Perdoar e pedir perdão não é exclusivo do Catolicismo, Cristianismo. Também existe no Islamismo, no Judaísmo, na fé Baha´i, no Jainismo, no Hinduísmo e vejam só, no Budismo.
No budismo, o perdão evita que pensamentos nocivos causem estragos no bem-estar mental da pessoa. O budismo reconhece que sentimentos de ódio e má vontade deixam um efeito duradouro no nosso karma mental. O budismo encoraja o cultivo de pensamentos que deixam um efeito mais saudável. "Ao contemplar a lei do karma, percebemos que não se trata de buscar vingança, mas de praticar mettā e perdão, pois o vitimizador é, verdadeiramente, o mais infeliz de todos." Quando os ressentimentos já surgiram, a visão budista é proceder calmamente para libertá-los, voltando às suas raízes O budismo concentra-se na libertação da ilusão e do sofrimento por meio da meditação e da percepção da natureza da realidade. O budismo questiona a realidade das paixões que tornam o perdão necessário, bem como a realidade dos objetos dessas paixões. "Se não perdoamos, continuamos criando uma identidade em torno de nossa dor, e é isso que renasce. Isso é o que sofre."
O budismo coloca muita ênfase nos conceitos de mettā (bondade amorosa), karuna (compaixão), mudita (alegria simpática) e upekkhā (equanimidade), como um meio de evitar ressentimentos em primeiro lugar. Essas reflexões são usadas para entender o contexto do sofrimento no mundo, tanto o nosso quanto o sofrimento dos outros.
"Ele abusou de mim, ele me bateu, ele me venceu, ele me roubou" — naqueles que abrigam tais pensamentos, o ódio nunca cessará.
"Ele abusou de mim, ele me bateu, ele me venceu, ele me roubou" - naqueles que não abrigam tais pensamentos, o ódio cessará."
— Dhammapada 1.3–4 (trad. Radhakrishnan)
Referências bibliográficas:
1.Ajahn Sumedho (October 1997). "Universal Loving Kindness". Forest Sangha
2. O'Leary, Joseph S. (2006). "Buddhism and Forgiveness".
3. Ajahn Pasanno (2004). "Preparing for Death". Abhayagiri Buddhist Monastery
Sugiro ainda a leitura de Carl Jung no volume 11 das suas obras reunidas, particularmente o capítulo 5 Psychotherapist or the clergy e o artigo The Value of Confession and Forgiveness According to Jung em que é retratado com argúcia o perdão.
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