segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Alterações climáticas....


e a Biosfera evoluirá, com ou sem o Homem.....
Refugiados do clima serão 150 milhões em 2050, diz especialista
O aquecimento da Terra pode provocar o deslocamento de 150 milhões de pessoas em meados deste século. A conclusão é de um estudo apresentado nesta quarta-feira durante uma conferência científica em Exeter (Reino Unido), destinada a debater a estabilização das mudanças climáticas. Um outro trabalho científico apresentado no encontro reúne pela primeira vez as informações disponíveis sobre o impacto que variados graus de aquecimento terão sobre os ecossistemas da Terra. Seu autor afirma que, para uma elevação de 3ºC na temperatura global em relação aos níveis pré-industriais, o gelo do Ártico e a Amazônia têm risco de perder 50% da sua área ou das suas populações animais e vegetais .Os "refugiados do clima" fogem da seca, que deve tornar estéreis diversas zonas de cultivo, e das inundações. Calcula-se que só a Índia terá 30 milhões de refugiados devido a enchentes, e que um sexto do território de Bangladesh pode sumir sob as águas ou ter seu solo arrasado. Segundo o pesquisador nigeriano Anthony Nyong, as temperaturas podem subir 2ºC,e as chuvas podem sofrer uma redução de 10% por volta de 2050 se a tendência atual de aquecimento continuar. Isso significaria secas mais graves que, de acordo com Nyong, poderiam levar à fome até 100 milhões de africanos.
Escala da tragédia - Em sua apresentação nesta quarta-feira em Exeter, BillHare, ex-negociador-chefe da Ong Greenpeace para a questão climática e pesquisador do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos em Potsdam(Alemanha), compilou uma escala que mostra os impactos da mudança climática se multiplicando à medida que a temperatura global sobe, de 1ºC a 3ºC.Hoje o processo já se iniciou, com uma média global 0,7ºC acima da média no período pré-industrial (antes que a humanidade começasse a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis, como carvão mineral, que emitem dióxido de carbono, gás que aprisiona o calor irradiado pela Terra na atmosfera).Nos próximos 25 anos, quando as temperaturas se aproximam da marca de 1ºC amais, alguns ecossistemas já começam a entrar em risco alto de perda de mais de metade da sua biodiversidade. Entre eles estão alguns "hotspots", locais com grande número de espécies endêmicas, como o Karoo das plantas suculentas, na África do Sul. Em alguns países do Terceiro Mundo, a produção de alimentos já começa a declinar.  É quando as temperaturas chegam a 2ºC acima do nível pré-industrial, algo esperado para a metade do século, que os efeitos mais sérios começam a se fazer sentir, de acordo com vários estudos. Acima de 3ºC de aumento, o que poderáacontecer antes do fim do século, os efeitos seriam catastróficos. O gelo do Ártico desapareceria, e a escassez de água atingiria 3 bilhões de pessoas a mais do que hoje.
(Folha Online)
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Camada de gelo da Antártida pode estar a desintegrar-se 
Cientistas britânicos afirmaram que a densa camada de gelo que cobre a parte ocidental da Antártida poderá estar a desintegrar-se e alertaram que o seu desabamento faria subir em quase 4,9 metros o nível dos oceanos. O aviso foifeito numa conferência internacional sobre o clima que decorre desde ontem nacidade de Exeter, no Reino Unido.Os peritos, que fazem parte do British Antarctic Survey (BAS), com sede em Cambridge, descobriram que essas massas de gelo, até agora consideradas estáveis, podem estar em risco. Depois de ter medido a densidade da camada de gelo, a equipa chegou à conclusão de que esta está a desprender-se e a cair ao mar, o que representa uma subidado nível médio dos oceanos de um quinto de milímetro por ano.O professor Chris Rapley, director do BAS, declarou na conferência que estesinal de alarme já constava do último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas (IPCC), mas que foi ignorado. Nesse relatório, a Antártida era apresentada como "um gigante adormecido em termos de alterações climáticas, mas o gigante despertou", afirmou o cientista britânico.Rapley acrescentou não ser possível partilhar o optimismo de estudos anteriores, em que se afastava o perigo dessa camada de gelo se desintegrar antes de 2100.O eventual colapso desses gelos antárcticos constituiria um desastre deproporções gigantescas, já que enormes zonas costeiras submergiriam, tanto empaíses desenvolvidos como em desenvolvimento. A Antárctida desempenha um papel crucial no sistema climático da Terra,influenciando a circulação oceânica, as interligações climáticas e os níveis domar. Rapley lembrou que nos últimos 50 anos, a região tem sofrido um aumentomédio da temperatura de 2,5 graus centígrados. Como consequência, dos cerca de400 glaciares da Península da Antárctida, 75 por cento registaram diminuições de densidade. As estimativas actuais revelam que a península está a contribuircom cerca de 0,06 milímetros anuais para a subida do nível do mar.A conferência de Exeter faz parte dos esforços do Reino Unido para aproveitar asua presidência do G8 – grupo formado pelos sete países mais ricos e pela Rússia –, para chamar a atenção do mundo para as alterações climáticas. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pediu aos cientistas na conferência para determinarem a partir de que momento as alterações climáticas começarão ater consequências catastróficas para as sociedades do planeta e para osecossistemas.Foram já apresentados vários relatórios, um deles sobre o possível impacto dasalterações climáticas na corrente do Golfo, mas o que causou maior impacto foi o relacionado com os gelos da Antártida. Outro trabalho, de cientistas israelitas, prevê o rápido desaparecimento dos recifes de coral à medida que for aumentando a acidez dos mares através da absorção do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Os oceanos absorvem aproximadamente 48 por cento das emissões de CO2 causadas pelo homem, o que atrasa o efeito de estufa, mas aumenta a acidez das águas oceânicas, o que representa um perigo para os corais e outros organismos.

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