terça-feira, 12 de maio de 2020

Fundada uma nova internacional "progressista"


Um grupo de intelectuais e políticos, entre os quais se incluem, Noam Chomsky, Naomi Klein, Yanis Varoufakis, Fernando Haddad e a primeiro-ministra islandesa, fundaram esta segunda-feira uma nova organização mundial que apela à defesa da democracia, da solidariedade, da igualdade e da sustentabilidade. A base orgânica da nova organização é o Instituto Sanders e o DIEM25.

Segundo adiantam os jornal El Pais, o movimento pró-democracia e pan-europeu DiEM25 e o The Sanders Institute são a base orgânica da nova Internacional Progressista que é lançada esta segunda-feira. Mais de 40 políticos e intelectuais de todos os continentes, Noam Chomsky, Yanis Varoufakis e Fernando Haddad, entre outros, apoiam a iniciativa, que visa promover a união, coordenação e mobilização de activistas, associações, sindicatos, movimentos sociais e partidos em defesa da democracia, da solidariedade, da igualdade e da sustentabilidade.

DiEM25 e o The Sanders Institute, fundado em 2017 por Jane Sanders, esposa do senador democrata Bernie Sander, apelaram à formação de uma frente comum face ao avanço do autoritarismo. 

Esta nova internacional foi anunciada antes da pandemia em setembro de 2018, em artigos do senador Bernie Sanders e o antigo ministro das Finanças grego,Yanis Varoufakis, no jornal The Guardian. 

Os organizadores argumentam que a crise sanitária e económica resultante da pandemia tornou mais urgente a iniciativa e revelou a necessidade de todos os intervenientes progressistas unirem esforços para defenderem os cuidados de saúde universais, a protecção dos direitos laborais e a cooperação internacional. 

A nova organização terá um conselho com mais de 40 membros, incluindo Noam Chomsky e a canadiana Naomi Klein, políticos activos como o parlamentar grego e antigo ministro das Finanças Yanis Varoufakis, a primeira-ministra islandesa, Katrín Jakobsdóttir, a ministra argentina das Mulheres, do Género e da Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta. A estes nomes juntam-se uma série de conhecidos políticos latino-americanos como o ex-presidente equatoriano Rafael Correa e o brasileiro Fernando Haddad, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2018. Outros signatários conhecidos incluem o ex-ministro brasileiro Celso Amorim, o ex-vice-presidente boliviano, Alvaro Garcia Linera, o ator mexicano Gael Garcia Bernal, a escritora Arundhati Roy, o filósofo Srecko Horvat e a alemã Carola Rackete, capitão de navio e símbolo do resgate de migrantes no Mediterrâneo. 

O projecto começa esta segunda-feira com o lançamento do website oficial, em que qualquer pessoa ou organização pode inscrever-se para se tornar membro desta internacional progressista. 

A organização defende um mundo democrático, igualitário, solidário, ambiental, pacífico, pós-capitalista (economia da partilha e da cooperação), próspero e pluralista. 

A plataforma terá um secretariado que será responsável pela organização das actividades diárias, pela assistência aos membros, pela ligação em rede das organizações e pela implementação de acções conjuntas de âmbito global. 

Em setembro, se a pandemia o permitir, realizar-se-á um congresso na capital islandesa, Reiquiavique, que será organizado pelo partido de Jakobsdóttir, o Movimento Esquerda-Verde. 

A plataforma será financiada exclusivamente por donativos e contribuições dos seus membros. A organização não permite o financiamento - nem a participação - de lobbies, executivos de empresas de combustíveis fósseis, companhias de seguros de saúde, empresas farmacêuticas, multinacionais tecnológicas, bancos , empresas de capital de investimento, hedge funds ou empresas agro-alimentares. 

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