sábado, 3 de abril de 2004

A indignação é filha da dignidade

Não apoio de maneira nenhuma a ideia de que os Parques Urbanos "pagam-se a si próprios". Recebi,com muito agrado, este testemunho do Alexandre Baía, que subscrevo interiramente:

O conceito de utilizador-pagador não é receita para tudo!
Servirá este princípio para obrigar Poluidores a pagarem a recuperação dos recursos que até agora estragavam sem custos e por isso lhes era rentável...
Só faltava que o dinheiro ditasse quem pode ou não viver com qualidade (respirar, fazer desporto,...)!
Ou queremos pagar para ir ao Parque, à Praia, à aldeia histórica, ao Centro histórico, tudo vedado com fronteiras e seguranças e máquinas de reconhecimento da pupila.... 'Amigos'? prefere encontrar no Parque os nossos semelhantes yupies, na lógica do condomínio fechado? afastem-me daqui esta gente dos Bairros sociais?
Só se começou a falar em Parques quando nos apercebemos que a crescente incúria levava a delapidar o património natural, e daí a tentativa de limitar a acção do Homem nas áreas mais sensíveis com Parques e Reservas e Áreas Protegidas... O futuro não passará por aí, mas antes por uma Carta de Sensibilidade ecológica com gradientes e sem perímetros fechados, à qual corresponderão regulamentos de uso do solo. Porque não faz sentido que um Parque tenha um rio como limite (protegendo uma das 2 margens), e já estamos a defender que o efeito ilha protegida pressupõe que poderíamos estragar 'o resto'. Voltávamos às portagens romanas...
Pessoalmente, tenho também dúvidas acerca da construção integrada na frente da Circunvalação... agora as vivendas na Av Boavista... com trazeiras de arame farpado... e cães de marca... com franqueza!
Mas bom senso é não disparar tiros para o ar! não gastemos munições e cuidado com os pés.

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