Estamos a viver uma situação muitíssimo preocupante.
O grave problema, e é global, é a descida do QI dos nossos jovens. Os hábitos de leitura perderam-se. Já em 2021 foi publicado o livro "A Fábrica de Cretinos Digitais". Michel Desmurget acumula vasta publicação científica e já passou por centros de pesquisa renomeados como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. É verdade que o QI é fortemente afectado por factores como o sistema de saúde, o sistema escolar, a nutrição, etc. Mas se considerarmos os países onde os fatores socioeconómicos têm sido bastante estáveis por décadas, o 'efeito Flynn' começa a diminuir.
Nesses países, os "nativos digitais" são os primeiros filhos a ter QI inferior ao dos pais. É uma tendência que foi documentada na Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda e França.
Vários estudos têm mostrado que quando o uso de televisão, telemóvel ou videojogos aumenta, o QI e o desenvolvimento cognitivo diminuem.
Os principais alicerces da nossa inteligência são afetados: linguagem, concentração, memória, cultura (definida como um corpo de conhecimento que nos ajuda a organizar e compreender o mundo). Em última análise, esses impactos levam a uma queda significativa no desempenho académico.
E por que o uso de dispositivos digitais causa tudo isto?
As causas também estão claramente identificadas no livro que refiro: diminuição da qualidade e quantidade das interações intrafamiliares, essenciais para o desenvolvimento da linguagem e do emocional; diminuição do tempo dedicado a outras atividades mais enriquecedoras (jardinagem, música, arte, leitura, etc.); perturbação do sono, que é quantitativamente reduzido e qualitativamente degradado; super-estimulação da atenção, levando a distúrbios de concentração, aprendizagem e impulsividade; sub-estimulação intelectual, que impede o cérebro de desenvolver todo o seu potencial e o sedentarismo excessivo que, além do desenvolvimento corporal, influencia a maturação cerebral.
Entrevista completa aqui
Sem comentários:
Enviar um comentário