Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
2 comentários:
Ramos Rosa tem o dever
de saber
que tudo o que não podemos adiar
será adiado
sem um gesto certo,
para além do poema
Quanto a Deus
Sei-o infinitamente bom,
tanto, quanto infinitamente lento
Sem dúvida, Caríssimo Rogério e bom Amigo
Como te compreendo. Palavras muito sábias, sem dúvida.Imagina que na Holanda até existe um Partido dos Seniores...escusado, não era? Mas estamos cá para não adiar a utopia do Amor. Um forte abraço.Boa semana.
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