quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Morreu Gonçalo Ribeiro Telles, pioneiro do ecologismo na política portuguesa

Antigo presidente do PPM, que tinha 98 anos, foi um dos três líderes da Aliança Democrática, ao lado de Sá Carneiro e Freitas do Amaral. Enquanto arquiteto paisagista foi o responsável pelos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.



O arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles morreu nesta quarta-feira, aos 98 anos, tendo a sua morte sido confirmada ao “Público” pelo filho, Miguel Ribeiro. Considerado um dos pioneiros do ecologismo na política portuguesa, foi ministro de Estado e da Qualidade de Vida entre 1981 e 1983, no VII Governo Constitucional liderado por Francisco Pinto Balsemão.

Enquanto presidente do Partido Popular Monárquico (PPM) foi um dos subscritores da Aliança Democrática (AD), juntamente com Francisco Sá Carneiro (PSD) e Diogo Freitas do Amaral (CDS), levando a coligação de centro-direita a conquistar o poder nas eleições intercalares de 1979, o que contribuiu de forma decisiva para a normalização da democracia portuguesa após o período revolucionário.

Licenciado em Engenharia Agrónoma e em Arquitetura Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia, Gonçalo Ribeiro Telles trabalhou na Câmara de Lisboa e envolveu-se nos círculos da oposição, criando o Movimento dos Monárquicos Independentes em 1957 e entrando nas listas da oposição aquando da Primavera Marcelista. Fundador do PPM, tendo sido subsecretário de Estado do Ambiente nos três primeiros governos provisórios, em 1993 ajudou a criar o Movimento Partido da Terra (MPT).

Além de ter criado a Reserva Ecológica Nacional, Ribeiro Telles é também conhecido por projetos na sua área de trabalho como o jardim da Fundação Calouste Gulbenkian e o Jardim Amália Rodrigues, ambos em Lisboa.

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