sábado, 10 de dezembro de 2022

Desapegar- Fim do luto


Esta semana atingi o desapego da minha amada Teresa. Seis anos de muita turbulência e dor. Agora, Teresa estás no Cosmos, a olhar por mim e pelo meu filho. É a fase final de um luto. Seja ele divórcio, morte de um parente e o mais duro deles todos a morte da amada. Tudo começa numa espiral: primeiro, um tormento de emoções, dúvidas, culpas, tortura psicológica. Depois, com muita disciplina mental, meditação, a dor vai diminuindo. A incompreensão da morte vai sendo superada. A espiral afasta-se, torna-se cada vez mais nítida e bonita. É isso que a Teresa deseja: que o meu caminho na Terra seja feliz. A Teresa está bem. Em paz eterna. E eu estou agora muito mais sereno.
Desapego não é desinteresse, indiferença ou fuga. Não devemos nos tornar indiferentes aos problemas da vida. Não devemos fugir da vida; não se pode fugir dela quando somos sinceros. A vida e os seus problemas devem ser encarados e lidados de frente, mas não são coisas às quais devamos nos apegar. É verdade que o dinheiro tem a sua importância, mas a pessoa que se apega a ele torna-se avarenta e escrava do dinheiro. É muito fácil nos apegarmos à nossa beleza, às nossas aptidões ou às nossas posses, e assim nos sentirmos superiores aos outros. É igualmente fácil nos apegarmos à nossa feiura, à nossa falta de aptidões ou à nossa pobreza, e assim nos sentirmos inferiores aos outros. O apego às condições favoráveis leva à avidez e ao falso otimismo, enquanto que o apego às condições desfavoráveis leva ao ressentimento e ao pessimismo. Sem dúvida, nosso apego às coisas, condições, sentimentos e ideias é muito mais problemático do que imaginamos.
Acreditem. Pessoas que praticam o desapego têm mais equilíbrio entre o corpo e a mente. Conseguem manter o eu interior em constante harmonia, concentram-se no que realmente importa.

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