people but from the Earth itself. As Thích Nhất Hạnh has said, “We are here to awaken from the illusion of our separateness.” We need to wake up and realize that the Earth is our mother as well as our home—and in this case the umbilical cord binding us to her cannot be severed. When the Earth becomes sick, we become sick, because we are part of her.

Our present economic and technological relationships with the rest of the biosphere are unsustainable. To survive the rough transitions ahead, our lifestyles and expectations must change. This involves new habits as well as new values. The Buddhist teaching that the overall health of the individual and society depends upon inner well-being, and not merely upon economic indicators, helps us determine the personal and social changes we must make.

Individually, we must adopt behaviors that increase everyday ecological awareness and reduce our “carbon footprint”. Those of us in the advanced economies need to retrofit and insulate our homes and workplaces for energy efficiency; lower thermostats in winter and raise them in summer; use high efficiency light bulbs and appliances; turn off unused electrical appliances; drive the most fuel-efficient cars possible, and reduce meat consumption in favor of a healthy, environmentally-friendly plant-based diet.

These personal activities will not by themselves be sufficient to avert future calamity. We must also make institutional changes, both technological and economic. We must “de-carbonize” our energy systems as quickly as feasible by replacing fossil fuels with renewable energy sources that are limitless, benign and harmonious with nature. We especially need to halt the construction of new coal plants, since coal is by far the most polluting and most dangerous source of atmospheric carbon. Wisely utilized, wind power, solar power, tidal power, and geothermal power can provide all the electricity that we require without damaging the biosphere. Since up to a quarter of world carbon emissions result from deforestation, we must reverse the destruction of forests, especially the vital rainforest belt where most species of plants and animals live.

It has recently become quite obvious that significant changes are also needed in the way our economic system is structured. Global warming is intimately related to the gargantuan quantities of energy that our industries devour to provide the levels of consumption that many of us have learned to expect. From a Buddhist perspective, a sane and sustainable economy would be governed by the principle of sufficiency: the key to happiness is contentment rather than an ever-increasing abundance of goods. The compulsion to consume more and more is an expression of craving, the very thing the Buddha pinpointed as the root cause of suffering.

Instead of an economy that emphasizes profit and requires perpetual growth to avoid collapse, we need to move together towards an economy that provides a satisfactory standard of living for everyone while allowing us to develop our full (including spiritual) potential in harmony with the biosphere that sustains and nurtures all beings, including future generations. If political leaders are unable to recognize the urgency of our global crisis, or unwilling to put the long-term good of humankind above the short-term benefit of fossil-fuel corporations, we need to challenge them with sustained campaigns of citizen action.

Dr James Hansen of NASA and other climatologists have recently defined the precise targets needed to prevent global warming from reaching catastrophic “tipping points.” For human civilization to be sustainable, the safe level of carbon dioxide in the atmosphere is no more than 350 parts per million (ppm). This target has been endorsed by the Dalai Lama, along with other Nobel laureates and distinguished scientists. Our current situation is of profound concern since the level is already 400 ppm, and has been rising at 2 ppm per year. We are challenged not only to reduce carbon emissions, but also to remove large quantities of carbon gas already present in the atmosphere.

As signatories to this statement of Buddhist principles, we acknowledge the urgent challenge of climate change. We join with the Dalai Lama in endorsing the 350 ppm target. In accordance with Buddhist teachings, we accept our individual and collective responsibility to do whatever we can to meet this target, including (but not limited to) the personal and social responses outlined above.

We have a brief window of opportunity to take action, to preserve humanity from imminent disaster and to assist the survival of the many diverse and beautiful forms of life on Earth. Future generations, and the other species that share the biosphere with us, have no voice to ask for our compassion, wisdom, and leadership. We must listen to their silence. We must be their voice, too, and act on their behalf.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Grande entrevista a Chomsky: o mundo que nossos netos herdarão?


Entrevistado pelo jornalista David Barsamian, o professor Noam Chomsky, explica as raízes do Estado Islâmico (ISIS) e porque os EUA e seus aliados são responsáveis pelo grupo. Particularmente, argumenta, a invasão do Iraque em 2003 provocou um divisão sectária que desestabilizou a sociedade iraquiana. Solo fértil para os sauditas estimularem grupos radicais.

A entrevista também toca no massacre israelense na faixa de Gaza, destacando o papel vital de Israel no tabuleiro político norte-americano. Chosmky conta, por exemplo, como Telaviv foi usada por Washington para fornecer, ao exército a Guatemala, as armas que permitiram o massacre contra comunidades maias. Era a época do governo Ronald Reagan; o Congresso havia proibido tal assistência militar — Israel prontificou-se a ser solução. 

Por fim, Chomsky compartilha seus pensamentos sobre o crescente movimento pela justiça climática e porque acha que essa é a questão mais urgente hoje.


O Oriente Médio está em chamas, da Líbia até o Iraque. Existem novos grupos jihadistas. O foco atual é o ISIS. O que dizer sobre ISIS e as suas origens?

Há uma interessante entrevista que só apareceu há alguns dias atrás, com Graham Fuller, um ex-agente da CIA, um dos principais fontes da inteligência e dos analistas mainstream sobre o Oriente Médio. O título é “Os Estados Unidos criaram o ISIS”. Aparentemente, seria mais uma das milhares de teorias da conspiração que rondam o Oriente Médio.

Mas trata-se de algo diferente — que vai direto ao coração do establishmentnorte-americano. Fuller apressa-se em frisar que sua hipótese não significa dizer que os EUA decidiram dar existência ao ISIS e, em seguida, o financiaram. Seu — e eu acho que é algo acurado — é que os EUA criaram o pano de fundo em que o ISIS cresceu e se desenvolveu. Em parte, apenas devido à abordagem devastadora padrão: esmagar aquilo de que você não gosta.

Em 2003, os EUA e a Grã-Bretanha invadiram o Iraque, um crime grave. A invasão foi devastadora. O Iraque já havia sido virtualmente destruído, em primeiro lugar pela década de guerra com o Irã — no qual, aliás, Bagdá foi apoiado por os Washington — e depois pela década de sanções econômicas e políticas.

Tais sanções foram descritas como “genocidas” pelos dois respeitados diplomatas internacionais que os administravam e, que, por esse motivo, renunciaram em protesto. Elas devastaram a sociedade civil, fortaleceram o ditador, obrigaram a população a confiar nele para a sobrevivência. Essa é provavelmente a razão pela qual ele não seguiu o caminho natural de todos os outros ditadores que foram derrubados.

Por fim, os EUA simplesmente decidiram atacar o país em 2003. O ataque é comparado por muitos iraquianos à invasão mongol de mil anos atrás. Muito destrutiva. Centenas de milhares de pessoas mortas, milhões de refugiados, milhões de outras pessoas desalojadas, destruição da riqueza arqueológica e da riqueza do país da época suméria.

Um dos efeitos da invasão foi instituir imediatamente divisões sectárias. Parte do “brilhantismo” da força de invasão e de seu diretor civil, Paul Bremer, foi separar os grupos — sunitas, xiitas e curdos — uns dos outros, e instigá-los uns conta os outros. Após alguns anos, houve um conflito sectário brutal, deflagrado pela invasão.

Você pode enxergar isso se olhar para Bagdá. Um mapa de Bagdá de, digamos, 2002, revela uma cidade mista: sunitas e xiitas vivem nos mesmos bairros e casam entre si. Na verdade, às vezes nem sabiam quem era sunita, e quem era xiita. É como saber se seus amigos estão em um ou outro grupo protestante. Existiam diferenças, mas não eram hostis.

Na verdade, durante alguns anos ambos os lados diziam: nunca haverá conflitos sunitas-xiitas; Estamos muito misturados na natureza de nossas vidas, nos locais onde vivemos, e assim por diante. Em 2006, houve uma guerra feroz. Esse conflito se espalhou para todo o Oriente Médio — hoje, cada vez mais dilacerado por conflitos entre sunitas e xiitas.

A dinâmica natural de um conflito como esse é que os elementos mais extremos comecem a assumir o controle. Eles tinham raízes. Estão no mais importante aliado dos EUA, a Arábia Saudita, com a qual Washington está seriamente envolvidos desde a fundação do Estado nacional. É uma espécie de ditadura da família. O motivo é sua uma enorme quantidade de petróleo.

Mesmo do domínio dos EUA, a Grã-Bretanha sempre preferiu o islamismo radical ao nacionalismo secular, no mundo árabe. E quando os EUA passaram a ser hegemônicos no Oriente Médio, adotaram a mesma posição. O islamismo radical tem seu centro na Arábia Saudita. É o estado islâmico mais extremista, mais radical no mundo. Faz o Irã parecer um país tolerante e moderno, em comparação — e os países seculares do Oriente Médio árabe ainda mais, é claro.

A Arábia Saudita não é apenas dirigida por uma versão extremista do Islã, os salafistas wahhabistas. É também um Estado missionário. Usa seus enormes recursos petrolíferos para promulgar suas doutrinas em toda a região. Estabelece escolas, mesquitas, clérigos, em todo o lugar, do Paquistão até o Norte de África.

Uma versão extremista do extremismo saudita foi assumida pelo ISIS. Este grupo cresceu ideologicamente, portanto, a partir da forma mais extremista do Islã — a versão da Arábia Saudita — e dos conflitos engendrados pela invasão norte-americana, que quebraram o Iraque e já se espalharam por toda a região. Isso é o que Fuller argumenta, em sua hipótese.

A Arábia Saudita não só fornece o núcleo ideológico que levou ao extremismo radical do ISIS (e de grupos semelhantes que estão surgindo em diversos países), mas também o financia e lhe oferece apoio ideológico. Não é o governo deRIAD que o faz — mas sauditas e kwaitianos ricos. O ataque lançado à região pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha é a fonte, onde tudo se origina. Isso é o que significa dizer os EUA criaram ISIS.

Pode ter bastante certeza de que, à medida que esses conflitos se desenvolvem, eles se tornarão mais extremistas. Os grupos mais brutais tenderão a assumir o controle. É o que acontece quando a violência se torna o meio de interação. É quase automático: em favelas ou nos assuntos internacionais. As dinâmicas são perfeitamente evidentes. É este o papel do ISIS vem. E se for destruído, surgirá talvez algo ainda mais extremo.

Continua…

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Documentário: "A minha vida é um filme..."

 
A minha vida é um filme....... from Rui Farinha on Vimeo.

Tive o privilégio de captar estes momentos com a D. Maria José (faleceu no passado dia 07 Junho 2015 com 77 anos), no decurso de um trabalho académico, os quais partilho como homenagem e reconhecimento - Rui Farinha

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Faça estas oito coisas e tornar-se-á mais criativo(a) e perspicaz, afirmam neurocientistas


1) Ser positivo(a)
2) Grandes espaços
3) Evitar objectos cortantes
4) As cores da natureza
5) Fazer pausas
6) Dormir
7) Não fazer nada
8) Tomar duche






Os testes de inteligência humana mostram que enquanto o QI – a medida das nossas capacidades analíticas – parece estar a aumentar, o pensamento criativo poderá estar a declinar, porque o nosso mundo hiperactivo exige que sejamos cada vez mais analíticos. O neurocientista John Kounios, professor de Psicologia da Universidade de Drexel (em Filadélfia, nos Estados Unidos) e co-autor, com o seu colega Mark Beeman, do livro The Eureka Factor (O Factor Eureka), estuda a forma como a criatividade e esse momento em que de repente percebemos algo (insight em inglês) começam no cérebro. E explica-nos que há uma série de coisas muito simples que podemos fazer para estimular essa revelação súbita, o pensamento “fora da caixa”, a criatividade e os “murmúrios da intuição”.

Por que se interessou pela ciência da revelação súbita?
Houve uma controvérsia, na psicologia cognitiva, em torno da questão de saber se o pensamento muda gradualmente ao longo do tempo – num “processamento contínuo” – ou se o nosso cérebro passa de repente de um estado para outro e depois para outro. A ideia aceite na altura era que qualquer pensamento fluía gradualmente e que o que as pessoas sentiam como uma revelação súbita não era mais do que um floreado emocional, um entusiasmo adicional no fim do processo de raciocínio, que fazia com que a revelação parecesse surgir de repente.

Nós concebemos algumas experiências, utilizando anagramas (sequências de letras que é preciso reordenar para identificar uma palavra) e descobrimos que algumas pessoas passam, num pulo, de não fazer a mínima ideia da solução a ter a solução. Isso mostrou-nos que a revelação súbita é um fenómeno real.

Foi então que decidi focar-me nas bases neurais da criatividade e que comecei a trabalhar com o meu colega Mark Beeman no sentido de mapearmos ao mesmo tempo onde e quando essa revelação súbita acontece no cérebro.

Eu uso a técnica de electroencefalografia (EEG), que mede a actividade eléctrica do cérebro e permite determinar exactamente quando é que algo está a acontecer no cérebro. Porém, a EEG não permite mostrar onde é que essa actividade está localizada. Mas o Mark usa a tecnologia de ressonância magnética funcional (fMRI), que detecta alterações no fluxo sanguíneo cerebral e é justamente muito útil para mostrar onde é que a actividade está a acontecer (embora o seja menos em termos temporais). Foi por isso que decidimos combinar as nossas estratégias.

E o que descobriram?
O estudo da questão da revelação súbita coloca vários desafios. Adorava enfiar pessoas dentro de um scanner cerebral e esperar que tivessem uma experiência deste tipo. Mas isso não é exequível. Portanto, o que fazemos é submetê-las a testes [da criatividade] chamados “problemas de associações remotas”.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Os bizarros e pequenos organismos que compõem o plâncton (com fotos)

Mais fotos aqui
A comunidade científica revelou recentemente a análise mais abrangente alguma vez feita ao plâncton oceânico – os pequenos organismos que servem de alimento a vários animais, tal como a grande baleia-azul e fornecem metade do oxigénio que respiramos.

Os investigadores passaram três anos e meio a bordo de um veleiro, a partir do qual recolheram 35.000 amostras de plâncton de 210 locais distintos. Pela primeira vez foi possível determinar a distribuição dos organismos, perceber como interagem uns com os outros e efectuar várias análises genéticas.

O plâncton é composto por plantas e animais microscópicos, larvas de peixe, vírus, bactérias e outros organismos que flutuam pelos oceanos.

“O plâncton é muito mais que comida para baleias”, assevera Chris Bowler, investigador principal no Centro Nacional de Investigação Científica de França e um dos investigadores que participou no estudo, cita o Daily Mail. “Embora sejam pequenos, estes organismos são uma parte vital do sistema de suporte de vida da Terra, fornecendo metade do oxigénio produzido todos os anos no planeta através da fotossíntese e constituindo a base da cadeia alimentar de toda a vida que existe nos oceanos”, acrescenta.

Durante o estudo, os investigadores realizaram a maior sequenciação de ADN alguma vez feita no campo das Ciências Marinhas, identificando cerca de 40 milhões de genes de plâncton, a maioria desconhecida anteriormente.

Os investigadores descobriram que o plâncton era geneticamente muito mais diverso do que se pensava. Contrariamente, a diversidade dos vírus revelou-se menor que o antecipado. Os cientistas descobriram ainda que maior parte das interacções entre os organismos do plâncton eram parasíticas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Quantas árvores há no mundo? 422 por cada humano

Fotografia © REUTERS/Enrique Castro-Mendivil/Files
A humanidade já destruiu metade de todas as árvores do planeta e a este ritmo de desflorestação todas terão desaparecido em 300 anos.


Quantas árvores há numa floresta? E num país? No mundo todo? Das sequoias gigantes da Califórnia, às cerejeiras japonesas, passando pelas oliveiras milenares da Península Ibérica e pelos eucaliptos da Austrália, um estudo publicado na revista Nature chegou a um número: 3 040 000 000 000. Mais de três biliões.
Este número é sete vezes maior do que as anteriores estimativas. Mas também traz novidades preocupantes: mais 15 mil milhões de árvores são cortadas todos os anos e desde o início da agricultura, há 12 mil anos, a humanidade fez desaparecer quase metade das árvores do planeta, 46%.

"A escala do impacto humanos é espantoso", diz Thomas Crowther, o ecologista que liderou o estudo."Obviamente esperávamos que os humanos tivessem um papel importante, mas não esperávamos que fosse o fator mais importante."

Crowther explica que não encontraram árvores novas, apenas acrescentaram uma camada de informação, de forma a fazer melhores medições, e alerta que os últimos números não mudam o que se sabe sobre o armazenamento e consumo de dióxido de carbono ou diminuem o impacto da desflorestação.

Ver vídeo (e fonte) da notícia.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

How will we feed 9 billion people in 2050?


How will we feed 9 billion people in 2050? If we are to meet the hungry demands of our future, we need a revolution in the way we produce and deliver food. Our 9 Billion Bowls multimedia report tells the story of a diverse group of scientists, students, analysts and inventors who are using Big Data and leading edge technologies in entirely new ways to make this happen.
Access the full report: 9billionbowls.com


The food chain is broken

On paper, we produce enough food to feed our current population of 7 billion. Yet an estimated 805 million people go to bed hungry each night, and hidden hunger – or micronutrient deficiency – affects an additional 2 billion.

Poverty, political instability, income inequity and overconsumption in some regions of the world all play pivotal roles. But the 9 Billion Bowls report from Thomson Reuters turns its focus on a specific link in the global chain – the production and delivery of food.

It’s here where the greatest challenges – and brightest opportunities – for feeding our planet lie.

Wasting away

Of the food that we do grow the United Nations estimates that 30% goes to waste somewhere in the production and delivery process – and simply never reaches our tables. And it’s not just the food itself that’s lost; it’s also the water, human effort and resources that went into its production.
The increasing intensity of climate change

Perhaps no other industry has been more negatively affected by climate change than agriculture. Droughts, floods, fires and freezes all do their damage directly to global crops. Yields suffer. People suffer. More bowls to fill by the day

In coming years, the situation will be even more daunting: Our population is projected to reach 9 billion by 2050. Yet 80% of our arable land is already in use.

As these issues converge and intensify, we are forced to confront perhaps the most critical question of our time: How will we fill 9 billion bowls by 2050?

Access the full report: 9billionbowls.com

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A História de Portugal contada pelos nossos genes

A análise de certas porções do ADN humano permite recuar no tempo para ter uma ideia, geográfica e temporal, da origem dos portugueses actuais. Por Ana Gerschenfeld, 22/4/11
O MAPA DAS LETRAS QUE COMPÕEM O CÓDIGO GENÉTICO HUMANO REUTERS

A receita genética para cozinhar um português moderno: aquecer em lume brando um "caldo" de ADN de celtas, iberos e lusitanos do início da era cristã, acrescentando umas pitadas de genes judeus vindos do Médio Oriente durante o Império Romano. De vez em quando, deitar no tacho alguns genes berberes. Esperar 700 anos e, em seguida, misturar uns punhados de genes de invasores árabes durante cinco séculos. Já no século XIII aumentar bastante o lume e reduzir a introdução de genes árabes (sem esquecer de continuar a polvilhar a mistura com mais genes judeus). A partir de meados do século XV, BAIXAR o lume e ir deitando no caldo umas colheres de genes de escravos subsarianos. No início do século XVI, aumentar novamente o lume da Inquisição durante dois séculos, continuando a acrescentar genes africanos até ao fim do século XIX - e sem nunca esquecer de temperar periodicamente com mais alguns genes judeus (agora chamados "sefarditas").

Em traços largos, esta é a receita de fabrico do ADN dos portugueses de hoje à luz dos mais recentes resultados da genética das populações. É pelo menos uma história possível e foi inspirada na leitura do livro O Património Genético Português (Gradiva, 2009), da autoria da investigadora Luísa Pereira, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), e da jornalista Filipa Ribeiro.

Mitocôndrias, Y e Cª

Hoje em dia, a genética moderna fornece pistas para seguir o rasto às andanças da espécie humana - e dos portugueses em particular - desde os seus primórdios.

Afinal de contas, cada uma das células do nosso corpo guarda, no seu ADN, a história das gerações que nos antecederam. As lacunas ainda são grandes, mas os avanços das técnicas de sequenciação do ADN já permitiram obter resultados que respondem a muitas interrogações.

A genética das populações estuda as migrações humanas principalmente através das mutações acumuladas em dois bocados específicos do património genético humano: o ADN mitocondrial e o cromossoma Y. O primeiro é um pequeno anel de ADN que se encontra dentro de estruturas chamadas mitocôndrias, que são as "baterias" das células. Quanto ao cromossoma Y, é ele que determina o sexo masculino (as mulheres são XX e os homens XY).

Ambos estes tipos de ADN servem para estudar as características genéticas das populações, porque têm modos de transmissão hereditária muito bem definidos. O ADN mitocondrial tem a particularidade de ser transmitido exclusivamente por via matrilinear - ou seja, pelas mães aos seus filhos de ambos os sexos -, enquanto o cromossoma Y é transmitido pelos pais exclusivamente aos seus filhos do sexo masculino. Isto significa que o ADN das mitocôndrias de qualquer pessoa provém da mãe da mãe da mãe da sua mãe (etc.) e que o ADN do cromossoma Y de qualquer homem provém do pai do pai do pai do seu pai (etc.). E a História de Portugal revista através do prisma genético dá, grosso modo, a receita acima referida.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

As páginas deste livro purificam a água... literalmente

O Drinkable Book é um livro cujas páginas servem como filtros para tornar água contaminada em água limpa e potável.



A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 660 milhões de pessoas não têm acesso a água limpa e que mais de três milhões de pessoas morrem, todos os anos, devido a doenças relacionadas com a falta de qualidade da água. Foi a pensar nestes dados que Theresa Dankovich criou o Drinkable Book.


Por fora, este livro parece ser igual a tantos outros, mas o segredo esconde-se nas suas páginas. As páginas do Drinkable Book podem ser arrancadas e utilizadas como filtros de água, que removem 99% das bactérias da água contaminada, como a E. coli e a salmonela.

Os livros contêm informações sobre a água e instruções como utilizar as suas folhas para transformar a água contaminada em água própria para consumo.

A ideia de Theresa surgiu no decorrer da sua tese de doutoramento na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá. A investigadora percebeu que a prata matava as bactérias presentes na água e que não a tornava prejudicial para a saúde. A partir disto, inventou um papel com nanopartículas de prata e desenvolveu um método de filtrar a água simples, económico e amigo do ambiente.

O funcionamento do livro é muito simples: arranca-se uma das páginas que vai servir de filtro, coloca-se na caixa dos filtros, que é usada para guardar o livro e verte-se a água contaminada. Passado uns minutos, essa mesma água está pronta a consumir, sem qualquer problema para a saúde.

Cada filtro tem a duração de 30 dias e consegue filtrar 100 litros de água contaminada. Por enquanto, os livros ainda não estão à venda. A campanha no Indiegogo ainda está a decorrer, com o objectivo de angariar 30.000 dólares, que correspondem a 27 mil euros, para fabricar os primeiros mil livros.

Texto de Diana Pinto Alves • 27/08/2015