quinta-feira, 16 de junho de 2005

Minorar o Défice Ambiental e contra a arrogância: cidadãos uni-vos

Agir Local


Segue-se um texto do pnedista e amigo Gonçalo Torgal, que entre outros aspectos, ajuda um pouco a criar/recuperar a ideia de boicote, que nos idos anos 80 era mais falado mas que hoje se perspectiva cada vez mais como uma das armas mais poderosas; pode-se regular aquilo que nos "ditam" para consumirmos e pode-se agir e julgar até que ponto não temos em mão algum poder para "moralizar" esta economia tão voraz que assola e subjuga políticos, autarcas e a todos, afinal.

Fonte: O Primeiro de Janeiro ( extractos)

Apesar das palavras fluentes e pomposas dos dirigentes do município darem uma no cravo e outra na ferradura, como afirma o dito popular, a verdade é que acabam sempre puxando mais para um lado do que para o outro.
Acabam sempre puxando para o mais influente, com maiores disponibilidades, para o lado mais poderoso.
Em fim de mandato, teoricamente impedido de se recandidatar pelo seu próprio partido, que aproveitando a lamentável cena da lota, entendeu que chegava de perpetuação no poder, o quase vitalício presidente da câmara tirou da cartola mais esta pérola: um novo, mais um, hipermercado em Matosinhos.
A incapacidade de fazer alguma coisa capaz de contribuir para revitalizar as cidades do concelho, a sua vida própria, o comércio de rua e os mercados, as actividades sociais, culturais e desportivas, é substituída pelas promessas – tudo é para 2007 – e agora por esta nova conquista.
Nada tenho contra os hipermercados ou as grandes superfícies, entendo é que, propriedade de grandes grupos económicos internacionais, não precisam da ajuda do Estado Central ou Local, devendo mesmo ser-lhes exigidas particulares atenções e cumprimento de regras que garantam o bem estar geral e não o seu em particular.
Não é isso o que vemos, não apenas em Matosinhos, mas também aqui.
Não lembra a ninguém que se tenha posto o Norte Shopping/Continente, bem ao lado de um cruzamento conflituoso de vias que se queriam rápidas e de trânsito fluido, criando um espaço de grande circulação automóvel, sem espaço qualificado para os peões, criando mesmo o absurdo de um cemitério isolado no meio das suas vias de acesso.
O mesmo ou parecido se poderia dizer do Arrábida e de outros. Como se poderá dizer em breve do IKEA que nascerá entre Santa Cruz do Bispo e Leça da Palmeira, à margem da auto-estrada e na boleia do “nó”, já por vezes tão congestionado da Exponor.
Tão sôfregos do automóvel, tão de costas voltadas para os meios urbanos que lhe são próximos, estes espaços deveriam ser instalados claramente fora das cidades, que não ajudam a qualificar, pelo contrário.
Aí as filas de trânsito que criam, se em vias próprias, não incomodariam senão os seus próprios clientes. Aí, se devidamente protegida a envolvente próxima, não seriam mais uns monstros de betão e asfalto, senão para os seus próprios frequentadores.
Aí a sua capacidade de concorrência favorecida (para poupar o termo desleal ou desequilibrada) prejudicaria menos o comércio de rua, garantia de vida nas artérias das nossas cidades, vilas e lugares.
Bem sei que Matosinhos já possui poucos espaços livres, tal tem sido o desnorte e falta de planeamento urbano e concelhio – a propósito, o PDM já deveria ter sido revisto vai para meia dúzia de anos, ainda nem começou, claro, dizem que por culpa alheia.
É esta política de oportunidades, onde nada é planeado, mas vai surgindo ao sabor de influências e jogos de bastidor, que tenho vindo a criticar em Matosinhos.
É assim que temos um grande centro multiusos, no meio de bairros, ruas e do próprio aglomerado de origem espontânea (ou clandestina), sem uso regular (por falta de políticas incentivadoras ou geradoras de actividade), alugado a entidades estranhas ao concelho. (...)
É assim que as obras prometem arrastar-se por mais um Verão, garantindo banhos de pó e ruído das máquinas, aos veraneantes, na marginal de Leça da Palmeira.
É assim que se esquece as vias que não chegam (em bom estado de pavimento, largura e traçado) aos diversos pontos de concelho. (....) Como foi assim há já alguns anos, quando sem pensar se mudou de sítio a câmara, os serviços, as finanças, etc. e aí se disponibiliza estacionamento grátis, enquanto na zona tradicional do comércio não existe canto ou esquina, em que não seja pago.

Abaixo-assinado em defesa da Av. dos Aliados

Está em curso a recolha de assinaturas para um texto que contesta as obras em curso na Avenida dos Aliados (Porto). Esse texto deverá ser publicado, acompanhado pela lista dos subscritores, como anúncio pago na imprensa diária. O seu teor é o seguinte:

«Vimos manifestar o nosso desacordo pelo modo como está a ser imposta à cidade do Porto, sem consulta pública, uma transformação radical do conjunto Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade, e exprimir o nosso desgosto pela perda patrimonial e descaracterização da cidade que o projecto determina. Apelamos aos poderes públicos, e em particular ao Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto, e ainda ao Sr. Presidente da Comissão Executiva da Metro do Porto, S.A., assim como aos Arquitectos responsáveis pelo projecto de requalificação, para que este seja reconsiderado de modo a que se salvaguarde o património histórico insubstituível e o valor simbólico desta zona da cidade, nomeadamente no que respeita à preservação da calçada portuguesa, das zonas ajardinadas e das magnólias junto à Igreja dos Congregados.»
Quem quiser juntar o seu nome a este manifesto deve contactar o endereço electrónico portoaliados@sapo.pt indicando o seu nome, profissão, n.º do bilhete de identidade, data de emissão e arquivo. [Os dados do BI não serão divulgados publicamente, servindo apenas para autenticar as assinaturas.]

Agir Global

Défice ambiental

Portugal enfrenta grave défice ambiental, segundo WWF

Portugal consome três vezes mais energia do que aquela que fabrica, de acordo com o World Wildlife Fund (WWF). Se a nível mundial fosse consumida tanta energia como no nosso País, seriam precisos mais dois planetas para conseguirmos sobreviver. Esta é a conclusão do relatório «Living Planet 2002», apresentado esta terça-feira na Estufa Real, em Lisboa. O «Living Planet 2002», elaborado por esta associação, é um levantamento do estado ambiental do planeta e do índice de sustentabilidade de cada país em termos de impacto ambiental.


O desmatamento de 26.130 quilômetros quadrados na Amazónia brasileira, medido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) entre agosto de 2003 e agosto de 2004, foi o segundo maior da história . O número, equivalente a mais de 8,6 mil campos de futebol desmatados em um único dia, foi divulgado hoje pelo governo federal e é um duro golpe no programa de desenvolvimento sustentável da Amazônia – tema que contribuiu para a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. O índice de desmatamento consolidado para o período anterior foi revisado para cima: de 23.750 km2 pulou para 24.597 km2.

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