As tarifas do gás natural na Europa aumentaram mais de 1.000% em relação a um mínimo histórico em maio de 2020 devido à pandemia, enquanto as taxas do GNL na Ásia multiplicaram por seis no último ano.
A era do gás natural barato acabou, dando lugar a um período de energia muito mais cara que deve criar um efeito cascata na economia global. O gás natural, usado para gerar eletricidade e aquecer residências, era abundante e barato durante grande parte da última década o que deu lugar à expansão da oferta dos Estados Unidos à Austrália.
Esse quadro foi revertido este ano, uma vez que a procura passou a superar em muito a oferta. As tarifas do gás na Europa atingiram recordes na semana passada, enquanto as entregas do combustível liquefeito para a Ásia estão perto de máximos históricos para esta época do ano.
Com poucas opções, o mercado mundial deverá depender cada vez mais do gás menos poluente em substituição ao carvão para ajudar a atingir metas verdes de curto prazo. Mas, à medida que produtores limitam investimentos em novos suprimentos sob pressão de investidores e governos preocupados com o clima, fica claro que a energia cara veio para ficar.
"Não importa como se olha para o assunto, o gás será o combustível de transição nas próximas décadas, já que as maiores economias estão empenhadas em atingir as suas metas de emissão de carbono", disse Chris Weafer, CEO da Macro-Advisory, com sede em Moscovo. "O preço do gás tende a permanecer elevado no médio prazo e subir no longo prazo".
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