Oração da Árvore, um maravilhoso poema de Veiga Simões que a Câmara Municipal de Loulé quis com bom gosto colocar em azulejos no Parque de Merendas de Benafim que construiu sob a copa maravilhosa de uma azinheira monumental daquela cidade.
Tu que passas e ergues para mim o teu braço
Antes que me faças mal olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno
Ou sou a sombra amiga
Que tu encontras quando caminhas sob o sol de agosto
E os meus frutos são a frescura apetitosa
Que mata a sede nos caminhos.
Eu sou a trave amiga da tua casa,
A tábua da tua mesa,
A cama em que tu descansas
E o lenho do teu barco.
Eu sou o cabo da tua enxada,
A porta da tua morada,
A madeira do teu berço
E o aconchego do teu caixão.
Sou o pão da bondade e a flor da beleza.
Tu que passas olha-me bem
E não me faças mal.
Veiga Simões, 1914
A azinheira monumental de Benafim, onde se encontra a Oração da Árvore em azulejaria. [Fonte: As Plantas] |
Tradução para Inglês
English version
THE PRAYER OF THE WOODS
I am the heat of your hearth on the cold winter nights, the friendly shade screening you from the summer sun, and my fruits are refreshing draughts quenching your thirst as you journey on.
I am the beam that holds your house, the board of your table, the bed on which you lie, and the timber that builds your boat.
I am the handle of your hoe, the door of your homestead, the wood of your cradle, and the shell of your coffin.
I am the bread of kindness and the flower of beauty. If you love me as I deserve, defend me against the fools.
2 comentários:
Maravilhoso!!!
Obrigado, Su. Volte sempre.
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