Caravana andou pelas aldeias de Boticas e Montalegre a protestar contra a mina
Grupo juntou mais de 200 carros para pedir que parem a exploração de lítio em Covas do Barroso
Com o intuito de travar o avanço da Mina do Barroso, em Boticas, as populações das aldeias da zona afetadas pela exploração de lítio juntaram-se, na tarde desta sexta-feira, numa caravana que passou por várias localidades, também em algumas de Montalegre, como forma de protesto contra o projeto. “Temos mais de 200 carros na caravana e nem sabemos o número de pessoas, mas são muitas. A população está toda unida contra a mina “, explicou Nelson Gomes, da Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, garantindo que vão continuar a lutar contra a mineração. “Estamos a tentar que este processo seja suspenso de uma vez por todas”, afirmou Nelson Gomes destacando que “o governo já foi abaixo por causa do lítio”, mas no terreno “continua-se a ver que as minas estão a avançar”.
Esta mina está na mira da operação Influencer, que investiga negócios de lítio e de hidrogénio, e que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa.
Há 10 dias que vários populares mantêm uma espécie de guarda nos terrenos onde a Savannah Resources, que detém a concessão mineira, quer iniciar os trabalhos de desmatação, para arrancar com a exploração de lítio. “Temos conseguido evitar que as máquinas trabalhem porque vamos todos dos dias para lá, para que não avancem nos terrenos baldios. O nosso objetivo é que pare definitivamente a mineração e os contratos duvidosos em Covas do Barroso e em Montalegre”, deu conta este elemento daquela associação. O caso está em tribunal, uma vez que avançaram com uma ação contra a Savannah Resources. “Põe em causa a nossa terra. A luta continua porque são projetos contra tudo e contra todos. Querem impingir-nos a narrativa da transição energética, justa e verde. Só que nós achamos que nem é justa, nem é verde, nem é sustentável”, indicou Nelson Gomes.
A instalação das Minas do Barroso implica um investimento de 110 milhões de euros e promete criar mais de 200 postos de trabalho. Tem a capacidade para construir baterias para, por exemplo, 655 mil BMW i3 ou para 307 mil Jaguar I-Pace, por ano.
Este projeto foi o primeiro de exploração de lítio em Portugal a conseguir uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável, ainda que condicionada à implementação de medidas de compensação e mitigação.
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