1. Vídeo Poem_Arte_Natural, por João Soares
2. Envolvimento Sustentável - texto por António Alencar Sampaio
O discurso quando repetido várias vezes e por diversos atores tem o poder de ser aceito sem questionamento e confirmado com segurança pela simples questão de estar incluído na opinião da maioria, como é o caso dos discursos oficiais sobre desenvolvimento sustentável, globalização, privatização, modernização etc.
As palavras possuem sua força e sua permissão lógica. Quando nas diversas conferências internacionais foi e vem sendo questionado nossa forma de desenvolvimento, com argumentos técnicos, científicos, estava em verdade sendo colocado em nível de compreensão lógica e objetiva que essa forma de convivência da humanidade com o meio ambiente não é sustentável, pois esclarecia que o homem tinha assumido sua própria “cria” sub-natural para sobreviver no planeta, sendo que esse des-envolvimento em relação ao meio ambiente se compara ao filho que quer ser independente dos pais, mas ao mesmo tempo solicita o aluguel do apartamento, pagamento da escola e mesada para alimentação, mantendo-se des-envolvido dos laços e da responsabilidade familiar e envolvido somente com o dinheiro dos pais. A humanidade continua dependendo de todos os recursos naturais para a sua sobrevivência e mesmo com essa compreensão continua se des-envolvendo em vez de parar e reestruturar a sua caminhada na direção de um envolvimento sustentável com o meio ambiente, procurando não mais driblar a verdade descoberta com mentiras encobertas, justificadas com palavras que também são insustentáveis.
O prefixo des de desenvolvimento tem o mesmo sentido de desmoralizar, desumano, desligado, descascar, desnutrir, descaso, desafeto, desmatar, desavença, desautorizar, desatento, descontentamento, desconhecido e, finalmente, desmascarar esse conceito é observar que sem envolvimento seja em qual for a relação, ela só pesa para um lado e não considera outro.
Se envolver requer respeito, sensibilidade, compreensão, amizade, troca e afeto, é como o pai que, envolvido com a formação de seus filhos, todo amor, cumplicidade, ligação e empenho é sempre do presente para o futuro, digo, é presente com os olhos no futuro dos filhos. O envolvimento da humanidade com o meio ambiente não deve ser a ação do predador em função do seu presente, mas sim com maturidade e consciência ecológica agindo pelo futuro da Terra, das espécies e sua evolução.
Quando um projeto é apresentado em nome do desenvolvimento ele já se coloca acima de qualquer consideração, qual seja, ecológica, social e cultural, enquanto que se um projeto é apresentado em nome do envolvimento sustentável pressupõe que tem que ser considerado tudo que permeia naquele espaço é de comum acordo com os envolvidos, ecológica, social, cultural e economicamente.
3. Neste artigo, em pdf, põe em evidência algumas contradições do desenvolvimento sustentável e defende a construção de sociedades sustentáveis, através da Educação Ambiental.
MEIRA, Pablo; SATO, Michèle. Só os peixes mortos não conseguem nadar contra a correnteza. Revista de Educação Pública, v.14, n.25, 17-31p., 2005
2 comentários:
Camila Sodré
Adorei o texto!
Obrigado, Camila!
Beijos
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