Blavatsky, ONU e Democracia
Nem sempre o público percebe com facilidade qual é a relação entre o movimento teosófico e a democracia. Alguns estão desinformados a respeito da posição da filosofia esotérica diante de fenómenos como o nazismo, o fascismo e outras formas de ação autoritária. Para obter uma perspectiva mais clara da questão, será útil recordar certos fatos básicos da história. Eles nos fornecem pistas sobre a misteriosa ligação dinâmica entre o trabalho de H. P. Blavatsky no século 19 e a situação humana na primeira parte do século 21. Há “coincidências” interessantes e alguns indícios numerológicos que podem ser organizados em cinco itens. 1) Helena Blavatsky construiu a base conceitual de uma fraternidade universal da humanidade que é inseparável do sentimento de respeito em relação a cada povo, cada cultura e cada indivíduo. No plano oculto, não é mera coincidência o fato de que o final da Segunda Guerra Mundial na Europa e a vitória dos países democráticos contra o nazismo são celebrados exatamente no mesmo dia em que a sra. Blavatsky encerrou a sua encarnação. A fundadora do movimento esotérico moderno morreu em 8 de maio de 1891. A Guerra na Europa acabou em 8 de maio de 1945. 2) Harry Truman, o presidente dos EUA que liderou os momentos finais da Segunda Guerra Mundial, nasceu precisamente a 8 de Maio, em 1884. Ele foi o 33º presidente. 3) O movimento teosófico foi fundado em 1875, na cidade de Nova Iorque. A Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, exatamente sete décadas ou setenta anos depois. A sede está estabelecida em Nova Iorque. Isto é, na mesma cidade onde o movimento teosófico foi fundado. 4) A Carta das Nações Unidas começa com uma vigorosa proclamação do primeiro objetivo do movimento teosófico – a Fraternidade Universal. Embora esteja longe da perfeição, o movimento teosófico é uma semente de fraternidade universal, do mesmo modo que a ONU é um instrumento da sua germinação no plano visível e externo. É inútil acusar uma muda de árvore de não ser uma árvore adulta. 5) A criação do movimento teosófico em 1875 serviu como um modelo oculto ou arquétipo para a ONU, mas a concepção do movimento não foi um processo inteiramente novo. Os EUA, como país, foi uma profunda fonte de inspiração para a estrutura do movimento teosófico. HPB escreveu: “Nascida nos Estados Unidos, a Sociedade foi constituída seguindo o modelo do seu país natal. Este último, omitindo da sua Constituição o nome de Deus para que isso não fosse um dia um pretexto para se fazer uma religião de estado, oferece igualdade absoluta nas suas leis para todas as religiões. Todas elas apoiam o Estado e são por sua vez protegidas por ele. A Sociedade, modelada de acordo com esta Constituição, pode ser corretamente chamada de ‘uma República de Consciência’.” [1] Por isso, se de vez em quando as políticas do governo dos EUA refletem aspectos negativos do atual carma humano, e parecem em muitos aspectos erradas e injustas, pode ser sábio deixar que passem mais alguns séculos – talvez mais alguns milhares de anos – antes de ficarmos muito frustrados. Enquanto isso, podemos tomar conta da nossa própria e até certo ponto precária “República de Consciência”, o movimento teosófico, a futura árvore de fraternidade universal. Estaremos cumprindo o nosso próprio dever da melhor forma possível? Somos uma saudável fonte coletiva de inspiração para o resto do reino humano? Estamos nós livres de “reis”, “papas”, “bispos” – e “candidatos a estes papéis”, no movimento teosófico como um todo? Não existe, provavelmente, separação oculta entre os diferentes grupos teosóficos, nesta “república de consciência”. E esta ausência de separação interna cria uma responsabilidade comum para cada um e para todos os estudantes de teosofia. Essa responsabilidade pode incluir uma parte significativa do destino da humanidade nas próximas décadas e nos séculos que virão.
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