segunda-feira, 6 de novembro de 2023

No Outono também há muita biodiversidade - Leave Leaves Alone

Em Portugal há ainda muita gente que acha que as folhas das árvores são "lixo"!!!... Leiam...e "deixem as folhas em paz"!


Deixe as folhas mortas no seu quintal.

Não varra as folhas caídas que cobrem o relvado. Nem use bombas para remoção das folhas.

Os ambientalistas dizem que é melhor deixar isso como está. A camada foliar é como um miniecossistema que é útil para os insetos, abrigo de muitos anfíbios, alimento para as aves e pequenos mamíferos , tartarugas e cágados. A camada foliar é portanto muito importante para o solo e a saúde geral do seu jardim.

No entanto, alguns especialistas em paisagismo dizem que certos quintais precisam de ancinho. Se for esse caso, ou se preferir o visual bem cuidado, é incentivado a usar as folhas para compostagem.

As folhas em decomposição enriquecem o solo, agregando nutrientes e matéria orgânica. Você também pode pensar desta forma: deixar as folhas em nossas propriedades significa menos coleta e descarte em nossas cidades, reduzindo custos e emissões de carbono dos camiões de recolha.

A cobertura morta das folhas tem muitas vantagens: 
  • Reduz o ruído e os gases de efeito estufa. 
  • Também melhora a saúde do seu quintal. 
  • O material das folhas trituradas cria um composto valioso, que enriquece a camada superficial do solo. 
  • A cobertura morta de folhas também limita a propagação de poeira e contaminantes no ar e economiza tempo e dinheiro.
Os benefícios de aplicar cobertura morta nas folhas do quintal são numerosos e comprovados cientificamente:
  1. O manto de folhas mortas é mais silencioso e limpo do que soprar folhas;
  2. A cobertura morta reduz a necessidade de fertilizantes e evita a poluição da água, reduzindo a lixiviação de fósforo e fertilizantes;
  3. O manto de folhas reduz o risco de segurança de folhas empilhadas ou ensacadas nas margens das estradas e poupa o dinheiro do contribuinte para a recolha municipal de folhas;
  4. As folhas mortas melhoram a estrutura do solo, retenção de água e percolação;
  5. O mulching incentiva as raízes a penetrar mais profundamente, melhorando a saúde da relva;
  6. O mulch torna o relvado mais resistente a eventos climáticos como secas e inundações.
Porém queria chamar a atenção para as tartarugas e os cágados.

Em Portugal não existem tartarugas terrestres nativas. No passado, a tartaruga-do-Mediterrâneo existia por toda a Península Ibérica. Em Portugal, aliás, existem vários registos fósseis com alguns milhares de anos em Peniche, Sesimbra, Bombarral, Tomar e no Algarve. Talvez a tartaruga-mediterrânea seja mais adaptada ao clima presente da Península, mas com o tempo, talvez a tartaruga-moura, habituada a um clima mais árido, seja a mais indicada; talvez possam até viver lado a lado. Ambas precisam de um habitat de mosaicos, entre zonas abertas e zonas fechadas com floresta e arbustos. Em Espanha, há centros de reprodução de tartarugas e programas de reintrodução em várias zonas. Pode a tartaruga terrestre regressar a Portugal? Claro que sim. Haja equipas, investigadores, porque habitats temos, apesar de muita fragmentação, monoculturas, mato, etc.

Desde logo, para que esse regresso seja uma realidade, é necessário avançar com um programa de reintrodução, identificar áreas protegidas, encontrar animais para libertar e soltar as tartarugas em novas áreas. Esta expansão para novas áreas pode ainda ajudar a tartaruga terrestre a adaptar-se aos efeitos das alterações climáticas.

Em Portugal existem várias zonas com potencial para a tartaruga terrestre: as serras do Algarve, o Vale do Guadiana, os montados do Alentejo, a Costa Vicentina, os pinhais de Melides e do Meco, a Arrábida e Estuário do Sado, as serras de Aire e Candeeiros e de São Mamede, o Tejo e o Douro Internacional, a Serra da Malcata e o Planalto do Côa até Trás-os-Montes.

Quanto às tartarugas de água doce em Portugal temos o Cágado-mediterrâneo (Mauremys leprosa) e o Cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis).

Estas duas espécies partilham inúmeras vezes o mesmo habitat, sendo que o Cágado-de-carapaça-estriada é o mais raro e menos abundante, encontrando-se em risco de extinção no nosso país. A tardia maturidade sexual das fêmeas associada a baixas taxas de fecundidade e a uma mortalidade infantil elevada implicam uma taxa de crescimento populacional muito baixa, colocando a espécie numa situação particularmente frágil e vulnerável perante eventuais impactes negativos.

Além da introdução de espécies invasoras, estas espécies são frequentemente capturadas ilegalmente para animais de estimação, fabrico de objectos ornamentais e alimentação. Os cágados são também alvo de perseguição por parte dos pescadores motivados pela crença popular de que estes se alimentam de peixes dulciaquícolas. Estas capturas ilegais são responsáveis por elevadas taxas de mortalidade que põem em causa a dinâmica das populações de cágados. Também as mortes acidentais causadas pelas redes e outras artes de pesca representam uma significativa ameaça.

Saber mais:

Sem comentários: